Em tempos pandêmicos, até mesmo os tão aguardados lançamentos da Marvel acabaram sofrendo. Enquanto Black Widow representou uma espécie de retomada, trazendo de volta uma personagem querida para as telas, e Eternals buscou reunir forças para levar um público maior ao cinema, Shang-Chi and the Legend of the Ten Rings acabou meio perdido. Ainda assim, vale a pena estourar uma pipoca e reunir uma galera (desde que você já se sinta seguro para aglomerar, lógico).

Tudo começa há muitos e muitos anos, quando Xu Wenwu (Tony Chiu-Wai Leung) recebe dez anéis (que, na verdade, são braceletes) poderosos, que o tornam praticamente invencível em qualquer luta. Além de ser imortal, ele se torna mais e mais ambicioso com o tempo, passando a comandar impérios. Mas é quando decide invadir uma vila mágica que ele acaba encontrando seu ponto fraco: Li (Fala Chen). Os dois se casam, ele abandona seu estilo de vida questionável e eles têm dois filhos adoráveis.

Porém... Essa não é a história de Shang-Chi and the Legend of the Ten Rings, sendo referente apenas aos primeiros anos de vida de Shang-Chi (Simu Liu) e Xialing (Meng'er Zhang). Ao longo da adolescência, ele é duramente treinado para ser um assassino, enquanto ela precisa descobrir como brigar por conta própria. Eventualmente, ambos acabam fugindo e seguindo seus caminhos. Ele vai para os Estados Unidos trabalhar de manobrista ao lado de sua melhor amiga, Katy (Awkwafina), e ela se torna uma empresária em um ramo bastante perigoso.

Mas, como não podia deixar de ser, eles se reencontram após muitos anos e precisam lidar com uma montanha de ressentimentos e uma missão em comum: proteger a vila de sua mãe de uma poderosa ameaça (sim, o próprio pai). E isso é o que eu normalmente chamaria de um drama familiar de proporções catastróficas, mas estamos falando de um filme da Marvel, então, tudo é apresentado com muito humor.

Aliás, em meio a tentativas de obras mais autorais e experimentações com diferentes estilos, Shang-Chi and the Legend of the Ten Rings é uma produção bastante típica do estúdio, seguindo a fórmula já bem azeitada (e que ainda funciona). Há piadinhas frequentes, uma profusão de efeitos especiais, referências diversas a todo o universo cinematográfico em questão e uma coadjuvante que está lá com o único objetivo de aproximar o público daquela maluquice toda (que nunca faz muito sentido se você parar para pensar).

Um grande trunfo do filme, ao mesmo tempo, é ter um vilão menos grandioso e bem mais palpável – algo que não é exatamente típico da Marvel, com seus monstrengos cheios de maquiagem e uma boa dose de computação gráfica. Ainda que eu tenha meus problemas em “comprar” o personagem, a verdade é que ele tem mais dimensões que o habitual e apresenta um desafio diferente para os protagonistas.

Assim, esta produção dirigida por Destin Daniel Cretton não reinventa a roda. Mas ela sabe lidar muito bem com os elementos dos filmes de heróis (que já é um gênero próprio a esta altura do campeonato) e os mistura com doses reconhecíveis – mas não imersíveis – de obras de artes marcial orientais, dando um tempero diferente para algo que já está interiorizado pelo público.

E, bom, caso você tenha se perguntado, Ben Kingsley está no elenco.

Outras divagações:
Ant-Man
Ant-Man and the Wasp
Black Panther
Black Widow
Captain America: The First Avenger
Captain America: The Winter Soldier
Captain America: Civil War
Captain Marvel
Doctor Strange
Eternals
Guardians of the Galaxy
Guardians of the Galaxy Vol. 2
Iron Man
Iron Man 2
Iron Man 3
Spider-Man: Homecoming
Spider-Man: Far from Home
The Avengers
Avengers: Age of Ultron
Avengers: Infinity War
Avengers: Endgame
Thor
Thor: The Dark World
Thor: Ragnarok