Divagações: Highlander
10.8.22
Como uma pessoa nascida no final dos anos 1980, eu coloquei Highlander em um espaço de lembranças místicas. Este era um filme passava tarde da noite na televisão e que os adultos não gostavam muito que eu assistisse, mas que causava alvoroço na turma do colégio a cada vez que era exibido. Lembro de alguns meninos (os bagunceiros, claro, aqueles que podiam ficar acordados até tarde) imitando cenas, tentando alcançar a voz gutural de algum personagem, conversando sobre aquele mundo cheio de coisas interessantes. Em sala de aula, eu escondia a minha curiosidade, mas, ao longo dos anos, consegui ter um vislumbre aqui, outro ali. Quando finalmente atingi uma idade adequada para ver o filme e passei a entender do que se tratava, a graça já não existia mais. As continuações estragaram a brincadeira e ninguém mais prestava atenção nas (cada vez mais raras) exibições.
Mas isso não quer dizer que Highlander tenha perdido sua mágica. Hoje, ouso dizer, ele é ainda mais fantástico, com sua narrativa tão típica da época, a trilha sonora exageradíssima –com canções do Queen – e um conceito tão simples e tão absurdo ao mesmo tempo. Isso sem falar nos efeitos visuais (vários deles executados no set de filmagem), nos sons bem demarcados (e falsos) e nos figurinos que beiram o constrangedor. Posso dizer que, nas quase duas horas do longa-metragem, eu mergulhei na história e me diverti exatamente como deveria ser, mas também ri muito.
Connor MacLeod (Christopher Lambert) é um escocês das Terras Altas (as Highlands, o que faz dele um highlander). Ele vive com seu clã, que está sempre em guerra com as famílias vizinhas, até que é atingido em batalha pelo misterioso Kurgan (Clancy Brown). A ferida deveria ter tirado sua vida, mas ele acabou se recuperando rapidamente, pois Connor é um imortal. Para ajudá-lo a lidar com Kurgan, que também é um imortal, ele vira discípulo de Ramirez (Sean Connery), que, vejam só, também não pode morrer. Ou quase isso... O único jeito de acabar com um imortal é arrancando sua cabeça e, eventualmente, todos eles terão que lutar, pois só pode haver um – e esse “um” ganhará um “prêmio” misterioso.
Embora a origem dos imortais, de seus poderes e deste “prêmio” fiquem a critério da imaginação dos espectadores, a trama de Highlander é curiosamente bem amarrada. Afinal, o conceito não passa de uma desculpa para colocar em cena brigas de espadas acontecendo na Nova York do século 20, intercaladas com sequências de época que exploram a criação de um herói nas belas e montanhosas paisagens escocesas. Ou seja, o filme não se dá ao trabalho de explicar nenhum dos elementos fantásticos, apenas se aproveitando deles para fazer uma trama relativamente comum de perseguição entre dois rivais ficar “cool”.
Assim, este filme dirigido por Russell Mulcahy realmente tem mais estética que substância, o que faz com que ele não esteja na lista de “Melhores Filmes” de qualquer compilado minimamente sério (destes que prezam por “cinema de qualidade”), mas ele provavelmente entra nas relações de longas-metragens favoritos, mais adorados ou similares. Mesmo 35 anos após seu lançamento, Highlander segue sendo um bom entretenimento e uma referência sobre a loucura dos anos 1980. E, sinceramente, deu vontade de ser criança para me fascinar com tudo isso e poder imitar meus momentos favoritos sem constrangimento algum: There can be only one!
Mas isso não quer dizer que Highlander tenha perdido sua mágica. Hoje, ouso dizer, ele é ainda mais fantástico, com sua narrativa tão típica da época, a trilha sonora exageradíssima –com canções do Queen – e um conceito tão simples e tão absurdo ao mesmo tempo. Isso sem falar nos efeitos visuais (vários deles executados no set de filmagem), nos sons bem demarcados (e falsos) e nos figurinos que beiram o constrangedor. Posso dizer que, nas quase duas horas do longa-metragem, eu mergulhei na história e me diverti exatamente como deveria ser, mas também ri muito.
Connor MacLeod (Christopher Lambert) é um escocês das Terras Altas (as Highlands, o que faz dele um highlander). Ele vive com seu clã, que está sempre em guerra com as famílias vizinhas, até que é atingido em batalha pelo misterioso Kurgan (Clancy Brown). A ferida deveria ter tirado sua vida, mas ele acabou se recuperando rapidamente, pois Connor é um imortal. Para ajudá-lo a lidar com Kurgan, que também é um imortal, ele vira discípulo de Ramirez (Sean Connery), que, vejam só, também não pode morrer. Ou quase isso... O único jeito de acabar com um imortal é arrancando sua cabeça e, eventualmente, todos eles terão que lutar, pois só pode haver um – e esse “um” ganhará um “prêmio” misterioso.
Embora a origem dos imortais, de seus poderes e deste “prêmio” fiquem a critério da imaginação dos espectadores, a trama de Highlander é curiosamente bem amarrada. Afinal, o conceito não passa de uma desculpa para colocar em cena brigas de espadas acontecendo na Nova York do século 20, intercaladas com sequências de época que exploram a criação de um herói nas belas e montanhosas paisagens escocesas. Ou seja, o filme não se dá ao trabalho de explicar nenhum dos elementos fantásticos, apenas se aproveitando deles para fazer uma trama relativamente comum de perseguição entre dois rivais ficar “cool”.
Assim, este filme dirigido por Russell Mulcahy realmente tem mais estética que substância, o que faz com que ele não esteja na lista de “Melhores Filmes” de qualquer compilado minimamente sério (destes que prezam por “cinema de qualidade”), mas ele provavelmente entra nas relações de longas-metragens favoritos, mais adorados ou similares. Mesmo 35 anos após seu lançamento, Highlander segue sendo um bom entretenimento e uma referência sobre a loucura dos anos 1980. E, sinceramente, deu vontade de ser criança para me fascinar com tudo isso e poder imitar meus momentos favoritos sem constrangimento algum: There can be only one!
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