Divagações: Hauru no ugoku shiro
9.9.20
Minha história com Hauru no ugoku shiro começou antes mesmo de eu assistir ao filme. Em 2012, eu tive a oportunidade de ler The Art of Howl’s Moving Castle, um livro que trazia diversas imagens da produção e o roteiro do filme. Normalmente, eu daria preferência para ver a produção antes de ler uma obra dessas, mas digamos que eu não consegui me conter.
Tantos anos depois, eu não me lembrava mais de detalhes da história, mas acreditava que tinha uma ideia do que me esperava. Ao mesmo tempo, mesmos aspectos que eu considerava “já conhecidos” conseguiram me surpreender, com destaque para o próprio “castelo” que aparece no título da produção. Eu sabia como ele é, claro, mas a forma como ele se movimenta e a maneira como seu visual contrasta com outros elementos do filme é bastante marcante.
Em Hauru no ugoku shiro, acompanhamos uma menina chamada Sofî (Chieko Baishô), que trabalha em uma loja de chapéus e não tem exatamente uma autoestima elevada, não sendo tão bonita e popular quanto sua mãe ou sua irmã. Ela vive em um país que está em guerra e toda a população de sua cidade está agitada com a presença de tropas no local.
Em meio a tudo isso, ela conhece brevemente o bruxo Hauru (Takuya Kimura), que é conhecido por ser muito bonito e por roubar corações. Pouco tempo depois, ela é amaldiçoada pela malvada Arechi no Majo (Akihiro Miwa), que a transforma em uma velha e a impede de falar no assunto. Para tentar se livrar do feitiço, Sofî vai até o castelo voador de Hauru – que mais parece uma porção de coisas empilhadas – e se torna a faxineira do lugar, fazendo companhia para o jovem ajudante Marukuru (Ryûnosuke Kamiki) e para o demônio de fogo Karushifâ (Tatsuya Gashûin).
O longa-metragem, que tem direção e roteiro de Hayao Miyazaki – o nome mais conhecido do Studio Ghibli –, é baseado em um livro da escritora britânica Diana Wynne Jones. Por conta disso, a equipe do filme se preocupou em fazer com que os personagens e os cenários fossem obviamente “ocidentais”, dando um ar europeu (francês, mais especificamente) aos ambientes e figurinos. Porém, a história não se passa em um país claramente identificável, com direito a bandeiras e outros elementos nacionais fictícios.
Assim, como é de praxe nos filmes do estúdio, tudo é muito bonito e a atenção aos detalhes é excepcional. A maldição que aflige a protagonista, por exemplo, envolve sutilezas que nem ela mesma parece notar, mas que vão se tornando cada vez mais evidentes ao longo do filme. Além do “castelo”, como já mencionei anteriormente, há uma variedade de cenários muito interessante, com destaque para o palácio real e os campos floridos que encantam a protagonista.
A história de Hauru no ugoku shiro, em contrapartida, parece ser mais rocambolesca que o necessário. Alguns elementos do universo em que a trama se passa não ficam muito claros e o último ato, em particular, envolve algumas decisões muito confusas. O filme consegue se sair bem com isso ao apostar em um clima fantástico e mágico, como se não fosse necessário se justificar em muitos momentos, mas a verdade é que seria interessante se as coisas fossem mais bem explicadas.
De qualquer modo, Hauru no ugoku shiro segue sendo um deleite para os olhos e sua história é envolvente o suficiente para garantir a atenção de adultos e crianças. Essa pode não ser a maior obra-prima do Studio Ghibli, mas convenhamos que essa é uma missão bastante difícil quando o nível geral das produções já é bem acima da média.
Outras divagações:
Kaze no tani no Naushika
Tonari no Totoro
Majo no takkyûbin
Mononoke-hime
Gake no ue no Ponyo
Kaze tachinu
Tantos anos depois, eu não me lembrava mais de detalhes da história, mas acreditava que tinha uma ideia do que me esperava. Ao mesmo tempo, mesmos aspectos que eu considerava “já conhecidos” conseguiram me surpreender, com destaque para o próprio “castelo” que aparece no título da produção. Eu sabia como ele é, claro, mas a forma como ele se movimenta e a maneira como seu visual contrasta com outros elementos do filme é bastante marcante.
Em Hauru no ugoku shiro, acompanhamos uma menina chamada Sofî (Chieko Baishô), que trabalha em uma loja de chapéus e não tem exatamente uma autoestima elevada, não sendo tão bonita e popular quanto sua mãe ou sua irmã. Ela vive em um país que está em guerra e toda a população de sua cidade está agitada com a presença de tropas no local.
Em meio a tudo isso, ela conhece brevemente o bruxo Hauru (Takuya Kimura), que é conhecido por ser muito bonito e por roubar corações. Pouco tempo depois, ela é amaldiçoada pela malvada Arechi no Majo (Akihiro Miwa), que a transforma em uma velha e a impede de falar no assunto. Para tentar se livrar do feitiço, Sofî vai até o castelo voador de Hauru – que mais parece uma porção de coisas empilhadas – e se torna a faxineira do lugar, fazendo companhia para o jovem ajudante Marukuru (Ryûnosuke Kamiki) e para o demônio de fogo Karushifâ (Tatsuya Gashûin).
O longa-metragem, que tem direção e roteiro de Hayao Miyazaki – o nome mais conhecido do Studio Ghibli –, é baseado em um livro da escritora britânica Diana Wynne Jones. Por conta disso, a equipe do filme se preocupou em fazer com que os personagens e os cenários fossem obviamente “ocidentais”, dando um ar europeu (francês, mais especificamente) aos ambientes e figurinos. Porém, a história não se passa em um país claramente identificável, com direito a bandeiras e outros elementos nacionais fictícios.
Assim, como é de praxe nos filmes do estúdio, tudo é muito bonito e a atenção aos detalhes é excepcional. A maldição que aflige a protagonista, por exemplo, envolve sutilezas que nem ela mesma parece notar, mas que vão se tornando cada vez mais evidentes ao longo do filme. Além do “castelo”, como já mencionei anteriormente, há uma variedade de cenários muito interessante, com destaque para o palácio real e os campos floridos que encantam a protagonista.
A história de Hauru no ugoku shiro, em contrapartida, parece ser mais rocambolesca que o necessário. Alguns elementos do universo em que a trama se passa não ficam muito claros e o último ato, em particular, envolve algumas decisões muito confusas. O filme consegue se sair bem com isso ao apostar em um clima fantástico e mágico, como se não fosse necessário se justificar em muitos momentos, mas a verdade é que seria interessante se as coisas fossem mais bem explicadas.
De qualquer modo, Hauru no ugoku shiro segue sendo um deleite para os olhos e sua história é envolvente o suficiente para garantir a atenção de adultos e crianças. Essa pode não ser a maior obra-prima do Studio Ghibli, mas convenhamos que essa é uma missão bastante difícil quando o nível geral das produções já é bem acima da média.
Outras divagações:
Kaze no tani no Naushika
Tonari no Totoro
Majo no takkyûbin
Mononoke-hime
Gake no ue no Ponyo
Kaze tachinu
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