Divagações: Zombieland: Double Tap

Quando Zombieland chegou aos cinemas, vivíamos o começo de uma estranha moda de filmes com temática de zumbi. Agora, 10 anos depois, os m...

Quando Zombieland chegou aos cinemas, vivíamos o começo de uma estranha moda de filmes com temática de zumbi. Agora, 10 anos depois, os mortos-vivos estão com a imagem um tanto quanto desgastada – porém, isso não impede que a produção continue sendo divertida (se você ainda não viu, eu recomendo!).

Em relação a Zombieland: Double Tap, bom, basta dizer que todos os envolvidos sabiam muito bem no que estavam se metendo. E, justamente por isso, eles voltaram em bando e ainda trouxeram alguns amigos. Faz sentido esse súbito aumento no elenco, considerando o contexto da história? Não muito. Mas também não é como se isso fosse uma preocupação.

Quando a nova aventura começa, Columbus (Jesse Eisenberg), Wichita (Emma Stone), Little Rock (Abigail Breslin) e Tallahassee (Woody Harrelson) estão vivendo uma espécie de crise no grupo. Os dois primeiros estão realmente em um impasse no namoro, os dois últimos têm uma estranha relação de pai e filha, os rapazes têm suas tradicionais diferenças de temperamento e as moças precisam lidar com mudanças nas dinâmicas de poder. Obviamente, a parte mais fraca e mais imprevisível é a adolescente, que acaba partindo em uma jornada pacifista com um namorado músico, Berkeley (Avan Jogia).

Os demais, então, partem em uma missão de resgate. No caminho, eles descobrem que o vírus zumbi está “melhorando” e que está cada vez mais difícil acabar com os mortos-vivos. Além disso, eles encontram um segundo grupo (Luke Wilson, Thomas Middleditch e Rosario Dawson), formado por pessoas que lembram fortemente personalidades que eles já conhecem. Isso sem falar em uma pessoa irritantemente cor-de-rosa chamada Madison (Zoey Deutch).

Além disso, é claro, a história de Zombieland: Double Tap nos leva para lugares que se tornam acessíveis graças ao bizarro conceito pós-apocalíptico vivido pelos personagens. Entre eles estão a Casa Branca, um shopping abandonado, um bar-hotel-museu (não entendi muito bem!) em homenagem a Elvis Presley e uma comunidade hippie que não aceita armas – o que não faz lá muito sentido quando há zumbis do lado de fora, veja bem.

Tudo isso, obviamente, é só uma desculpa para o filme poder intercalar os diálogos espertinhos entre seus protagonistas, os recursos visuais diferentões e cenas de cabeças de zumbis sendo explodidas. A história caminha para uma óbvia batalha final e o público já sabe muito bem pelo que esperar, ficando bem contente com uma sequência de ação mais elaborada e com algumas estripulias. Talvez seja um pouco frustrante emocionalmente saber que não há consequências reais para nada, mas a produção nunca quis se prestar a esse papel.

Ainda assim, eu continuo achando que um dos maiores méritos de Zombieland: Double Tap está no elenco que conseguiram reunir. Enquanto a aura nerd de Jesse Eisenberg é palpável, Emma Stone entrega o melhor de seu humor sarcástico e levemente cruel (mas que não ofende ninguém de verdade), enquanto Woody Harrelson manda ver na falta de noção ranzinza de sempre. Neste contexto, a melhor inclusão do novo filme é Rosario Dawson, que complementa bem o humor do grupo e parece estar se divertindo bastante.

Em resumo, o diretor Ruben Fleischer conseguiu mostrar que sua fórmula realmente funciona e que pode ir além da modinha dos filmes de zumbi – como não poderia deixar de ser, o longa-metragem também faz piada com isso. Inclusive, esta continuação pode até não ser tão memorável quanto o filme anterior, mas ela cumpre seu papel e consegue divertir o público. Considerando as produções atualmente em cartaz, acho que é esta é a opção mais eficiente para quem quer dar boas risadas.

E, aproveitando a oportunidade, garanto que vale a pena aguardar um pouco na sala depois que os créditos começarem a subir. A cena “escondida” de Zombieland: Double Tap é bem mais recompensadora que muitas das que apareceram nos filmes de super-heróis.

Outras divagações:

Zombieland

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