Divagações: Bad Teacher

A comédia é um gênero complicado. Algumas são bobas e infantis, outras passam dos limites e são ofensivas. Há também aquelas que tentam...

A comédia é um gênero complicado. Algumas são bobas e infantis, outras passam dos limites e são ofensivas. Há também aquelas que tentam trazer alguma crítica social e política, mas essas correm o risco de não conseguirem fazer graça. Os que são bem-sucedidos no gênero, portanto, merecem muita admiração (e conseguem ser admirados por gerações). Bad Teacher, infelizmente, tende a cair no esquecimento em pouco tempo. O filme, aliás, cai na segunda categoria que mencionei – a dos filmes que exageram um bocado. Vale mencionar que a classificação etária por aqui é de 14 anos, mas nos Estados Unidos foi de 18. Embora o filme não mostre nada e não seja violento, ele tem uma moral questionável, muitas insinuações e coloca o consumo de drogas como aceitável socialmente desde que longe das crianças (bom, ninguém se importa com o álcool, certo?).

Não que isso já não fosse previsível apenas com a leitura do título. Bad Teacher conta a história de Elizabeth Halsey (Cameron Diaz), uma professora do Ensino Fundamental (ou um equivalente no sistema escolar estadunidense) que acabou de levar um fora do noivo milionário e está a procura de um novo trouxa para chamar de seu. Ela despreza seus colegas, especialmente sua companheira de corredor, Amy Squirrel (Lucy Punch). A rivalidade entre as duas é acentuada quando um rico herdeiro chamado Scott Delacorte (Justin Timberlake) assume uma turma como professor substituto. Além disso, para animar o dia da professorinha, seu colega na área de Educação Física, Russell Gettis (Jason Segel), resolve dar em cima dela.

Assim, o filme lida com basicamente dois clichês. O primeiro é o da bonitona fútil atrás de um marido rico e que topa qualquer coisa para atingir suas metas – inclusive ajudar a lavar carros vestindo apenas um shortinho e fazendo poses gratuitas. Já o segundo é o da escola e seus personagens manjados, como o diretor bobão (John Michael Higgins), a professora gordinha e encalhada (Phyllis Smith), a aluna bajuladora (Kaitlyn Dever), a menina popular (Kathryn Newton) e o menino apaixonado pela tal menina popular (Matthew J. Evans). Ou seja, embora não traga nenhuma novidade, Bad Teacher mistura dois temas e consegue uma gama razoável de piadas eficientes. Nada incrível, apenas cumprindo a função básica.

O detalhe é que a protagonista é politicamente incorreta em um ambiente onde se valoriza extremamente tudo o que é certinho e no lugar. Obviamente, é daí que vem boa parte das piadas, mas o detalhe é que existe uma razão para as coisas em uma escola serem como são. Não quero ser moralista, mas quem ver o filme sem dúvida vai concordar que certos métodos não são nem um pouco recomendáveis. Aliás, no Brasil diversas atitudes da protagonista seriam ilegais e os defensores do Estatuto da Criança e do Adolescente ficariam malucos. Sem contar que o fato de não existir um único aluno pentelho nessa escola é um verdadeiro milagre (principalmente com esses professores manés tomando conta da galera).

Ou seja, é um filme vazio e meramente engraçadinho que nem merece ser visto no cinema. Antes que alguém diga que sou muito cruel (e admitindo que sou um pouco), vou recomendar Bad Teacher para uma galera de 14 anos – respeitando a classificação etária – que vai se juntar na frente da televisão e rir de seus professores.

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2 recados

  1. E pensar que eu vi no cinema. Ai... ai....
    A personagem central é bacana, mas o filme é ruinzinho mesmo. Desperdício de atores bacanas!

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  2. O pior foi sair do filme com a impressão: Nossa, quer dizer que você pode ser babaca o filme todo e ainda por cima se dar bem no final?

    Fraquinho, mas nada tão péssimo assim

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