Divagações: Ghostbusters

Eu nasci na metade final dos anos 1980 e, dessa forma, Ghostbusters esteve presente na minha infância quase como algo que “sempre existiu”....

Ghostbusters
Eu nasci na metade final dos anos 1980 e, dessa forma, Ghostbusters esteve presente na minha infância quase como algo que “sempre existiu”. As pessoas usavam camisetas, citavam as frases mais marcantes, cantavam a música tema, jogavam vídeo games (embora o cartucho dos meus primos estivesse danificado) e assistiam ao filme de vez em quando, já que ele eventualmente era transmitido na televisão. Assim, eu conhecia as linhas gerais da história e várias cenas, mas não conseguia me lembrar de um dia ter realmente sentado para vê-lo. Bom... Chegou a hora!

Neste primeiro longa-metragem, temos a origem do grupo. Peter Venkman (Bill Murray), Raymond Stantz (Dan Aykroyd) e Egon Spengler (Harold Ramis) são três cientistas do sobrenatural, embora o primeiro deles não seja um pesquisador ético e, de maneira geral, os métodos sejam bem questionáveis. O detalhe é que eles são chutados da universidade quase ao mesmo tempo em que fazem uma descoberta revolucionária. Então, para ganhar a vida, eles decidem se tornar caça-fantasmas.

Uma das primeiras clientes é Dana Barrett (Sigourney Weaver), uma respeitável jovem profissional da classe artística nova-iorquina, que enxerga algo monstruoso dentro de sua geladeira. A princípio, o caso não parece ter nada demais, mas ele é o primeiro de uma sequência de eventos que pode levar ao fim do mundo – o que, de alguma forma, também envolve o inconveniente vizinho de Dana, Louis Tully (Rick Moranis).

Ao mesmo tempo em que a trama apocalíptica se desenrola, o empreendimento vai tomando forma e crescendo. Ainda que os “empresários” cometam uma série de trapalhadas e causem bastante destruição, eles fazem o seu trabalho e vão ganhando popularidade. A secretária que inicialmente não tem nada para fazer, Janine Melnitz (Annie Potts), acaba se tornando uma profissional bastante ocupada e, eventualmente, o grupo recebe um quarto membro, Winston Zeddemore (Ernie Hudson).

Com tudo isso acontecendo, o único compromisso real de Ghostbusters é divertir. Tudo no filme é construído na base do absurdo, inusitado e improvisado – ao menos aos olhos do público, já que o time de efeitos visuais (muitos deles, ilusões ou truques práticos) teve bastante trabalho. Assim, de alguma forma, a mágica acontece e os personagens principais acabam se tornando simpáticos ao público, mesmo se tratando de um grupo de nerds acompanhados por um picareta.

Além disso, mesmo aos olhos de hoje, os efeitos se sustentam. Os mais incômodos provavelmente são os da sequência do clímax, mas o envolvimento com a história já é tão grande neste ponto que isso deixa de importar. Para completar, o aspecto datado de algumas das escolhas acaba servindo como um elemento cômico adicional, o que só se soma ao contexto geral.

Dessa forma, o aspecto que cause o maior estranhamento em Ghostbusters (considerando alguém que caia de paraquedas na frente do filme) é a própria narrativa, que tem um ritmo frenético em termos de acontecimentos, mas sem a estrutura tão bem amarrada e cheia de reviravoltas e/ou cenas de ação que acabamos acostumados a esperar. Entretanto, observando que o filme acabou tendo um apelo como uma “produção para toda a família”, essa loucura ainda deve funcionar para entreter desde as crianças até o vovô.

Outras divagações:
No Strings Attached

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