Divagações: Star Wars: Episode VII - The Force Awakens
22.12.15
Acredito que a maior parte das pessoas da minha geração consegue lembrar bem de seu primeiro contato com a série Star Wars. Ela foi um marco para a geração dos meus pais, mudou o cinema de entretenimento e continua a influenciar a cultura pop. Há pessoas que simplesmente não ligam e existem os casos raros de indivíduos que nunca assistiram a um filme sequer (os raríssimos não sabem do principal spoiler da trilogia clássica).
No meu caso, fui ver Star Wars: Episode I - The Phantom Menace no cinema, acompanhada pelo meu pai e pelo meu irmão. Demorou um bom tempo para que eu valorizasse aquela experiência, mas já naquela época fui marcada pelas reportagens que mostravam os fãs fazendo fila em frente aos grandes cinemas.
Ainda assim, nada se compara ao que estou vendo acontecer com Star Wars: Episode VII - The Force Awakens. Com o poderio da Disney e a valorização do ‘estilo nerd’, o filme em si foi engolido por uma enxurrada de merchandising (não que esse já não fosse um dos fortes de George Lucas e seu espírito empreendedor) e uma ansiedade com poucos equivalentes. A questão é: vale essa empolgação toda?
O filme é uma aventura simples e bem produzida, sem grandes mistérios ou profundidades dramáticas ‒ exatamente de acordo com o que se deveria esperar da série, na minha opinião. Rey (Daisy Ridley) vive da melhor forma possível em um planeta pobre, mas sonha em reencontrar sua família. Finn (John Boyega) foi treinado toda a vida para lutar em nome da First Order, mas decide mudar de lado e escapar logo após sua primeira missão recebendo ordens do terrível Kylo Ren (Adam Driver).
Os dois se cruzam e decidem se ajudar graças à presença do robô BB-8, que está sendo perseguido por guardar um mapa que pode conter a localização de Luke Skywalker (Mark Hamill). Também não demora para que eles se juntem às forças da resistência, com Han Solo (Harrison Ford), Chewbacca (Peter Mayhew), Leia Organa (Carrie Fisher) e companhia.
A correria que se segue não exige muito do espectador, mas é diversão garantida. O texto é leve, com momentos cômicos nas horas certas (não tentando ser uma comédia em nenhum momento), sem um exagero de coisas acontecendo ao mesmo tempo (o que prejudicava bastante o ritmo na trilogia mais recente) e com uma carga emocional digna de qualquer filme da trilogia clássica.
Quem conseguir ir ao cinema sem receber spoilers vai aproveitar bastante! Mas acredito que mesmo quem souber mais que o necessário vai conseguir se divertir. A verdade é que Star Wars: Episode VII - The Force Awakens não demanda muitos conhecimentos da obra original ou dos filmes novos. Quem tiver uma noção sobre personagens como Luke, Leia e Han Solo já vai entender tudo o que for preciso, mas os mais desavisados (se é que eles existem) não devem sofrer muito.
Por sua vez, os fãs ‘de verdade’ também não devem se decepcionar. Sob o comando de J.J. Abrams, o filme manteve sua identidade intacta, com direito à cena de abertura clássica e às transições de cenas bregas. Além disso, embora conte com uma quantidade imensa de efeitos especiais, a produção não tenta ‘se aparecer’ com isso, deixando todo o visual bastante orgânico. Há muitos efeitos práticos e uma sensação de continuidade válida em relação aos primeiros filmes. Talvez o único ponto que decepcione um pouco seja a trilha sonora um tanto quanto apagadinha (mesmo com a assinatura de John Williams), mas garanto que as notas mais marcantes continuam presentes.
Ainda é cedo para saber se Star Wars: Episode VII - The Force Awakens merecerá ser chamado de clássico ou se terá uma grande influência nas futuras gerações. O que é um fato inegável é o sucesso comercial do filme, que está quebrando recordes a torto e a direito. De certo modo, essa é uma das principais características da série, então acredito que está tudo dentro dos conformes!
E que a Força esteja com Star Wars: Episode VIII, previsto para estrear no Brasil em 26 de maio de 2017.
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