Divagações: Harry Potter and the Deathly Hallows - Part 2 (de novo)
26.7.11Na minha primeira divagação sobre Harry Potter and the Deathly Hallows: Part 2, o filme ainda não havia estreado. Assim, para que as pessoas pudessem ler o texto sem receber detalhes indesejados, acabei deixando de lado muitas informações que são relevantes. Com medo de não estragar a surpresa, acho que acabei contando de menos. Inexperiência de fã metida a crítica de cinema, suponho – mas é assim que se aprende. Além disso, depois de ter visto o filme três vezes (e aguardando convite para a quarta), acho que já consegui passar da fase de deslumbramento, podendo analisar melhor. Se você não conhece a história e quer ir ao cinema sem saber absolutamente nada, bom, você não deveria estar lendo resenhas na internet. Caso contrário, divirta-se!
Harry Potter and the Deathly Hallows: Part 2, como o próprio título já indica, é uma continuação direta de Harry Potter and the Deathly Hallows - Part 1. Assim sendo, ele começa do meio. Essa característica, no entanto, incomoda menos que terminar um filme no meio, como aconteceu com o anterior. Agora, Harry Potter (Daniel Radcliffe), Ron Weasley (Rupert Grint) e Hermione Granger (Emma Watson) já têm uma pista sobre onde encontrar mais uma horcrux: no cofre de Bellatrix Lestrange (Helena Bonham Carter). Para conseguir esse artefato, eles aproveitam a ajuda do duende Griphook (Warwick Davis), mas assaltar um banco não costuma ser uma ação discreta e Lord Voldemort (Ralph Fiennes) finalmente descobre que o inimigo sabe seu segredo. A partir desse ponto, começa uma correria destinada a terminar em uma grande batalha. E que cenário seria mais próprio para isso que Hogwarts?
Severus Snape (Alan Rickman) agora é diretor da escola de magia e os alunos, liderados por Neville Longbottom (Matthew Lewis), vivem como resistentes ao regime de punições físicas e mal podiam esperar para o retorno de Harry Potter. A batalha, no entanto, não é bonita. Com muita correria e mortes para todos os lados, a lealdade de muitos personagens é colocada em questão. Draco Malfoy (Tom Felton) e seus pais (Jason Isaacs e Helen McCrory) estão em uma posição particularmente tensa. Além disso, diversos personagens já vistos anteriormente aparecem para defender ou atacar a escola, incluindo Molly Weasley (Julie Walters), Remus Lupin (David Thewlis) e Kingsley Shacklebolt (George Harris). Todos eles, para a alegria dos fãs, têm seus momentos de glória devidamente aproveitados durante o filme – embora Minerva McGonagall (Maggie Smith) mereça destaque nesse quesito.
Os fãs, aliás, tem muito a comemorar com esse filme. Com a divisão em duas partes, Harry Potter and the Deathly Hallows: Part 2 acabou contando os capítulos finais da história de uma forma relativamente fiel, incluindo todas as frases marcantes possíveis. Apesar da cena das lágrimas e de pequenas falhas de continuidade, Severus Snape se despede com dignidade da série. Outra questão que merece destaque são os irmãos Albus e Aberforth Dumbledore (Michael Gambon e Ciarán Hinds). O primeiro divide com Daniel Radcliffe um dos melhores diálogos do filme, enquanto o segundo surpreende com uma atuação contida, mas cheia de significado – e como os dois atores ficaram parecidos!
Ainda assim, algumas cenas podem ter decepcionado um pouco os espectadores. Harry Potter e Ginny Weasley (Bonnie Wright) continuam sendo um casal sem graça, enquanto Neville Longbottom surpreende declarando uma paixonite que não está nos livros. Além disso, os bonzinhos nunca matam se podem evitar (o que é um pouco difícil durante uma batalha), fazendo com que as mortes dos seguidores de Voldemort acabem perdendo bastante impacto, principalmente as mais aguardadas pelos sedentos por sangue e vingança.
A grandiosidade do conjunto, entretanto, faz com que esses sejam apenas detalhes. Responsável por dirigir metade dos filmes da franquia, David Yates finaliza seu trabalho muito bem, mostrando que consegue equilibrar diferentes gêneros e entregar sempre resultados satisfatórios. Seja com a esperança e o desespero de Harry Potter and the Order of the Phoenix, os segredos ocultos e revelados de Harry Potter and the Half-Blood Prince, a tensão e o tédio de Harry Potter and the Deathly Hallows - Part 1 ou a luta individual e a batalha solidária de Harry Potter and the Deathly Hallows - Part 2. É preciso acrescentar que a delicada e comovente trilha sonora de Alexandre Desplat deve ter ajudado bastante.
Bonito tanto tecnicamente quanto em suas mensagens, esse é um filme que merece ser visto diversas vezes. Harry Potter and the Deathly Hallows - Part 2 é a despedida de uma das franquias mais lucrativas e mais comoventes da história do cinema. Assim como seus atores e seus personagens se desenvolveram, amadureceram seus temas e suas implicações. Dificilmente existirá outra série como essa no cinema ou na literatura – e como foi bom crescer com esses livros e filmes.
Outras divagações:
0 recados