Livros: Educação - O Roteiro

Quem leu a minha divagação sobre An Education tem uma noção sobre o quanto eu gostei do filme. O que essas pessoas não sabiam é que eu ador...

Quem leu a minha divagação sobre An Education tem uma noção sobre o quanto eu gostei do filme. O que essas pessoas não sabiam é que eu adorei tanto a obra que simplesmente não pude resistir quando vi que a editora Rocco havia publicado o roteiro – sim, o roteiro do filme! Muitas vezes eu vejo um livro com a capa de um filme e vou abrir feliz da vida e é uma adaptação (ou o livro que deu origem a adaptação cinematográfica, mas daí eu fico chateada pelo livro, não pelo filme, se é que vocês me entendem).

De qualquer forma, suponho que o fato de Nick Hornby ter escrito o roteiro tenha ajudado na publicação do texto. Afinal, como ele mesmo conta na introdução, ele é muito mais conhecido como escritor de livros que como roteirista, uma experiência que, para ele, foi uma aventura memorável – suponho que seria para mim também, se o resultado fosse um filme tão legal.

Dedicado a Carey Mulligan, Educação: O Roteiro tem a tradução de Sergio Moraes Rego e Paulo Reis. No Brasil, ele só chegou em 2010, embora a editora Riverhead Books já o tivesse publicado em 2009 (exatamente o mesmo que aconteceu com o filme, diga-se de passagem). Além do próprio roteiro, o livro conta com uma interessante introdução sobre o envolvimento do autor com a história, levemente baseada em um ensaio autobiográfico de Lynn Barber. Outro ‘bônus’ é o diário de Hornby a respeito de sua passagem pelo Festival de Sundance. Com um humor educado, o escritor se mostra perdido no meio dos tubarões da indústria – e se coloca aos pés de Carey Mulligan.

Mas vamos ao que interessa! Obviamente, o roteiro é muito bem escrito e delicado, características que foram devidamente passadas para o filme. Através da leitura de um material como esse é possível perceber o quanto os atores são importantes na construção da narrativa. Se não fosse pelo trabalho de Alfred Molina, por exemplo, o pai da protagonista seria uma pessoa bastante difícil de simpatizar, ou até mesmo de entender. A própria humildade do ator fala disso, quando ele coloca o final criado pela equipe no momento de filmagem e deixa seu próprio texto a parte, alegando que a nova solução era mais eficiente.

O que o roteiro tem de superior ao filme, então? Sinceramente, apenas o fato de ser uma experiência diferente. Ainda capaz de manter a magia, o roteiro, no entanto, não deixa de ser um produto inacabado, a espera de seus atores, diretores, produtores e dos demais membros da equipe (pois é, um filme é um trabalho de equipe). Essa experiência é válida para quem, como eu, gostou de An Education e da maneira como o filme se desenvolvem. É como assistir a tudo novamente, mas a partir de outro ângulo e em uma velocidade bem diferente.

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