Divagações: Mission Impossible III

É estranho pensar que uma série da década de 1960 se transformou em uma franquia cinematográfica de ação bem-sucedida e extremamente luc...

É estranho pensar que uma série da década de 1960 se transformou em uma franquia cinematográfica de ação bem-sucedida e extremamente lucrativa. Claro que esse não é o único exemplo, mas é um dos melhores quando se trata de um remake que se tornou mais importante que o produto original.

O primeiro filme, Mission: Impossible (1996), trouxe para o cinema uma aventura incrível acompanhada por diversos clichês do gênero. Quatro anos depois, sua primeira continuação acrescentou mais tecnologia e grandiosidade à série. Mas foi apenas em 2006, com Mission: Impossible III, que ficou provado que havia futuro para Ethan Hunt e companhia, com histórias mais mirabolantes, muitas explosões, perseguições com meios de transportes variados e estereótipos bem trabalhados.

Dessa vez, Ethan Hunt (Tom Cruise) não é um super agente da secreta IMF, mas um treinador. Sua vida está mudando e ele é noivo da bela Julia (Michelle Monaghan), uma médica que acredita que ele trabalha como analista de trânsito. No entanto, uma de suas pupilas favoritas, Lindsey Farris (Keri Russell) é sequestrada e ele parte em uma missão para recuperar a moça acompanhado por Luther Stickell (Ving Rhames), Declan Gormley (Jonathan Rhys Meyers) e Zhen Lei (Maggie Q). É claro que a questão toda era mais complicada que isso e ele precisou também da ajuda do técnico de informática Benji Dunn (Simon Pegg) e do seu superior diretor John Musgrave (Billy Crudup) enquanto evitava a chefia de Theodore Brassel (Laurence Fishburne) e corria atrás do vilão Owen Davian (Philip Seymour Hoffman).

Obviamente, é muita gente e seria difícil lidar com todos esses personagens. Para facilitar, nenhum deles têm uma carga dramática muito alta e todos servem, basicamente, para ajudar ou atrapalhar o protagonista. Isso é até um pouco exagerado, na verdade, e eu me questionei sobre a razão das pessoas arriscarem suas vidas dessa maneira para ajudar um cara que nem ao menos é agradável com elas (vamos combinar que ele é bem mandão).

De qualquer forma, o filme se propõe a mostrar Tom Cruise correndo de todos os ângulos e fazendo coisas arriscadas – de preferência, envolvendo altura, pouca proteção e quase nenhum tempo. E Mission: Impossible III cumpre tudo isso com direito a mensagem se destruindo em cinco segundos, máscara absurdamente realista e todo o resto. A fórmula, por mais manjada que seja, ainda funciona e você se descobre esperando pelo momento em que ele vai ficar dependurado por um fio (literalmente).

Dirigido por J.J. Abrams, o filme não tem grandes pretensões além de contar a história de uma grande aventura que só poderia acontecer com aquele personagem. Sinceramente, não recomendo para um novato que comece a série por aqui, pois não há preocupações em apresentar personagens ou o que eles fazem. Ao mesmo tempo, esse é possivelmente o melhor filme da série e vale a pena chegar até esse ponto.

Afinal, com carrões, moças de vestidos sensuais, cenários em diversos cantos do mundo e todo o charme dos agentes secretos, Mission: Impossible III é um filme para quem gosta de ver Tom Cruise em ação e não exige muito mais do que isso. Quem aproveitou os filmes anteriores deve gostar ainda mais.

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