Divagações: Paris - When It Sizzles
15.4.20
Por mais que eu me considere uma grande admiradora de Audrey Hepburn, eu ainda não havia cruzado devidamente com Paris - When It Sizzles. O filme é uma comédia romântica sem muitas pretensões, mas que reúne a atriz com William Holden, dez anos após Sabrina. Além disso, a produção se aproveita do fato de ter uma temática voltada ao cinema para fazer referências aos filmes da atriz, deixando tudo ainda mais divertido.
A história envolve um roteirista Richard Benson (Holden) que já deveria ter um material pronto, mas que sequer tem uma história. Para ajudá-lo, o estúdio contrata uma datilógrafa, Gabrielle Simpson (Hepburn), que não demora a embarcar na missão de fazer o tal roteiro – já intitulado The Girl Who Stole the Eiffel Tower – ir para o papel.
No processo, o desmotivado roteirista acaba desenvolvendo uma história com dois protagonistas que se assemelham a eles mesmos. Em busca de reviravoltas que funcionem, ele vai e volta na trama que está criando, mexendo com as personalidades e os destinos dos personagens principais e de coadjuvantes como o amigo da moça, Maurice/Philippe (Tony Curtis), e um inspetor de polícia (Grégoire Aslan).
Ao mesmo tempo, roteirista e datilógrafa têm uma convivência forçada bastante intensa em um quarto de hotel parisiense, o que gera seu próprio jogo de sedução. Mas será que Gabrielle vai ceder aos charmes do problemático Richard? E será que conseguimos relevar a diferença de idade entre os dois atores? São 11 anos, mas parece ser bem mais.
De maneira geral, o resultado de Paris - When It Sizzles é bastante divertido e descompromissado. Ao mesmo tempo, o filme está bem longe de ser uma obra prima. A história em si é fraca e, convenhamos, o roteiro que os personagens estão criando é rocambolesco demais para efetivamente funcionar. Se não fosse pela presença de Hepburn, a produção provavelmente já teria sido esquecida.
A verdade é que temos muitos filmes sobre filmes por aí e esse não é um dos mais inspirados desta lista. Ainda assim, o longa-metragem faz um bom trabalho ao referenciar Breakfast at Tiffany's, My Fair Lady e Funny Face, o que eu aprecio. Além disso, há a participação especial de Marlene Dietrich, no melhor esquema “piscou, perdeu”.
Para completar, o personagem de Tony Curtis e as constantes piadas em relação a ele dão um toque interessante ao filme. Ainda que isso não seja (nem de longe) o suficiente para salvar a produção, é mais um dos pequenos charmes de Paris - When It Sizzles.
Em resumo, para quem é fã de Audrey Hepburn, esta é uma obra deliciosa e leve, capaz de fazer o seu dia ficar mais feliz. Também há algum atrativo para quem gosta das produções da época (o começo da década de 1960, para ser mais precisa) e quer um olhar sobre a indústria cinematográfica daquele período – que, aliás, vivia um período de crise, com queda de audiência provocada pela ascensão da televisão.
Porém, como eu espero já ter esclarecido, Paris - When It Sizzles não é um filme brilhante. Eu, inclusive, não me surpreenderia se essa história tivesse se originado justamente de um bloqueio criativo vivido por algum de seus roteiristas.
A história envolve um roteirista Richard Benson (Holden) que já deveria ter um material pronto, mas que sequer tem uma história. Para ajudá-lo, o estúdio contrata uma datilógrafa, Gabrielle Simpson (Hepburn), que não demora a embarcar na missão de fazer o tal roteiro – já intitulado The Girl Who Stole the Eiffel Tower – ir para o papel.
No processo, o desmotivado roteirista acaba desenvolvendo uma história com dois protagonistas que se assemelham a eles mesmos. Em busca de reviravoltas que funcionem, ele vai e volta na trama que está criando, mexendo com as personalidades e os destinos dos personagens principais e de coadjuvantes como o amigo da moça, Maurice/Philippe (Tony Curtis), e um inspetor de polícia (Grégoire Aslan).
Ao mesmo tempo, roteirista e datilógrafa têm uma convivência forçada bastante intensa em um quarto de hotel parisiense, o que gera seu próprio jogo de sedução. Mas será que Gabrielle vai ceder aos charmes do problemático Richard? E será que conseguimos relevar a diferença de idade entre os dois atores? São 11 anos, mas parece ser bem mais.
De maneira geral, o resultado de Paris - When It Sizzles é bastante divertido e descompromissado. Ao mesmo tempo, o filme está bem longe de ser uma obra prima. A história em si é fraca e, convenhamos, o roteiro que os personagens estão criando é rocambolesco demais para efetivamente funcionar. Se não fosse pela presença de Hepburn, a produção provavelmente já teria sido esquecida.
A verdade é que temos muitos filmes sobre filmes por aí e esse não é um dos mais inspirados desta lista. Ainda assim, o longa-metragem faz um bom trabalho ao referenciar Breakfast at Tiffany's, My Fair Lady e Funny Face, o que eu aprecio. Além disso, há a participação especial de Marlene Dietrich, no melhor esquema “piscou, perdeu”.
Para completar, o personagem de Tony Curtis e as constantes piadas em relação a ele dão um toque interessante ao filme. Ainda que isso não seja (nem de longe) o suficiente para salvar a produção, é mais um dos pequenos charmes de Paris - When It Sizzles.
Em resumo, para quem é fã de Audrey Hepburn, esta é uma obra deliciosa e leve, capaz de fazer o seu dia ficar mais feliz. Também há algum atrativo para quem gosta das produções da época (o começo da década de 1960, para ser mais precisa) e quer um olhar sobre a indústria cinematográfica daquele período – que, aliás, vivia um período de crise, com queda de audiência provocada pela ascensão da televisão.
Porém, como eu espero já ter esclarecido, Paris - When It Sizzles não é um filme brilhante. Eu, inclusive, não me surpreenderia se essa história tivesse se originado justamente de um bloqueio criativo vivido por algum de seus roteiristas.
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