Divagações: Bill & Ted's Bogus Journey

O tempo faz coisas estranhas com a gente. Eu sempre ouvi que Bill & Ted's Bogus Journey era melhor que seu antecessor e, embora não...

Bill & Ted's Bogus Journey
O tempo faz coisas estranhas com a gente. Eu sempre ouvi que Bill & Ted's Bogus Journey era melhor que seu antecessor e, embora não tivesse muitas lembranças do filme em si, tinha uma memória divertida da cena em que os protagonistas competem com a Morte. O detalhe é que, por mais que exista uma cena assim no filme, ela não é como eu achava que era. E, por mais que eu tenha me divertido com a sequência, ainda acho que Bill & Ted's Excellent Adventure é mais legal.

De qualquer modo, o grande mérito da produção é conseguir se manter fiel ao universo criado ao mesmo tempo em que (quase) não transforma o primeiro longa-metragem em uma fórmula. Ou seja, a história pode até ser diferente em essência, mas ainda há muitos pontos em comum na estrutura narrativa e, inclusive, a sequência final vai usar um estratagema já conhecido.

Desta vez, em vez de viajar para o passado, Bill (Alex Winter) e Ted (Keanu Reeves) recebem visitantes bem desagradáveis vindos do futuro, o que os leva para uma jornada para o inferno e o paraíso na companhia do Grim Reaper (William Sadler). Aliás, é preciso enfatizar que esta participação da própria Morte é o grande diferencial e realmente traz um sabor diferente para o filme.

Para completar, em vez de precisar passar de ano em uma disciplina escolar, eles agora necessitam ganhar um festival de música local. Isso é particularmente importante para solidificar a posição de ambos no futuro da humanidade apresentado anteriormente. Contudo, até mesmo eles (em toda a sua idiotice) parecem estar conscientes de que não são bons o suficiente para o que devem realizar.

Como se não bastasse, antes de chegarem ao palco, os protagonistas precisam vencer robôs malvados que se parecem com eles mesmos (inclusive no comportamento). E ainda há o real inimigo, De Nomolos (Joss Ackland) – batizado a partir do nome do roteirista Ed Solomon, que assina o texto ao lado de Chris Matheson –, um viajante do futuro que quer reescrever a história.

Para isso, eles contam com aliados já conhecidos, como as princesas (Annette Azcuy e Sarah Trigger) e Rufus (George Carlin), mas também fazem novos amigos, com destaque para a participação especial de Pam Grier.

Infelizmente, como já deve ter ficado evidente, as motivações dos personagens importam pouco. Bill & Ted's Bogus Journey usa um fiapo de história para fazer com que seus personagens possam referenciar uma série de outras obras, em situações que você vê chegando a quilômetros de distância. O lado bom é que, de alguma forma, a produção continua sendo divertida, ainda que parte da graça seja involuntária, como a aparição da tecnologia do futuro e dos figurinos absurdos (parece EVA, mas dizem que é neoprene).

De qualquer modo, não é como se toda a produção já não fosse construída com base no exagero. O humor que mistura a idiotice dos protagonistas com momentos de brilhantismo nerd segue funcionando mesmo mais de 30 anos após o lançamento (ouso dizer que o efeito pode ter sido potencializado) e depois de ter influenciado tantas outras obras.

Assim, apesar da trama confusa, Bill & Ted's Bogus Journey mantém a crença de que há mais a ser explorado com estes dois personagens, ainda que o terceiro filme tenha demorado décadas para ver a luz do dia.

Outras divagações:
Bill & Ted's Excellent Adventure

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