Divagações: The Lord of the Rings: The Return of the King (versão estendida)

Depois de mergulhar na nostalgia com The Lord of the Rings: The Fellowship of the Ring e de encarar uma versão bastante melhorada de The Lo...

The Lord of the Rings: The Return of the King
Depois de mergulhar na nostalgia com The Lord of the Rings: The Fellowship of the Ring e de encarar uma versão bastante melhorada de The Lord of the Rings: The Two Towers, finalmente assistir The Lord of the Rings: The Return of the King parecia ser realmente o fim de uma jornada. Em sua versão mais longa, este filme foi o que mais recebeu acréscimos e fica mais difícil separar o que exatamente é diferente do corte que foi exibido nos cinemas em 2003 – mas tenho certeza de que o rei ganhou um bocado mais de atenção.

Dando continuidade à história, este longa-metragem traz o reino dos homens com um pouco mais de esperança, uma vez que Saruman (Christopher Lee) já foi derrotado. Ainda assim, defender Gondor dos avanços de Sauron vai exigir muito mais. Enquanto Gandalf (Ian McKellen) precisa lidar com a loucura do regente Denethor (John Noble) e com a batalha que se aproxima, Aragorn (Viggo Mortensen) deve assumir sua posição de verdadeiro herdeiro do trono, angariar exércitos e inspirar soldados – sempre acompanhado de seus fiéis escudeiros, o elfo Legolas (Orlando Bloom) e o anão Gimli (John Rhys-Davies).

Ao mesmo tempo, cada um dos hobbits tem uma jornada pessoal. Merry (Dominic Monaghan) se tornou um soldado de Rohan e busca provar seu valor em batalha ao lado da corajosa Eowyn (Miranda Otto). Já Pippin (Billy Boyd) jura lealdade ao regente de Gondor, mas logo descobre que cometeu mais um erro; ainda assim, sua posição privilegiada o permite lutar por Faramir (David Wenham). Por sua vez, Frodo (Elijah Wood) tenta se manter firme, mas já está cedendo ao peso do anel e a seus poderes, passando a ser facilmente manipulável por Gollum (Andy Serkis). Enquanto isso, Sam (Sean Astin) tenta mantê-lo são e garantir o cumprimento da missão.

Com muita coisa acontecendo e tantas pontas narrativas precisando de um fechamento, The Lord of the Rings: The Return of the King acaba não tendo uma linha narrativa própria tão consistente quanto seus antecessores. Além disso, nem todos os acréscimos efetivamente funcionam e o novo corte do filme parece atravancado ou forçado em alguns pontos, atrapalhando um pouco o ritmo geral.

Ainda assim, o filme segue sendo um ótimo fechamento para a trilogia. Ao contrário dos livros de J.R.R. Tolkien, o longa-metragem de Peter Jackson dá preferência para encerrar a trama principal e não se dá ao trabalho de mostrar exatamente o que acontece com todos os personagens e suas famílias. Eu fico um pouco triste por conta de algumas sequências que gostaria que tivessem sido incluídas, mas estou convencida de que foi uma decisão bem calculada e adequada.

Um ponto interessante é que a versão estendida, com um pouco mais de ênfase que a tradicional, dá peso aos “acontecimentos históricos” sendo retratados. Ela caracteriza a destruição do anel e o retorno do rei de Gondor como o início de uma nova era da Terra-Média, que passará a ser dominada pelos homens. Isso garante um sentido de grandeza que talvez tenha ficado um pouco pálido inicialmente.

Além disso, mesmo considerando que já se passou uma distância considerável desde o lançamento, os efeitos visuais ainda funcionam bem. Para os orcs, um figurino pesado e um bocado de maquiagem garantem que, por mais ridículos que eles possam parecer, eles são definitivamente reais. Algumas criaturas digitais, como a aranha gigante, que era particularmente impressionante em 2003, seguem funcionando muito bem e contam com o apoio de cenas um pouco mais escuras que o normal. Talvez as batalhas tragam algum estranhamento para o público atual, mas nada particularmente incômodo. Com isso, o maior distanciamento acaba sendo o próprio Gollum, porém, o bom trabalho de voz de Andy Serkis garante que o visual do personagem e seus grandes olhos criados digitalmente não quebrem a ilusão.

Após toda essa jornada, The Lord of the Rings: The Return of the King é um encerramento bastante satisfatório. Acompanhar tantos personagens por uma trama cheia de idas e vindas é algo que não conseguimos ver no cinema com frequência. Querendo ou não, a trama não é exatamente rocambolesca ou particularmente hollywoodiana, mas as interações entre diferentes pontos de vista e objetivos é o que faz a história permanecer interessante por tanto tempo, mesmo em versões estendidas.

Outras divagações:
The Lord of the Rings: The Fellowship of the Ring
The Lord of the Rings: The Two Towers

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