Divagações: Star Trek

Eu tenho duas teorias sobre os bons filmes. Uma “afirma que” um bom filme é aquele que preenche totalmente o seu ser, que confere uma sen...

Eu tenho duas teorias sobre os bons filmes. Uma “afirma que” um bom filme é aquele que preenche totalmente o seu ser, que confere uma sensação única e completa, que faz você sair do cinema com a ideia de que nunca mais irá ver aquele filme – só para não perder aquele sentimento. Esses filmes são muito raros e é provável que a maioria das pessoas nunca tenha sentido nada assim. Eu mesma, que adoro ao cinema e frequento salas com assiduidade, cito apenas dois filmes que se enquadram nessa categoria. Também existe a possibilidade de isso ser algo completamente pessoal e ninguém mais ter esse tipo de “amor” por um filme.

Minha outra teoria “diz que” é possível perceber um bom filme na primeira vez que você o assiste, mas que a certeza sobre a qualidade só será absoluta na segunda ou terceira vez que você assistir à obra. Se ela continuar sendo boa, daí sim, ela é realmente. Claro que “bom” e “ruim” são conceito bastante relativos, mas eu estou falando de opinião pessoal também.

E, para mim, Star Trek é um bom filme. Cresci ouvindo meu pai idolatrar essa série, ao mesmo tempo em que procurava as reprises na TV a cabo. Ele não é nenhum grande fã, mas gosta o suficiente para ver e rever muitas vezes. Eu, no entanto, nunca vi muita graça no seriado (meu pai sempre rejeitou os filmes, então só soube da existência deles depois de “grandinha”). Mesmo assim, fui ao cinema ver esse recomeço da série. Por incrível que pareça, voltei para casa recomendando Star Trek para o meu pai! Garanto que não fui a única.

Assim, foi com ele que tive a oportunidade de rever esse filme. A história acompanha os jovens Kirk (Chris Pine) e Spock (Zachary Quinto), mostrando um pouco de sua infância e o início da carreira de ambos em Starfleet (Frota Estelar, galera). A rivalidade entre os dois é latente, uma vez que eles possuem personalidades bastante diversas. No entanto, um plano de vingança vindo de outra dimensão através do capitão Nero (Eric Bana) vai abalar a ambos emocionalmente, mostrando o início de uma longa amizade. Enfim, não vou contar a história em muitos detalhes porque ela não é o que mais interessa aqui.

Acontece que um dos grandes méritos da produção é dar uma cara jovem e moderna a Star Trek sem ofender os antigos fãs, tanto que o Spock original (Leonard Nimoy) também está no elenco. Ao mesmo tempo, isso é feito com bons efeitos visuais, um roteiro com diálogos ágeis, valorização dos personagens e ação na medida certa. A história é cativante, mas o que vale mesmo a pena – o que fica quando o filme acaba – é como esse universo é interessante, cheio de elementos curiosos e digno de ser explorado (e adorado). Assim, o filme se torna um entretenimento adequado para pessoas de todas as idades, tenham elas, ou não, algum vínculo com a série original ou os personagens. O diretor J.J. Abrams e os roteiristas Roberto Orci e Alex Kurtzman estão de parabéns.

Espero que toda essa mesma competência (eu não disse fórmula!) se repita na sequência ainda sem título e prevista para 2012.

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