Divagações: Heaven in Hell
3.4.23
Depois de encarar vários filmes da mais recente temporada de premiações, achei que seria interessante dar uma mudada no ritmo e ver produções mais focadas em entretenimento, sem aquela pressão de “cinema de qualidade”. Porém, eu não ando fazendo boas escolhas nesse sentido.
Heaven in Hell, por exemplo, tem a promessa de trazer algo sensual, com um romance tórrido e proibido – ou, pelo menos, eu achei que tinha. O longa-metragem realmente aposta na sensualidade, mas também tenta fazer com que isso funcione em meio a um dramalhão exagerado, onde as ações de vários personagens são incoerentes com os objetivos que eles pretendem alcançar (algo que poderia ser ignorado se não fosse tão forçado).
A história se desenvolve ao redor de uma juíza cinquentona e bonitona, Olga (Magdalena Boczarska), que está solteira há algum tempo e acaba se envolvendo com a testemunha de um caso sob sua responsabilidade. O italiano que a seduz é Maks (Simone Susinna), um surfista e paraquedista que, além de ser 15 anos mais jovem que a juíza, já teve um relacionamento com a filha dela, a universitária e irritadiça Maja (Katarzyna Sawczuk).
Vou fazer uma pausa aqui para dizer que, pelos meus padrões, o relacionamento de Maks com Maja é bem mais “inapropriado” que o com Olga. Ainda assim, tecnicamente, são todos adultos, de modo que só me resta criticar o machismo dos personagens coadjuvantes.
Voltando à sinopse de Heaven in Hell (o título original é um trocadilho com o nome do lugar onde a história se passa). Em vez de contar a verdade para sua mãe, Maja usa de uma série de subterfúgios para tentar separar o casal – que, enquanto isso, vai ficando cada vez mais envolvido romanticamente. Ao seu lado, ela conta com um amigo de Maks, Kamil (Sebastian Fabijanski), que está brabo porque perdeu a companhia do italiano para uma aguardada viagem ao Brasil.
Com isso, quero acreditar que Heaven in Hell era para ser um filme sobre sedução que se perdeu quando colocou muita seriedade na trama. Afinal, se a ideia fosse fazer um drama apimentado, esta história já não se sustentaria. Outra dificuldade que a produção cria para si mesma é tentar justificar os personagens, em uma tentativa de fazer o público “torcer” pelo casal principal – a ambiguidade moral é bem mais interessante, assim como a luxúria como motivação.
Para completar, o elenco não dá conta de entregar muita coisa. No núcleo principal, com a possível exceção da protagonista, ninguém têm a envergadura necessária para fazer o texto parecer crível (convenhamos que o roteiro não ajuda). Como se não bastasse, Katarzyna Sawczuk cai na armadilha de interpretar uma jovem que deveria ser sensual, mas que se comporta como uma pirralha mimada, de modo que ela fica deslocada em praticamente todas as suas cenas.
Nesse acúmulo de frustrações, Heaven in Hell só deve gerar algum proveito se o seu objetivo for ver as sequências picantes e se os seus fetiches estão alinhados com alguns dos mostrados na produção: a mulher madura bonitona, o italiano sedutor, surfistas, saltos de paraquedas, casa de gente rica com paredes de vidro, sexo na praia, sexo no barco, sexo na mesa do trabalho, masturbação no carro etc.. Caso nada disso tenha muito efeito para você, pode só esquecer que esse filme existe.
Heaven in Hell, por exemplo, tem a promessa de trazer algo sensual, com um romance tórrido e proibido – ou, pelo menos, eu achei que tinha. O longa-metragem realmente aposta na sensualidade, mas também tenta fazer com que isso funcione em meio a um dramalhão exagerado, onde as ações de vários personagens são incoerentes com os objetivos que eles pretendem alcançar (algo que poderia ser ignorado se não fosse tão forçado).
A história se desenvolve ao redor de uma juíza cinquentona e bonitona, Olga (Magdalena Boczarska), que está solteira há algum tempo e acaba se envolvendo com a testemunha de um caso sob sua responsabilidade. O italiano que a seduz é Maks (Simone Susinna), um surfista e paraquedista que, além de ser 15 anos mais jovem que a juíza, já teve um relacionamento com a filha dela, a universitária e irritadiça Maja (Katarzyna Sawczuk).
Vou fazer uma pausa aqui para dizer que, pelos meus padrões, o relacionamento de Maks com Maja é bem mais “inapropriado” que o com Olga. Ainda assim, tecnicamente, são todos adultos, de modo que só me resta criticar o machismo dos personagens coadjuvantes.
Voltando à sinopse de Heaven in Hell (o título original é um trocadilho com o nome do lugar onde a história se passa). Em vez de contar a verdade para sua mãe, Maja usa de uma série de subterfúgios para tentar separar o casal – que, enquanto isso, vai ficando cada vez mais envolvido romanticamente. Ao seu lado, ela conta com um amigo de Maks, Kamil (Sebastian Fabijanski), que está brabo porque perdeu a companhia do italiano para uma aguardada viagem ao Brasil.
Com isso, quero acreditar que Heaven in Hell era para ser um filme sobre sedução que se perdeu quando colocou muita seriedade na trama. Afinal, se a ideia fosse fazer um drama apimentado, esta história já não se sustentaria. Outra dificuldade que a produção cria para si mesma é tentar justificar os personagens, em uma tentativa de fazer o público “torcer” pelo casal principal – a ambiguidade moral é bem mais interessante, assim como a luxúria como motivação.
Para completar, o elenco não dá conta de entregar muita coisa. No núcleo principal, com a possível exceção da protagonista, ninguém têm a envergadura necessária para fazer o texto parecer crível (convenhamos que o roteiro não ajuda). Como se não bastasse, Katarzyna Sawczuk cai na armadilha de interpretar uma jovem que deveria ser sensual, mas que se comporta como uma pirralha mimada, de modo que ela fica deslocada em praticamente todas as suas cenas.
Nesse acúmulo de frustrações, Heaven in Hell só deve gerar algum proveito se o seu objetivo for ver as sequências picantes e se os seus fetiches estão alinhados com alguns dos mostrados na produção: a mulher madura bonitona, o italiano sedutor, surfistas, saltos de paraquedas, casa de gente rica com paredes de vidro, sexo na praia, sexo no barco, sexo na mesa do trabalho, masturbação no carro etc.. Caso nada disso tenha muito efeito para você, pode só esquecer que esse filme existe.
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