Divagações: Operation Fortune: Ruse de guerre

Antes mesmo de Operation Fortune: Ruse de guerre começar, eu tive uma boa demonstração do que me aguardava na sala de cinema. Uma pessoa de...

Operation Fortune: Ruse de guerre
Antes mesmo de Operation Fortune: Ruse de guerre começar, eu tive uma boa demonstração do que me aguardava na sala de cinema. Uma pessoa desconhecida não estava se lembrando do título e quem tentou responder precisou olhar o cartaz antes para confirmar. A situação foi meio cômica e alguém aproveitou para fazer graça misturando o nome de duas ou três produções. A verdade é que esse é um filme de ação tão genérico que realmente não fazia muita diferença.

Na trama, um detetive terceirizado do governo britânico, Orson Fortune (Jason Statham), é escalado pelo figurão Nathan Jasmine (Cary Elwes) para tentar desvendar quem é o comprador de uma perigosa tecnologia que ninguém sabe exatamente o que faz. Para cumprir sua missão, ele escala o confiável JJ Davies (Bugzy Malone) e uma novata engraçadona para cuidar da comunicação, Sarah Fidel (Aubrey Plaza). Além disso, para ajudar a encantar Greg Simmonds (Hugh Grant), o criminoso que está mediando a venda, ele chantageia um astro de Hollywood, Danny Francesco (Josh Hartnett). O detalhe é que há um time concorrente e mais bem equipado trabalhando na mesma missão, sob a liderança de Mike (Peter Ferdinando).

Eu fiz questão de colocar os nomes de todos os personagens principais nesta sinopse por dois motivos. O primeiro é mostrar que o título do filme inclui o sobrenome do protagonista, indicando a clara intenção de criar uma franquia (boa sorte). Já o segundo motivo é meramente explicitar que todos os personagens têm nomes absolutamente ridículos.

Com direção e roteiro de Guy Ritchie, pode ser fácil dizer que Operation Fortune: Ruse de guerre tem propositalmente uma aparência genérica e elementos muito caricatos – sinceramente, não duvido que tenha sido intencional. O problema é que o filme precisaria gritar na minha cara que ele é bobo e exagerado de propósito, o que ele não faz. Como eu fico na dúvida se ele é um filme de ação ou uma paródia de um filme de ação, tendo a achar que só faltou criatividade para fazer algo melhor.

Aliás, embora o estilo frenético do diretor esteja perceptível, isso se perde na falta de identidade da produção. A edição é acelerada a ponto de parecer que alguém está contando qual é o plano (porém não é isso) e os diálogos tentam colocar uma série de piadinhas e trocadilhos na boca de Aubrey Plaza, mas são poucos os momentos que realmente funcionam – fiquei com dó do responsável pela legenda em português, que teve que se desdobrar para adaptar. Para completar, o protagonista rabugento e de moral questionável não tem o carisma necessário para que eu queira ver mais um filme com ele.

Com uma trama simples, um elenco interessante (ainda que sem muito o que fazer), uma correria sem propósito, algumas porradas e uma estranha obsessão com esmagamento de testículos, Operation Fortune: Ruse de guerre funciona como um entretenimento de galera ou como uma alternativa mais descerebrada neste momento em que os cinemas vão começar a receber produções mais sérias, da chamada “temporada de premiações”. No futuro, talvez ele seja bem recebido entre as produções que misturam humor e ação nos serviços de streaming. Ainda assim, acredito que seu destino seja o esquecimento.

Outras divagações:
RocknRolla
Sherlock Holmes
Sherlock Holmes: A Game of Shadows
The Man from U.N.C.L.E.

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