Divagações: Nimona
26.7.23
Infelizmente, transformar uma ideia em um filme pode ser algo bem complexo, especialmente se os criadores esperam ter algum tipo de alcance mais amplo e há o envolvimento de estúdios. Nimona, por exemplo, teve uma trajetória conturbada: começou sendo produzido pela Blue Sky, da Fox, que foi comprada pela Disney, e eventualmente caiu nas mãos da Annapurna e da Netflix.
Passado em uma sociedade ao mesmo tempo futurística e com ares medievais, o longa-metragem tem um visual bem legal (não é riquíssimo em detalhes e texturas, mas é de qualidade) e uma animação ágil, algo necessário considerando a constante correria. Talvez as lutas de espada decepcionem um pouco, mas, sinceramente, não é como se essa alternativa fizesse muito sentido.
De uma forma resumida, a produção é sobre aceitar o que é diferente. E, a princípio, Ballister Boldheart (Riz Ahmed) é bem diferente. Embora tenha nascido como uma pessoa comum, ele tem o sonho de se tornar um cavaleiro, algo reservado aos nobres.
Durante o treinamento, como se não bastasse realizar sua maior ambição e cair nas graças da diretora (Frances Conroy), Ballister ainda encontra o amor ao lado de Ambrosius Goldenloin (Eugene Lee Yang). Em contrapartida, ele não tem o apoio amplo da opinião pública e precisa lidar com a escrotidão de muita gente, incluindo alguns colegas (Beck Bennett).
De qualquer modo, tudo parecia caminhar bem até sua ordenação como cavaleiro, quando a rainha (Lorraine Toussaint) é assassinada de uma forma que Ballister parece ser o culpado. Sem saber como provar sua inocência e sem ter a quem recorrer, ele encontra um apoio inesperado em uma garota rebelde e muito habilidosa, Nimona (Chloë Grace Moretz), que esconde grandes segredos.
Assim, Nimona não apenas traz dois protagonistas que são “diferentes” perante a sociedade como também mostra formas variadas de lidar com isso. Ballister procura se enquadrar da melhor forma possível, abaixando a cabeça se necessário, mas permanecendo firme e conquistando seu lugar aos poucos. Já Nimona opta pela rebeldia, por mostrar o que há de errado e por querer ser ela mesma custe o que custar. Nenhum dos dois está errado, mas eles obviamente são bem diferentes e a convivência pode ser complicada.
Com isso, a produção definitivamente está com o coração no lugar certo – ainda que caia em muitos clichês no processo. Para começar, é complicado fazer uma sociedade futurística e cheia de tecnologia (e, consequentemente, de informação) parecer crível quando há uma monarquia atuante, nenhuma possibilidade de ascensão social e cavaleiros treinados para lutar com espadas (sim, há armas e bombas).
Na mesma linha, não só “as massas” parecem ser muito influenciáveis, mas também boa parte dos personagens secundários. Em muitos momentos de Nimona, o que vale é quem deu a última palavra, desconsiderando toda a discussão realizada até então. Isso sem considerar que, embora a protagonista critique “pensamentos pequenos”, ela acaba dando uma resposta aos questionamentos que despreza.
Mas, apesar de seus tropeços, Nimona ainda traz frescor. Seus temas são atuais e tratados com naturalidade em meio a uma explosão de energia. A trilha sonora é divertida e o ritmo acelerado garante que a produção passe em um piscar de olhos.
Passado em uma sociedade ao mesmo tempo futurística e com ares medievais, o longa-metragem tem um visual bem legal (não é riquíssimo em detalhes e texturas, mas é de qualidade) e uma animação ágil, algo necessário considerando a constante correria. Talvez as lutas de espada decepcionem um pouco, mas, sinceramente, não é como se essa alternativa fizesse muito sentido.
De uma forma resumida, a produção é sobre aceitar o que é diferente. E, a princípio, Ballister Boldheart (Riz Ahmed) é bem diferente. Embora tenha nascido como uma pessoa comum, ele tem o sonho de se tornar um cavaleiro, algo reservado aos nobres.
Durante o treinamento, como se não bastasse realizar sua maior ambição e cair nas graças da diretora (Frances Conroy), Ballister ainda encontra o amor ao lado de Ambrosius Goldenloin (Eugene Lee Yang). Em contrapartida, ele não tem o apoio amplo da opinião pública e precisa lidar com a escrotidão de muita gente, incluindo alguns colegas (Beck Bennett).
De qualquer modo, tudo parecia caminhar bem até sua ordenação como cavaleiro, quando a rainha (Lorraine Toussaint) é assassinada de uma forma que Ballister parece ser o culpado. Sem saber como provar sua inocência e sem ter a quem recorrer, ele encontra um apoio inesperado em uma garota rebelde e muito habilidosa, Nimona (Chloë Grace Moretz), que esconde grandes segredos.
Assim, Nimona não apenas traz dois protagonistas que são “diferentes” perante a sociedade como também mostra formas variadas de lidar com isso. Ballister procura se enquadrar da melhor forma possível, abaixando a cabeça se necessário, mas permanecendo firme e conquistando seu lugar aos poucos. Já Nimona opta pela rebeldia, por mostrar o que há de errado e por querer ser ela mesma custe o que custar. Nenhum dos dois está errado, mas eles obviamente são bem diferentes e a convivência pode ser complicada.
Com isso, a produção definitivamente está com o coração no lugar certo – ainda que caia em muitos clichês no processo. Para começar, é complicado fazer uma sociedade futurística e cheia de tecnologia (e, consequentemente, de informação) parecer crível quando há uma monarquia atuante, nenhuma possibilidade de ascensão social e cavaleiros treinados para lutar com espadas (sim, há armas e bombas).
Na mesma linha, não só “as massas” parecem ser muito influenciáveis, mas também boa parte dos personagens secundários. Em muitos momentos de Nimona, o que vale é quem deu a última palavra, desconsiderando toda a discussão realizada até então. Isso sem considerar que, embora a protagonista critique “pensamentos pequenos”, ela acaba dando uma resposta aos questionamentos que despreza.
Mas, apesar de seus tropeços, Nimona ainda traz frescor. Seus temas são atuais e tratados com naturalidade em meio a uma explosão de energia. A trilha sonora é divertida e o ritmo acelerado garante que a produção passe em um piscar de olhos.
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