Livros: O Cinema da Retomada - Depoimentos de 90 cineastas dos anos 90
4.3.19
Como uma pessoa nascida no final dos anos 1980, a década de seguinte marcou não somente a minha infância, como os primeiros anos da minha adolescência – e, com ela, surgiu também meu interesse crescente por cinema. Era uma boa época para aproveitar um cinema nacional cheio de promessas e revelações e eu bebi fortemente daquele sentimento que, convenhamos, não entendia muito bem.
Assim, O Cinema da Retomada - Depoimentos de 90 cineastas dos anos 90 é um livro que chamou a minha atenção logo à primeira vista. Achei fascinante a promessa de traçar um panorama sobre aquele período, com as páginas me ajudando a lembrar e a entender o que estava acontecendo ao meu redor naquele momento, quando a minha própria visão era tão limitada.
Apesar disso, confesso que o formato engessado dos depoimentos – ainda que adequado para o ambiente acadêmico em que o livro foi concebido – é um pouco cansativo. A ideia era simples: entrevistar todos os diretores que lançaram filmes entre 1994 e 1998, o período logo após o descongelamento do cinema nacional proporcionado pelo governo de Fernando Collor de Melo. Obviamente, nem todos aceitaram ou puderam participar, mas o livro acabou contando com o divertido número de 90 depoimentos, o que funciona bem no título.
Os cineastas responderam às mesmas perguntas, que foram editadas em formato de texto corrido. Ainda que nem todos tenham rendido o mesmo número de páginas, a ideia é que eles tiveram a oportunidade de falar sobre os mesmos temas, trazendo uma pluralidade de opiniões sobre cinema, formação, influências, brasilidade, legislação e incentivos governamentais. O resultado é uma espécie de retrato da ‘classe artística’ do período.
De qualquer modo, com esse formato, fica claro que o livro não foi exatamente feito para ser lido ‘de cabo a rabo’, como era minha intenção. Mas mergulhei mesmo assim!
A experiência, dessa forma, foi bastante interessante, especialmente porque a organizadora Lúcia Nagib optou por não ‘expressar julgamento’ sobre os cineastas, que estão simplesmente organizados por ordem alfabética. Dessa forma, nomes já conhecidos desde o Cinema Novo, grandes revelações do período e estreantes em longas-metragens receberam a mesma atenção.
Assim, O Cinema da Retomada - Depoimentos de 90 cineastas dos anos 90 traz tanto Nelson Pereira dos Santos quanto Carla Camurati, passando também por Fernando Meirelles – que, até então, tinha no currículo apenas Menino Maluquinho 2: A Aventura (um filme para o qual ele foi contratado com todos os detalhes já encaminhados, diga-se de passagem) – e Conrado Sanchez, o diretor de Cinderela Baiana.
Ou seja, o livro é praticamente uma viagem no tempo onde o leitor pode vislumbrar o que está acontecendo por meio de várias janelas. Talvez falte um ponto de vista distanciado pelo tempo e/ou por outra profissão, mas isso fugiria da proposta inicial que, por si só, é bastante interessante e única.
Assim, O Cinema da Retomada - Depoimentos de 90 cineastas dos anos 90 é um livro que chamou a minha atenção logo à primeira vista. Achei fascinante a promessa de traçar um panorama sobre aquele período, com as páginas me ajudando a lembrar e a entender o que estava acontecendo ao meu redor naquele momento, quando a minha própria visão era tão limitada.
Apesar disso, confesso que o formato engessado dos depoimentos – ainda que adequado para o ambiente acadêmico em que o livro foi concebido – é um pouco cansativo. A ideia era simples: entrevistar todos os diretores que lançaram filmes entre 1994 e 1998, o período logo após o descongelamento do cinema nacional proporcionado pelo governo de Fernando Collor de Melo. Obviamente, nem todos aceitaram ou puderam participar, mas o livro acabou contando com o divertido número de 90 depoimentos, o que funciona bem no título.
Os cineastas responderam às mesmas perguntas, que foram editadas em formato de texto corrido. Ainda que nem todos tenham rendido o mesmo número de páginas, a ideia é que eles tiveram a oportunidade de falar sobre os mesmos temas, trazendo uma pluralidade de opiniões sobre cinema, formação, influências, brasilidade, legislação e incentivos governamentais. O resultado é uma espécie de retrato da ‘classe artística’ do período.
De qualquer modo, com esse formato, fica claro que o livro não foi exatamente feito para ser lido ‘de cabo a rabo’, como era minha intenção. Mas mergulhei mesmo assim!
A experiência, dessa forma, foi bastante interessante, especialmente porque a organizadora Lúcia Nagib optou por não ‘expressar julgamento’ sobre os cineastas, que estão simplesmente organizados por ordem alfabética. Dessa forma, nomes já conhecidos desde o Cinema Novo, grandes revelações do período e estreantes em longas-metragens receberam a mesma atenção.
Assim, O Cinema da Retomada - Depoimentos de 90 cineastas dos anos 90 traz tanto Nelson Pereira dos Santos quanto Carla Camurati, passando também por Fernando Meirelles – que, até então, tinha no currículo apenas Menino Maluquinho 2: A Aventura (um filme para o qual ele foi contratado com todos os detalhes já encaminhados, diga-se de passagem) – e Conrado Sanchez, o diretor de Cinderela Baiana.
Ou seja, o livro é praticamente uma viagem no tempo onde o leitor pode vislumbrar o que está acontecendo por meio de várias janelas. Talvez falte um ponto de vista distanciado pelo tempo e/ou por outra profissão, mas isso fugiria da proposta inicial que, por si só, é bastante interessante e única.
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