Divagações: The Good Shepherd

Cinema é entretenimento? Eu, pessoalmente, acredito que sim e que é só dessa maneira que ele consegue popularidade. Assim como moda também d...

Cinema é entretenimento? Eu, pessoalmente, acredito que sim e que é só dessa maneira que ele consegue popularidade. Assim como moda também deve ser entretenimento, mas isso é outro assunto.

Entreter, no meu ponto de vista, significa manter a pessoa conectada por vontade própria com aquele assunto/produto/ser humano. Pode ser bom, ruim, de gosto duvidoso, engraçado, trágico, interessante, tedioso, efetivo (ou não)...

É por isso que, apesar de não ser engraçado nem fácil de se entender nem cheio de ação, The Good Shepherd é um bom filme – e um entretenimento que vale a pena. O filme é complexo, daqueles que uma fala perdida pode fazer a diferença, tem figurinos sérios, trilha sonora austera, um roteiro bem silencioso.

Tudo é muito apegado à interpretação dos atores. E que elenco: Matt Damon, Angelina Jolie, Alec Baldwin, Michael Gambon, William Hurt, Gabriel Macht, Joe Pesci, Robert DeNiro... Essa, aliás, é a segunda vez que DeNiro dirige um filme. É possível dizer que ele não sai de sua confortável posição de ator à toa. Esse é um projeto que dificilmente conseguiria apoio financeiro se não tivesse grandes nomes interessados em sua realização. Afinal, está muito longe de ser um blockbuster.

A história acompanha Edward Wilson (Matt Damon) e sua evolução em uma carreira um tanto quanto estranha... Ele, aos poucos, vai perdendo tudo aquilo que ama e se tornando uma pessoa um tanto quanto fria. Mas é tudo por um bem maior. É difícil dizer no que exatamente ele vai se envolvendo, mas seu trabalho é na (contra) inteligência do governo dos Estados Unidos. A época em que tudo se desenrola ajuda no clima de mistério, afinal, o mundo estava confuso e mísseis apontavam para os Estados Unidos diretamente da Baía dos Porcos, em Cuba.

Ou seja, Edward Wilson não é um rapaz que fez algo errado. Ele é um dos primeiros membros da CIA – tanto que seu codinome era “Mother” (mãe). Esse personagem é atormentado pelo suicídio do pai que – esse sim – traiu a confiança de muitos. Será que ele, algum dia, fará o mesmo? Sua história é baseada na de James Angleton, personagem real da história norte-americana, que realmente possuía esse codinome.

Quem deseja assistir The Good Shepherd deve estar preparado. Não se trata de uma grande aventura, há poucos momentos de alívio e exige concentração. Mas é um filme de altíssima qualidade e um entretenimento que enriquece.

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