Divagações: Be Kind Rewind

Às vezes, um filme se destaca não por seus méritos, mas por seus fãs. É o caso de alguns blockbusters baseados em obras de grande repercussã...

Às vezes, um filme se destaca não por seus méritos, mas por seus fãs. É o caso de alguns blockbusters baseados em obras de grande repercussão. E, também, é o caso de Be Kind Rewind. Por mais divertido que o filme seja, é difícil para quem o assiste não ficar um pouco desapontado, afinal, “tanta gente falou bem”.

Não que o filme seja ruim. Ele tem momentos muito divertidos, principalmente para quem tem um conhecimento básico sobre cinema e sabe sobre o que os personagens estão falando. A história se passa em uma locadora de VHS em Passaic, New Jersey, terra de muitos nomes do jazz onde a glória da comunidade é passado. Da comunidade e da locadora, afinal, quem tem aparelho de VHS em casa?

Prestes a ter que abandonar o clássico prédio (caindo aos pedaços) onde existe, o dono do negócio (Danny Glover) resolve investigar a concorrência e deixa seu funcionário/filho adotivo Mike (Mos Def) cuidando do negócio. O problema é que ele é amigo de um encrenqueiro chamado Jerry Gerber (Jack Black). Por culpa desse amigo, todas as fitas acabam sendo magicamente (ou eletromagneticamente) apagadas! A solução encontrada é filmar tudo de novo, de acordo com as encomendas dos clientes e cobrando 20 vezes mais, o que, no final das contas, pode acabar salvando o negócio!

A premissa é muito divertida e as filmagens garantem boas risadas, principalmente pela economia de elenco e as soluções criativas – que conseguem deixar todos os filmes com cerca de 20 minutos de duração. Nesse momento, você entende porque há pessoas que acham esse filme o máximo e que insistiram tanto para que ele fosse tivesse uma melhor distribuição nos cinemas nacionais.

Então, porque essa relutância toda em dizer que o filme é muito bom, por favor, vejam o quanto antes? A resposta é simples: Jack Black.

Ele pode até ser um cara divertido, mas conseguiu reunir todas as suas maiores chatices ao mostrar as caricaturas baratas de sempre como um amigo inconveniente, metido e que se acha o maior gostosão da paróquia. O personagem, basicamente, só serve para apagar as fitas no começo do longa, depois sua participação é relegada a cenas de estrelismo ridículas que chegam a dar vergonha alheia. Na minha opinião, o filme teria ganho mais se explorasse um pouco melhor as inseguranças de Mike, inclusive no romance mal resolvido com Alma, personagem de Melonie Diaz.

Ao final, o que sobra é a sensação de uma diversão descomprometida que poderia ter sido um pouco melhor, mas que foi o suficiente. Dá até vontade de assistir Ghost Busters e Driving Miss Daisy.

RELACIONADOS

0 recados