Divagações: The Lego Ninjago Movie
27.9.17
Até o momento, os filmes protagonizados por personagens em Lego exploravam ao máximo a possibilidade de trazer ‘mundos’ variados, com referências diversas se entrecruzando e personagens famosos sendo apresentados como uma tipificação (ainda maior) daquilo que conhecemos. As coisas mudam um pouco, no entanto, quando a marca decide explorar uma de suas próprias linhas de brinquedos, com personagens inéditos (ao menos para quem nunca teve contato com a série de televisão) e de uma forma totalmente centrada em si mesma.
Com isso, The Lego Ninjago Movie tem uma dificuldade maior em agradar aos adultos na sala. Essa característica é compensada, ao menos parcialmente, pela presença (em carne e osso) de Jackie Chan – inclusive com direito aos erros de gravação após os créditos – e com o tradicional texto escrachado da franquia (se é que podemos chamar assim). Mas, ainda assim, temos um filme bastante voltado para as crianças.
A história – que diverge da série exibida no Brasil pela Disney XD – envolve a jornada emocional de Lloyd (Dave Franco). Ele parece ser um garoto comum, mas muita gente em sua cidade tem medo dele ou simplesmente ri de seu comportamento tímido e sem jeito. O principal motivo para isso é o pai do garoto, Garmadon (Justin Theroux), com quem ele nunca conviveu, mas que ele vê diariamente nos noticiários, que acompanham seus terríveis planos de conquistar a cidade.
Para complicar as coisas, Lloyd também luta contra seu pai. Ao lado de seus amigos – Cole (Fred Armisen), Jay (Kumail Nanjiani), Kai (Michael Peña), Nya (Abbi Jacobson) e Zane (Zach Woods) –, ele utiliza robôs gigantes e conhecimentos ninjas para combater os planos malignos de Garmadon quase todos os dias. Contudo, a pressão com relação a uma vitória definitiva apenas cresce e o menino acaba cometendo um erro que não apenas tem consequências terríveis para a cidade como também o revela para seu pai.
A partir dessa premissa, The Lego Ninjago Movie se estabelece como um filme sobre relações familiares, seguindo a mesma temática geral que as demais produções da Lego para o cinema. Claro que algumas pessoas podem questionar a mensagem de que um garoto precisa do seu pai – ainda mais considerando que a opção seria ser criado por um cara malvado –, mas a jornada dos personagens e seus desenvolvimentos acaba fazendo isso fluir de uma maneira minimamente aceitável. Sem contar que também há outras figuras familiares que funcionam relativamente bem, como a mãe de Lloyd, Koko (Olivia Munn), e o mestre ninja Wu (Jackie Chan).
O detalhe é que, com isso, a produção perde inúmeras boas oportunidades. Além de não explorar devidamente os coadjuvantes, o filme se torna um drama comum e sem sal, apenas fazendo breves referências a filmes antigos de kung fu, produções japonesas com monstros que destroem cidades ou mesmo séries de televisão com super-heróis coloridos. Nenhum desses gêneros pode ser aplicado ao longa-metragem, que se concentra totalmente em seu protagonista e seus dilemas e entrega uma aventura simples e que não surpreende o público em nenhum momento – por mais divertido que seja.
Sem trazer nada de novo, The Lego Ninjago Movie se torna um filme facilmente esquecível. Ele mantém a qualidade geral da franquia, mas parece não se preocupar muito em conquistar um novo público ou mesmo em fidelizar o que já existe. Obviamente, não vou dizer que os três (!) diretores (dois estreantes e um quase isso, diga-se de passagem) estavam com preguiça, já que a produção em si é bem caprichada, mas acredito que faltou soltar a criatividade e brincar com o que Lego realmente significa (se bem que essas linhas mais autocontidas são uns brinquedos mais chatinhos mesmo).
Outras divagações:
The Lego Movie
The Lego Batman Movie
Com isso, The Lego Ninjago Movie tem uma dificuldade maior em agradar aos adultos na sala. Essa característica é compensada, ao menos parcialmente, pela presença (em carne e osso) de Jackie Chan – inclusive com direito aos erros de gravação após os créditos – e com o tradicional texto escrachado da franquia (se é que podemos chamar assim). Mas, ainda assim, temos um filme bastante voltado para as crianças.
A história – que diverge da série exibida no Brasil pela Disney XD – envolve a jornada emocional de Lloyd (Dave Franco). Ele parece ser um garoto comum, mas muita gente em sua cidade tem medo dele ou simplesmente ri de seu comportamento tímido e sem jeito. O principal motivo para isso é o pai do garoto, Garmadon (Justin Theroux), com quem ele nunca conviveu, mas que ele vê diariamente nos noticiários, que acompanham seus terríveis planos de conquistar a cidade.
Para complicar as coisas, Lloyd também luta contra seu pai. Ao lado de seus amigos – Cole (Fred Armisen), Jay (Kumail Nanjiani), Kai (Michael Peña), Nya (Abbi Jacobson) e Zane (Zach Woods) –, ele utiliza robôs gigantes e conhecimentos ninjas para combater os planos malignos de Garmadon quase todos os dias. Contudo, a pressão com relação a uma vitória definitiva apenas cresce e o menino acaba cometendo um erro que não apenas tem consequências terríveis para a cidade como também o revela para seu pai.
A partir dessa premissa, The Lego Ninjago Movie se estabelece como um filme sobre relações familiares, seguindo a mesma temática geral que as demais produções da Lego para o cinema. Claro que algumas pessoas podem questionar a mensagem de que um garoto precisa do seu pai – ainda mais considerando que a opção seria ser criado por um cara malvado –, mas a jornada dos personagens e seus desenvolvimentos acaba fazendo isso fluir de uma maneira minimamente aceitável. Sem contar que também há outras figuras familiares que funcionam relativamente bem, como a mãe de Lloyd, Koko (Olivia Munn), e o mestre ninja Wu (Jackie Chan).
O detalhe é que, com isso, a produção perde inúmeras boas oportunidades. Além de não explorar devidamente os coadjuvantes, o filme se torna um drama comum e sem sal, apenas fazendo breves referências a filmes antigos de kung fu, produções japonesas com monstros que destroem cidades ou mesmo séries de televisão com super-heróis coloridos. Nenhum desses gêneros pode ser aplicado ao longa-metragem, que se concentra totalmente em seu protagonista e seus dilemas e entrega uma aventura simples e que não surpreende o público em nenhum momento – por mais divertido que seja.
Sem trazer nada de novo, The Lego Ninjago Movie se torna um filme facilmente esquecível. Ele mantém a qualidade geral da franquia, mas parece não se preocupar muito em conquistar um novo público ou mesmo em fidelizar o que já existe. Obviamente, não vou dizer que os três (!) diretores (dois estreantes e um quase isso, diga-se de passagem) estavam com preguiça, já que a produção em si é bem caprichada, mas acredito que faltou soltar a criatividade e brincar com o que Lego realmente significa (se bem que essas linhas mais autocontidas são uns brinquedos mais chatinhos mesmo).
Outras divagações:
The Lego Movie
The Lego Batman Movie
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