Divagações: The Willoughbys
29.4.20
Neste período em que a recomendação é o isolamento social, eu me deparei com a sugestão – bem insistente, aliás – para assistir The Willoughbys. Segundo a Netflix, o filme é uma produção própria e está entre os mais populares do catálogo, tendo “estreado” na quarta-feira passada (22 de abril). Com um trailer fofinho e um tom de narrativa que me pareceu interessante, resolvi me aventurar.
A história envolve quatro irmãos que moram em uma casa antiga e, apenas aparentemente, adorável. Os pais (Martin Short e Jane Krakowski) se amam muito, porém, eles não são capazes de dar qualquer atenção para as crianças. O filho mais velho, Tim (Will Forte) parece conformado com a situação, mas ambiciona poder reconstruir o status e a pompa que seus ancestrais tiveram um dia. Na sequência, Jane (Alessia Cara) sonha com um mundo de fantasias, onde ela poderia cantar livremente e ser uma criança feliz. Por fim, os gêmeos Barnaby e Barnaby (Seán Cullen) preferem se distrair com invenções mirabolantes, sempre alternando o único suéter de lã que possuem.
A perspectiva de futuro destas crianças muda quando uma bebê é abandonada na frente da casa e eles decidem buscar o lar ideal para ela, nem que seja sob os cuidados do estranho Melanoff (Terry Crews). Em pouco tempo, eles conseguem armar um plano para se tornarem órfãos e ficarem sozinhos em casa – eles só não contavam com a chegada de uma babá (Maya Rudolph) e com a interferência do departamento que cuida de órfãos.
Seguindo um ritmo bastante acelerado, The Willoughbys conta também com a narração do gato que acompanha as crianças (Ricky Gervais). Ele é o responsável por dar um tom cético, algo que lembra um pouco A Series of Unfortunate Events. Aliás, praticamente tudo na produção se parece com algo que você já viu antes, uma coisa que o longa-metragem não faz muita questão de esconder. Mas eu confesso que acharia mais divertido se as referências fossem abordadas de uma forma mais direta.
De qualquer forma, a questão é que, ao se apropriar de clichês vindos de todas as direções, o longa-metragem não chega a trazer nada de exatamente novo. O visual é bastante caprichado e detalhado, mas algo dentro de mim pedia por um acabamento menos polido ou, mais especificamente, por uma animação em stop-motion. Obviamente, eu sei que isso é muito caro e nada prático, mas eu queria mesmo assim e acho que combinaria muito bem com o visual escolhido para a família de protagonistas, com seus cabelos de lã vermelha.
Mesmo sendo apenas mais um em um universo gigantesco de filmes infantis que tentam valorizar a importância da família, The Willoughbys conseguiu me divertir e me manter entretida com suas constantes reviravoltas. O elenco é ótimo e foi muito bem escolhido. Por sua vez, a história foi construída com cuidado e há alguns momentos particularmente inspirados, como a interferência de uma charmosa corretora de imóveis, a forma como os funcionários do governo são retratados e a constante piada com as crianças não olhando para os lados antes de atravessar a rua, além de todas as cenas que envolvem arco-íris (mas eu sei que isso é uma preferência pessoal).
Ainda assim, eu continuo sempre preferindo adaptações dos livros de Roald Dahl. Só é uma pena que não haja muitas delas por aí. ;)
A história envolve quatro irmãos que moram em uma casa antiga e, apenas aparentemente, adorável. Os pais (Martin Short e Jane Krakowski) se amam muito, porém, eles não são capazes de dar qualquer atenção para as crianças. O filho mais velho, Tim (Will Forte) parece conformado com a situação, mas ambiciona poder reconstruir o status e a pompa que seus ancestrais tiveram um dia. Na sequência, Jane (Alessia Cara) sonha com um mundo de fantasias, onde ela poderia cantar livremente e ser uma criança feliz. Por fim, os gêmeos Barnaby e Barnaby (Seán Cullen) preferem se distrair com invenções mirabolantes, sempre alternando o único suéter de lã que possuem.
A perspectiva de futuro destas crianças muda quando uma bebê é abandonada na frente da casa e eles decidem buscar o lar ideal para ela, nem que seja sob os cuidados do estranho Melanoff (Terry Crews). Em pouco tempo, eles conseguem armar um plano para se tornarem órfãos e ficarem sozinhos em casa – eles só não contavam com a chegada de uma babá (Maya Rudolph) e com a interferência do departamento que cuida de órfãos.
Seguindo um ritmo bastante acelerado, The Willoughbys conta também com a narração do gato que acompanha as crianças (Ricky Gervais). Ele é o responsável por dar um tom cético, algo que lembra um pouco A Series of Unfortunate Events. Aliás, praticamente tudo na produção se parece com algo que você já viu antes, uma coisa que o longa-metragem não faz muita questão de esconder. Mas eu confesso que acharia mais divertido se as referências fossem abordadas de uma forma mais direta.
De qualquer forma, a questão é que, ao se apropriar de clichês vindos de todas as direções, o longa-metragem não chega a trazer nada de exatamente novo. O visual é bastante caprichado e detalhado, mas algo dentro de mim pedia por um acabamento menos polido ou, mais especificamente, por uma animação em stop-motion. Obviamente, eu sei que isso é muito caro e nada prático, mas eu queria mesmo assim e acho que combinaria muito bem com o visual escolhido para a família de protagonistas, com seus cabelos de lã vermelha.
Mesmo sendo apenas mais um em um universo gigantesco de filmes infantis que tentam valorizar a importância da família, The Willoughbys conseguiu me divertir e me manter entretida com suas constantes reviravoltas. O elenco é ótimo e foi muito bem escolhido. Por sua vez, a história foi construída com cuidado e há alguns momentos particularmente inspirados, como a interferência de uma charmosa corretora de imóveis, a forma como os funcionários do governo são retratados e a constante piada com as crianças não olhando para os lados antes de atravessar a rua, além de todas as cenas que envolvem arco-íris (mas eu sei que isso é uma preferência pessoal).
Ainda assim, eu continuo sempre preferindo adaptações dos livros de Roald Dahl. Só é uma pena que não haja muitas delas por aí. ;)
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