De vez em quando, eu me pego pensando na minha sorte em viver nesse planeta – ou nesse país – ao mesmo tempo em que grandes artistas e/ou pensadores. Imagino o orgulho que terei quando, no futuro, poderei dizer a futuras gerações que “sim, eu lembro quando tal pessoa estava viva”. Se eu conseguir acrescentar um “e até consegui ir vê-la em uma performance”, então, seria fantástico.
Acho que a existência de um filme como Milton Bituca Nascimento se justifica porque tem mais gente que pensa como eu. É como se a cineasta Flavia Moraes estivesse dizendo para o mundo: “Eu sou muito grata por ter tido o privilégio de ver – e de filmar – Milton Nascimento”. Esse sentimento que guia as lentes da documentarista também se reflete em todos os entrevistados (e não são poucos).
Ao longo de praticamente duas horas de duração, o documentário acompanha a turnê de despedida do cantor e compositor Milton Nascimento, também conhecido como Bituca. Além de mostrar breves trechos das performances, a produção reúne artistas de diferentes lugares, todos dispostos a compartilhar o que acham de interessante na obra do homenageado. Como muitos deles também se dispõem a cantar, o que não falta são vozes e harmonias diversas (sinceramente, eu até gostaria de ouvir mais o próprio Bituca).
Milton Bituca Nascimento, o filme, dá ainda uma atenção especial para os shows internacionais, nos Estados Unidos e na Europa, de modo a enfatizar a importância musical do brasileiro e o reconhecimento de sua qualidade artística em um nível técnico. Sob certos aspectos, é como se o longa-metragem exaltasse seu retratado ao mesmo tempo em que cria uma barreira contra o “vira-latismo”. Funciona, por mais que eu tenha ficado com vontade de ver mais Minas Gerais e menos Nova York.
De qualquer modo, como se não bastasse a beleza das canções, o filme possui a narração de Fernanda Montenegro. A atriz realmente capricha na entonação e consegue conectar os segmentos com o auxílio de um texto bem amarrado – em uma mistura de poesia e narrativa, ela mantém o espectador atento e traz elementos extras. Inclusive, em muitas outras produções, essa voz facilmente reconhecível seria um elemento surpresa de “luxo”; aqui, entretanto, ela se encaixa bem.
Em resumo, Milton Bituca Nascimento mistura a missão de registrar a turnê com uma verdadeira homenagem a Milton Nascimento, justificando essa escolha por meio de seus próprios entrevistados. Afinal, eles não se cansam de destilar elogios e comentar as características únicas da obra em questão. Por exemplo, eu não sabia sobre toda a discussão sobre ser jazz e/ou MPB.
Ao mesmo tempo, o filme não procura recapitular toda a vida e obra do artista, destacando apenas os pontos que julga importante. Há um breve resumo da infância, relatos a respeito do início da carreira musical, histórias dos tempos dos grandes festivais e anedotas sobre composições importantes, mas os momentos difíceis são apenas pincelados, como se aqui realmente não fosse o lugar deles.
Para quem conhece pouco sobre o Milton Nascimento, este longa-metragem abre portas e janelas para um mundo a ser explorado, já que não há um aprofundamento real. Aliás, duas horas parece ser pouco tempo para fazer mais do que arranhar a superfície de uma obra tão grande, que mistura aspectos simples e complexos (como o filme menciona em mais de uma ocasião). Já para os fãs ou meros admiradores, Milton Bituca Nascimento é um deleite.
Acho que a existência de um filme como Milton Bituca Nascimento se justifica porque tem mais gente que pensa como eu. É como se a cineasta Flavia Moraes estivesse dizendo para o mundo: “Eu sou muito grata por ter tido o privilégio de ver – e de filmar – Milton Nascimento”. Esse sentimento que guia as lentes da documentarista também se reflete em todos os entrevistados (e não são poucos).
Ao longo de praticamente duas horas de duração, o documentário acompanha a turnê de despedida do cantor e compositor Milton Nascimento, também conhecido como Bituca. Além de mostrar breves trechos das performances, a produção reúne artistas de diferentes lugares, todos dispostos a compartilhar o que acham de interessante na obra do homenageado. Como muitos deles também se dispõem a cantar, o que não falta são vozes e harmonias diversas (sinceramente, eu até gostaria de ouvir mais o próprio Bituca).
Milton Bituca Nascimento, o filme, dá ainda uma atenção especial para os shows internacionais, nos Estados Unidos e na Europa, de modo a enfatizar a importância musical do brasileiro e o reconhecimento de sua qualidade artística em um nível técnico. Sob certos aspectos, é como se o longa-metragem exaltasse seu retratado ao mesmo tempo em que cria uma barreira contra o “vira-latismo”. Funciona, por mais que eu tenha ficado com vontade de ver mais Minas Gerais e menos Nova York.
De qualquer modo, como se não bastasse a beleza das canções, o filme possui a narração de Fernanda Montenegro. A atriz realmente capricha na entonação e consegue conectar os segmentos com o auxílio de um texto bem amarrado – em uma mistura de poesia e narrativa, ela mantém o espectador atento e traz elementos extras. Inclusive, em muitas outras produções, essa voz facilmente reconhecível seria um elemento surpresa de “luxo”; aqui, entretanto, ela se encaixa bem.
Em resumo, Milton Bituca Nascimento mistura a missão de registrar a turnê com uma verdadeira homenagem a Milton Nascimento, justificando essa escolha por meio de seus próprios entrevistados. Afinal, eles não se cansam de destilar elogios e comentar as características únicas da obra em questão. Por exemplo, eu não sabia sobre toda a discussão sobre ser jazz e/ou MPB.
Ao mesmo tempo, o filme não procura recapitular toda a vida e obra do artista, destacando apenas os pontos que julga importante. Há um breve resumo da infância, relatos a respeito do início da carreira musical, histórias dos tempos dos grandes festivais e anedotas sobre composições importantes, mas os momentos difíceis são apenas pincelados, como se aqui realmente não fosse o lugar deles.
Para quem conhece pouco sobre o Milton Nascimento, este longa-metragem abre portas e janelas para um mundo a ser explorado, já que não há um aprofundamento real. Aliás, duas horas parece ser pouco tempo para fazer mais do que arranhar a superfície de uma obra tão grande, que mistura aspectos simples e complexos (como o filme menciona em mais de uma ocasião). Já para os fãs ou meros admiradores, Milton Bituca Nascimento é um deleite.
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