Divagações: Ant-Man and the Wasp: Quantumania

Já passou da hora dos filmes da Marvel se reinventarem. As séries fizeram coisas legais e as produções mais autorais conseguiram dar uma re...

Ant-Man and the Wasp: Quantumania
Já passou da hora dos filmes da Marvel se reinventarem. As séries fizeram coisas legais e as produções mais autorais conseguiram dar uma renovada, mas uma fórmula sem alma insiste em seguir conectada aos longas-metragens. Ant-Man and the Wasp: Quantumania, por exemplo, não é ruim: ele tem uma história de ação perfeitamente aceitável e um visual bem legal. Mas o filme simplesmente não empolga, não é capaz de acender aquela centelha de empolgação que estávamos acostumados a encontrar nas produções do estúdio.

Além disso, há uma clara crise de identidade e um mau aproveitamento do elenco. Paul Rudd é a epítome do “cara bacana” (mesmo no papel de um trambiqueiro) e tem uma veia humorística bem conhecida. Sua estreia no “universo cinematográfico” dos heróis é engraçada e Michael Peña rouba a cena sempre que possível. Com o tempo, entretanto, isso foi sendo deixado de lado e, nesta produção, quase que totalmente abandonado. Para completar, o título inclui a personagem de Evangeline Lilly por alguma razão misteriosa, uma vez que ela é apenas uma coadjuvante no próprio filme.

Enfim... Ant-Man and the Wasp: Quantumania conta uma história simples. Sob a tutela de Hank Pym (Michael Douglas), Cassie Lang (Kathryn Newton) começa a estudar o reino quântico. Enquanto mostra suas descobertas para o restante da família – incluindo Hope Van Dyne (Evangeline Lilly) e seu pai, Scott Lang (Paul Rudd) –, a adolescente acaba mandando um sinal para o reino quântico que é misteriosamente revertido, transportando todo o grupo para lá.

Para voltar para casa, eles precisam fazer alianças com povos oprimidos e enfrentar um ditador, Kang The Conqueror (Jonathan Majors). No processo, surge uma série de personalidades curiosas, como um ser sem buracos (David Dastmalchian), um leitor de mentes (William Jackson Harper), um ricaço poderoso (Bill Murray) e uma líder-guerreira (Katy M. O'Brian), além de um velho conhecido (Corey Stoll). De maneira geral, o design das criaturas lembra um Star Wars de antigamente, porém com um orçamento milionário.

Ao mesmo tempo, nem tudo é diversão e elementos do misterioso passado de Janet Van Dyne (Michelle Pfeiffer) começam a ser revelados. Aliás, eu sinto que me divertiria muito mais se Ant-Man and the Wasp: Quantumania fosse realmente liderado por Pfeiffer e Michael Douglas. Eles têm uma dinâmica interessante, uma moral questionável e uma imprevisibilidade intrínseca aos personagens; nem preciso dizer que isso rende alguns dos melhores diálogos da produção.

O detalhe é que, apesar de ter uma aventura aparentemente contida e de ser um dos títulos mais “leves” da Marvel, este filme é o responsável por apresentar oficialmente (embora ele já tivesse aparecido em Loki) o próximo grande vilão deste universo de heróis – ou multiverso, melhor dizendo. A escala e o alcance da produção, contudo, não me convencem de que a missão foi cumprida de acordo.

Assim, Ant-Man and the Wasp: Quantumania funciona enquanto uma diversão descomprometida e pode até mesmo ser visto por quem cair no cinema de paraquedas, sem nenhum conhecimento prévio. O problema é que também se trata de um filme absolutamente esquecível, em um momento em que a Marvel não podia se dar a esse luxo.

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