Divagações: Suzume no Tojimari
26.6.24
Lá vamos nós para mais um filme de Makoto Shinkai. Embora algumas das temáticas do cineasta já estejam um pouco “cansadas” (se você, como eu, tem acompanhado o trabalho dele, sabe que vários de seus filmes têm muitos pontos em comum), a verdade é que ele sempre muda sua ótica o suficiente para que possa trazer novos questionamentos, explorando diferentes ângulos e personagens. Suzume no Tojimari é mais uma destas viagens por um mundo normal afetado por uma premissa fantástica.
Suzume Iwato (Nanoka Hara) é uma garota normal, mas com um passado triste e uma relação sensível com a tia, Tamaki (Eri Fukatsu), que é responsável por sua criação. Um dia, ela percebe que enxerga algo que seus colegas da escola simplesmente não veem. Assim, enquanto a cidade enfrenta um terremoto, ela parte em busca de um jovem misterioso com quem cruzou naquela manhã, Souta Munakata (Hokuto Matsumura), e que, por sua vez, está buscando por uma porta específica. O que se segue faz com que Suzume e Souta acabem partindo em uma aventura pelo Japão que pode ter consequências trágicas.
Desta forma, mais uma vez, temos um fenômeno natural ganhando proporções místicas e mexendo com os personagens de uma maneira bastante emocional. Suzume no Tojimari, em específico, faz referência a um terremoto real, que aconteceu em 2011. Esta conexão com mostra um lado bastante específico do cineasta e permite que sua mensagem sobre trauma e luto fique ainda mais pertinente.
Outro ponto importante neste sentido é que a produção dá uma aliviada no enquadramento romântico (embora, ele esteja presente de um jeito que considero meio torto), focando bastante em questões familiares. Há tanto os atritos entre a adolescente Suzume e sua tia cheia de responsabilidades quanto uma batalha de expectativas entre Souta e seu avô (Kôshirô Matsumoto). No meio disso, as amizades mostram seu valor.
Além disso, Suzume no Tojimari tem um lado “road movie” que funciona muito bem para forçar personagens a se comunicarem sobre questões difíceis, ainda que eventualmente eles ainda precisem de um “empurrão” místico. Para completar, isso traz de brinde uma série de cenários que são um deleite para os olhos. Em vez dos ambientes fechados e cheios de detalhes ajudarem a definir os personagens, os espaços abertos fazem com que eles precisem agir para mostrarem quem realmente são.
Também é preciso apontar que o filme tem aquela característica de “ir além” do terceiro ato. Quando você acha que a história chegou aonde deveria ir, percebe que ainda há mais pela frente, que há mais uma camada a ser desembrulhada antes que eles possam voltar para casa. Esta estrutura pode parecer cansativa e alongada, mas ela também funciona para quebrar expectativas e fazer com que a obra tenha algo de único e imprevisto (o que é sempre bom, não é mesmo?).
Suzume no Tojimari provavelmente não é o filme mais emocionante da carreira de Makoto Shinkai, mas ele tem uma mensagem própria e uma recompensa emocional significativa. Mais uma vez, ao nos guiar por seu mundo fantástico, o diretor e roteirista nos leva a lugares novos e nos encanta.
Outras divagações:
Byôsoku 5 senchimêtoru
Kimi no na wa
Tenki no ko
Suzume Iwato (Nanoka Hara) é uma garota normal, mas com um passado triste e uma relação sensível com a tia, Tamaki (Eri Fukatsu), que é responsável por sua criação. Um dia, ela percebe que enxerga algo que seus colegas da escola simplesmente não veem. Assim, enquanto a cidade enfrenta um terremoto, ela parte em busca de um jovem misterioso com quem cruzou naquela manhã, Souta Munakata (Hokuto Matsumura), e que, por sua vez, está buscando por uma porta específica. O que se segue faz com que Suzume e Souta acabem partindo em uma aventura pelo Japão que pode ter consequências trágicas.
Desta forma, mais uma vez, temos um fenômeno natural ganhando proporções místicas e mexendo com os personagens de uma maneira bastante emocional. Suzume no Tojimari, em específico, faz referência a um terremoto real, que aconteceu em 2011. Esta conexão com mostra um lado bastante específico do cineasta e permite que sua mensagem sobre trauma e luto fique ainda mais pertinente.
Outro ponto importante neste sentido é que a produção dá uma aliviada no enquadramento romântico (embora, ele esteja presente de um jeito que considero meio torto), focando bastante em questões familiares. Há tanto os atritos entre a adolescente Suzume e sua tia cheia de responsabilidades quanto uma batalha de expectativas entre Souta e seu avô (Kôshirô Matsumoto). No meio disso, as amizades mostram seu valor.
Além disso, Suzume no Tojimari tem um lado “road movie” que funciona muito bem para forçar personagens a se comunicarem sobre questões difíceis, ainda que eventualmente eles ainda precisem de um “empurrão” místico. Para completar, isso traz de brinde uma série de cenários que são um deleite para os olhos. Em vez dos ambientes fechados e cheios de detalhes ajudarem a definir os personagens, os espaços abertos fazem com que eles precisem agir para mostrarem quem realmente são.
Também é preciso apontar que o filme tem aquela característica de “ir além” do terceiro ato. Quando você acha que a história chegou aonde deveria ir, percebe que ainda há mais pela frente, que há mais uma camada a ser desembrulhada antes que eles possam voltar para casa. Esta estrutura pode parecer cansativa e alongada, mas ela também funciona para quebrar expectativas e fazer com que a obra tenha algo de único e imprevisto (o que é sempre bom, não é mesmo?).
Suzume no Tojimari provavelmente não é o filme mais emocionante da carreira de Makoto Shinkai, mas ele tem uma mensagem própria e uma recompensa emocional significativa. Mais uma vez, ao nos guiar por seu mundo fantástico, o diretor e roteirista nos leva a lugares novos e nos encanta.
Outras divagações:
Byôsoku 5 senchimêtoru
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