Por mais que eu não me considere muito “antenada” no que os jovens de hoje em dia andam aprontando, KPop Demon Hunters conseguiu entrar no meu radar.* Confesso que a curiosidade bateu e resolvi encarar, mesmo estando perfeitamente ciente de que me faltam muitas referências para captar certos detalhes.
De qualquer modo, por mais que o filme seja acompanhado de seu próprio universo de crenças, tudo é explicado muito diretamente e não é nada complexo. Os diretores Chris Appelhans e Maggie Kang (que também assina a história) fizeram uma produção estadunidense que homenageia outra cultura, mas segue sendo bastante próximo ao formato já conhecido.
Assim, em resumo, KPop Demon Hunters se passa em um mundo onde demônios habitam as profundezas. Nele, cada nova geração é acompanhada por um trio de garotas guerreiras com belas vozes, capazes de lutar fisicamente contra os monstrengos e, também, criar uma barreira protetiva a partir do poder da canção (sim, é bem brega mesmo).
No momento, esse grupo é formado pela empolgada Zoey (Ji-young Yoo), pela ríspida Mira (May Hong) e pela responsável Rumi (Arden Cho), que tem um segredo delicado. Elas são apoiadas espiritualmente por Celine (Yunjin Kim), que fez parte do grupo antecessor, e profissionalmente pelo sempre disposto empresário Bobby (Ken Jeong).
Quando a história começa, as meninas estão no auge da fama, prestes a finalmente selarem a barreira que separa os dois mundos, chamada de Honmoon. Porém, as forças demoníacas de Gwi-Ma (Lee Byung-hun) têm uma cartada final: uma boy band comandada pelo calculista Jinu (Ahn Hyo-seop). Assim, além de serem distraídas pela rivalidade, elas também precisam lidar com a (aparente) beleza dos rivais e com a aproximação emocional dos inimigos.
Com isso, KPop Demon Hunters tem uma aventura bem tradicional, cheia de ação e músicas propositalmente grudentas, além de ser acompanhado por uma mistura de magia, glamour e adoração pela cultura coreana. Por mais que a animação repleta de elementos me perca em algumas sequências (especialmente nas mais “lentas”), o conjunto é realmente bastante divertido e a linguagem conversa bem com outras produções recentes.
Aliás, considerando a crise de criatividade presente nos longas-metragens de animação, o sucesso da produção não me surpreende nem um pouco. Há um espaço real para histórias como essa, que exploram coisas diferentes de uma forma simples, sem procurar criar confusão, mas também sem subestimar a inteligência de um público mais novo. Para completar, o senso de humor está no lugar certo, rindo até mesmo de suas protagonistas e do universo que as rodeia.
KPop Demon Hunters é leve, divertido, agitado e perfeitamente adequado para assistir com um balde de pipoca na mão. Mesmo sem crianças por perto, o filme conseguiu me entreter (e confesso que até fiquei com vontade de ouvir novamente as músicas no dia seguinte).
* E, veja bem, no mesmo dia em que assisti à produção, uma feira coreana super popular estava acontecendo a poucas quadras da minha casa (e eu não fazia ideia).

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