Divagações: Race for Your Life, Charlie Brown
29.6.22
Embora os filmes e especiais de TV baseados nos personagens de Charles M. Schulz tenham conquistado muitos corações mundo afora, sinto que estas histórias não fazem parte do imaginário brasileiro – e menos ainda quando elas não se referem a algum feriado. A obra mais recente, The Peanuts Movie, teve seu impacto, foi lançada nos cinemas e contou com uma campanha de marketing interessante (ainda assim, não foi exatamente um grande sucesso). Mas produções como Race for Your Life, Charlie Brown, de 1977, são realmente pouco conhecidas.
Penúltimo filme dirigido por Bill Melendez – que também dá “voz” a Snoopy, Woodstock e alguns personagens adicionais –, este longa-metragem tem 1h16 e acaba sendo bem curto, não devendo cansar as crianças (de qualquer idade). Também se trata de uma animação econômica, que aproveita frames e usa de recursos que facilitam todo o processo. Ou seja, fica claro que o objetivo nunca foi realmente criar uma obra-prima, mas uma história divertida e capaz de entreter, usando estes personagens tão queridos do público e as boas ideias de Schulz (que, aliás, assina o roteiro).
A premissa de Race for Your Life, Charlie Brown, em si, é bem simples. Charlie Brown (Duncan Watson), Lucy (Melanie Kohn), Linus (Liam Martin), Sally (Gail Davis) e companhia vão acampar no distante (e nada sutil!) Camp Remote, onde um grupo de meninos malvados está disposto a atormentar a todos. O local possui uma série de barracas, dividindo as meninas e os meninos do grupo, e promovendo uma competição onde apenas uma tenda será a vencedora.
Com o andamento do torneio, a moral das crianças fica baixa e o clima é de desânimo. Mas tudo pode mudar, pois a principal prova é uma corrida de jangadas pelo rio local. No percurso, obviamente, muita coisa acontece – e eu cheguei a me questionar seriamente como deixam crianças participarem de algo tão perigoso, ainda mais sem a supervisão de um adulto.
Parte da diversão de Race for Your Life, Charlie Brown está na aventura pelo rio, mas outra parte está nos detalhes. Cada personagem tem características muito próprias, que são muito bem exploradas. Peppermint Patty (Stuart Brotman), por exemplo, propõe que tudo na tenda das meninas seja decidido democraticamente (ainda que ela faça isso de uma maneira um tanto quanto autoritária). Com isso, surgem situações como o dilema da eleição de quem distribuirá as cédulas de votação, que não pode ser realizada por um motivo óbvio. Além disso, nem preciso dizer que os meninos acabam se incomodando com o sistema.
Ao mesmo tempo, o cachorro Snoopy e o pássaro Woodstock conseguem viver à margem do acampamento, participando de diversas atividades e do dia a dia das crianças sem realmente entrarem no sistema. Boa parte das cenas de ambos parece existir para preencher o tempo, uma vez que o filme carrega apenas um fiapo de trama, mas elas também servem para divertir e agradar quem está ali apenas para ver o carismático beagle. Infelizmente, elas não conseguem produzir todo o alcance emocional desejado pelo longa-metragem, faltando aquela mensagem de companheirismo e amor que outras produções similares carregam.
Aliás, no final das contas, este filme não tem uma grande trama ou outros méritos que o destaquem, o que justifica seu esquecimento. Para crianças pequenas e fãs particularmente nostálgicos (o que pode ser considerado o meu caso), Race for Your Life, Charlie Brown preenche um vazio momentâneo e diverte. Poderia ser melhor, mas já está bom.
Outras divagações:
The Peanuts Movie
Penúltimo filme dirigido por Bill Melendez – que também dá “voz” a Snoopy, Woodstock e alguns personagens adicionais –, este longa-metragem tem 1h16 e acaba sendo bem curto, não devendo cansar as crianças (de qualquer idade). Também se trata de uma animação econômica, que aproveita frames e usa de recursos que facilitam todo o processo. Ou seja, fica claro que o objetivo nunca foi realmente criar uma obra-prima, mas uma história divertida e capaz de entreter, usando estes personagens tão queridos do público e as boas ideias de Schulz (que, aliás, assina o roteiro).
A premissa de Race for Your Life, Charlie Brown, em si, é bem simples. Charlie Brown (Duncan Watson), Lucy (Melanie Kohn), Linus (Liam Martin), Sally (Gail Davis) e companhia vão acampar no distante (e nada sutil!) Camp Remote, onde um grupo de meninos malvados está disposto a atormentar a todos. O local possui uma série de barracas, dividindo as meninas e os meninos do grupo, e promovendo uma competição onde apenas uma tenda será a vencedora.
Com o andamento do torneio, a moral das crianças fica baixa e o clima é de desânimo. Mas tudo pode mudar, pois a principal prova é uma corrida de jangadas pelo rio local. No percurso, obviamente, muita coisa acontece – e eu cheguei a me questionar seriamente como deixam crianças participarem de algo tão perigoso, ainda mais sem a supervisão de um adulto.
Parte da diversão de Race for Your Life, Charlie Brown está na aventura pelo rio, mas outra parte está nos detalhes. Cada personagem tem características muito próprias, que são muito bem exploradas. Peppermint Patty (Stuart Brotman), por exemplo, propõe que tudo na tenda das meninas seja decidido democraticamente (ainda que ela faça isso de uma maneira um tanto quanto autoritária). Com isso, surgem situações como o dilema da eleição de quem distribuirá as cédulas de votação, que não pode ser realizada por um motivo óbvio. Além disso, nem preciso dizer que os meninos acabam se incomodando com o sistema.
Ao mesmo tempo, o cachorro Snoopy e o pássaro Woodstock conseguem viver à margem do acampamento, participando de diversas atividades e do dia a dia das crianças sem realmente entrarem no sistema. Boa parte das cenas de ambos parece existir para preencher o tempo, uma vez que o filme carrega apenas um fiapo de trama, mas elas também servem para divertir e agradar quem está ali apenas para ver o carismático beagle. Infelizmente, elas não conseguem produzir todo o alcance emocional desejado pelo longa-metragem, faltando aquela mensagem de companheirismo e amor que outras produções similares carregam.
Aliás, no final das contas, este filme não tem uma grande trama ou outros méritos que o destaquem, o que justifica seu esquecimento. Para crianças pequenas e fãs particularmente nostálgicos (o que pode ser considerado o meu caso), Race for Your Life, Charlie Brown preenche um vazio momentâneo e diverte. Poderia ser melhor, mas já está bom.
Outras divagações:
The Peanuts Movie
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