Divagações: Solo: A Star Wars Story

Ir ao cinema em maio para ver Solo: A Star Wars Story foi como ir à praia no meio do inverno – legal e com uma paisagem reconhecível, mas...

Ir ao cinema em maio para ver Solo: A Star Wars Story foi como ir à praia no meio do inverno – legal e com uma paisagem reconhecível, mas um pouco estranho e com um vento levemente desagradável. A bilheteria estava decorada com materiais de Deadpool 2 e ainda havia uma animação no ar em relação a Avengers: Infinity War. Para completar a recepção fria em relação ao filme, a crise no abastecimento de combustíveis no Brasil fez com que bastante gente simplesmente tenha optado por ficar em casa. Para um filme em semana de estreia, meia dúzia de pessoas dentro da sala de cinema é realmente muito pouco (mesmo que eu tenha optado por uma sessão em um dia de semana).

De qualquer modo, a história traz todo aquele tom rocambolesco, brega (e charmoso) que caracteriza boa parte da franquia. Han Solo (Alden Ehrenreich) é um jovem que quer fugir das amarras de sua origem ao lado da namorada, Qi'ra (Emilia Clarke). Contudo, o destino faz com que ela acabe ficando para trás – e ele transforma o resgate da amada em sua missão de vida. Para isso, acaba se envolvendo com a gangue formada por Beckett (Woody Harrelson), Val (Thandie Newton) e Rio Durant (Jon Favreau) e com um perigoso roubo encomendado por Dryden Vos (Paul Bettany).

No caminho, Solo: A Star Wars Story tenta brincar com as expectativas do público em relação a personagens já conhecidos, como Chewbacca (Joonas Suotamo) e Lando (Donald Glover), incluindo também uma agradável surpresa com a droide L3 (Phoebe Waller-Bridge). Nesses casos, a criatividade do texto e a presença dos atores foi essencial para dar a energia necessária ao filme e manter o público na sala de exibição.

O mesmo, infelizmente, não pode ser dito do protagonista. Enquanto o mercenário sarcástico e solitário vivido por Harrison Ford roubava todas as cenas em que aparecia nos filmes ‘estrelados’ pela família Skywalker, o personagem de Ehrenreich acaba sendo levado pela maré em uma trama onde o público tem a certeza de que ele sempre fará a coisa certa, por mais cafona que isso seja. Isso é o que mais dói na produção, já que a imprevisibilidade e o humor seco de Han Solo poderiam ser seus maiores trunfos. Mas ficamos com o herói em formato padrão.

Aliás, vale apontar que todo o percurso de Solo: A Star Wars Story foi sofrido, com o diretor Ron Howard assumindo o comando da nave na metade do percurso e tendo que refazer muitas sequências. E, realmente, não há resquícios perceptíveis de que Christopher Miller e Phil Lord – os antigos diretores – tenham passado por ali. Ao mesmo tempo, por mais que tudo esteja visualmente certo e devidamente presente, o filme não inspira grandes paixões. É um produto, e não é como se o objetivo fosse ser outra coisa.

Não que Solo: A Star Wars Story seja um desastre completo como filme. O universo fascinante da franquia está na tela e deve agradar a quem está com saudades (deu tempo?), mas, para a maioria das pessoas, o que foi entregue é uma aventura ok (e só). Além dos coadjuvantes interessantes (mas que dão só um gostinho), o filme aposta em reviravoltas em cima de reviravoltas, o que torna tudo um tanto quanto previsível – mas que não deixa de ser divertido. Isso sem contar que a trilha sonora está no ponto certo!

Se você já deu uma olhada em todos os outros filmes pipoca à disposição, não custa dar uma chance.

Outras divagações:
Star Wars: Episode I - The Phantom Menace
Star Wars: Episode II - Attack of the Clones
Star Wars: Episode III - Revenge of the Sith
Star Wars: Episode IV - A New Hope
Star Wars: Episode V - The Empire Strikes Back
Star Wars: Episode VI - Return of the Jedi
Star Wars: Episode VII - The Force Awakens
Star Wars: Episode VIII - The Last Jedi
Rogue One: A Star Wars Story

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