Divagações: The Holiday

Nancy Meyers é um nome importante para quem (como eu) gosta de comédias românticas. A roteirista e diretora é conhecida por alguns dos fi...

Nancy Meyers é um nome importante para quem (como eu) gosta de comédias românticas. A roteirista e diretora é conhecida por alguns dos filmes mais sensíveis e leves já feitos quando se trata de relacionamentos – embora ela não se restrinja a esse gênero, vale acrescentar. Tudo bem que ela só aborda casais heterossexuais brancos e sem problemas financeiros, mas suponho que seja melhor que ela se restrinja ao universo que conhece e o represente de acordo.

The Holiday é um desses filmes – um típico conto de fadas, mas direcionado para quem está fingindo ter “passado da idade” (?) para essas coisas. Basicamente, a trama envolve duas mulheres de personalidades distintas e que vivem dilemas bem diferentes na vida, porém, seus caminhos acabam se cruzando.

Amanda (Cameron Diaz) trabalha em Los Angeles como editora de trailers de filmes. Ela mora em um casarão, é totalmente focada no trabalho e tanto sua saúde quanto seus relacionamentos acabam sofrendo bastante por conta disso. Para completar, ela não chora há muitos anos e se acostumou com a ideia de que é uma pessoa insensível.

Já Iris (Kate Winslet) é uma jornalista que vive nos arredores de Londres e está irremediavelmente apaixonada por um colega, Jasper (Rufus Sewell). Ele, por sua vez, não só sabe dessa “afeição” como a alimenta sempre que possível, brincando com os sentimentos de Iris como se isso não fosse nada demais. Embora ainda tenha sentimentos por ele, ela decide dar um basta na situação.

Em um ímpeto, ambas entram em um site que promove trocas de casas por períodos temporários e, de repente, Amanda vai parar em uma charmosa casinha em uma paisagem nevada na Inglaterra, enquanto Iris passa a curtir os luxos de Hollywood. Assim, Amanda conhece o charmoso irmão de Iris, Graham (Jude Law), e Iris passa a conviver com um roteirista de cinema saudoso dos velhos tempos, Arthur (Eli Wallach), e com um compositor de trilhas sonoras que também enfrenta seus próprios problemas de relacionamento, Miles (Jack Black, em uma das raras ocasiões em que tenta interpretar alguém diferente dele mesmo).

Nem preciso dizer que todo o desenrolar de The Holiday é bastante óbvio. Isso, contudo, não impede que a jornada seja deliciosa de se acompanhar. As dinâmicas entre os casais que se formam são bastante divertidas e, por mais que seja um pouco estranho imaginar a dupla Winslet e Black, é preciso admitir que ele se esforça para ser digno das afeições dela.

Claro que a minha própria opinião pode ser um pouco enviesada – há quem reclame do elenco como um todo, de Amanda como personagem e da falta de um romance real para Iris. Mesmo assim, o longa-metragem é um dos meus favoritos na filmografia de Nancy Meyers e tenho boas lembranças de tê-lo assistido em diferentes contextos. Isso sem contar que toda a história se passa no período de Natal, o que também ajuda a produção a ganhar uns pontinhos comigo.

Obviamente, eu sei que The Holiday não é uma obra-prima (e que seu conceito envelheceu estranhamente em pouco mais de 10 anos). Mas eu insisto em defender as comédias românticas onde um pequeno encontro entre duas pessoas leva a grandes certezas para a vida. Afinal, você sabe que esses casais serão felizes para sempre, mesmo que tudo aconteça no intervalo de uma ou duas semanas. É o tipo de mágica inocente que não surge com frequência nos filmes para adultos e que, mesmo quando aparece, raramente é convincente.

Outras divagações:
Something's Gotta Give
It's Complicated
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