Divagações: Red

Bruce Willis , em algum momento de sua carreira, foi realmente considerado um ator sério? Talvez ele tenha chegado perto disso na época e...

Bruce Willis, em algum momento de sua carreira, foi realmente considerado um ator sério? Talvez ele tenha chegado perto disso na época em que encarnou o herói de ação, mas não sei ao certo... Em Red, por exemplo, ele está cercado de atores bem vistos como Helen Mirren e Morgan Freeman. Mesmo assim, ele como protagonista dá uma aura de canastrice ao filme que fica difícil levar a proposta a sério. Não que seja para tanto, afinal, trata-se de uma “comédia de ação”.

Red conta uma história meio forçada de um agente de operações secretas aposentado chamado Frank Moses (Bruce Willis). Por alguma razão, ele é apaixonado por Sarah Ross (Mary-Louise Parker), uma ávida leitora de histórias baratas de espionagem com quem só conversou por telefone – isso porque ela trabalha como telefonista da previdência (da previdência!). Assim, quando a vida dele é ameaçada, Moses resolve ir atrás de seus velhos companheiros, mas antes dá uma parada no caminho para sequestrar (sequestrar!) a moça. Em pouco tempo, juntam-se a eles o mentor à beira da morte Joe Matheson (Morgan Freeman), o paranoico Marvin Boggs (John Malkovich) e a assassina Victoria (Helen Mirren). Já do outro lado da “caçada aos aposentados” está o agente William Cooper (Karl Urban) e toda a parafernália do governo dos Estados Unidos.

Mesmo tendo uma premissa bastante boba, que ninguém se preocupa muito em aprofundar nas telas, mas que – suponho – deve ser mais emocionante na obra original, o filme consegue ser interessante. O visual procura seguir o estilo da linguagem dos quadrinhos, com ângulos de câmera bem característicos. A violência também se aproveita da mesma tendência e é bem marcada, causando até certa estranheza por causa da idade dos atores (o que era uma intensão óbvia). Claro que as armas e explosões representam um capítulo a parte, uma vez que são enormes, barulhentas e provocam uma destruição considerável. Aliás, quem se importa com prédios explodindo? Bobagem cotidiana, não é mesmo? O mais legal é que a destruição é concentrada. Basicamente, sua casa pode ser destruída, mas seus vizinhos continuarão dormindo tranquilamente (ou quase isso).

O elenco também faz o filme valer a pena. Afinal, onde mais você vai poder encontrar Morgan Freeman, John Malkovich e Helen Mirren juntos? Imagino, aliás, que eles também tenham achado divertido trabalhar tão próximos e em um filme mais leve – convenhamos que um elenco com essa média de idade não é comum, principalmente se não há uma aristocracia envolvida (e um figurino pesado).

Tirando esses elementos, Red não chega a realmente valer a pena. Embora eu considere as razões acima suficientes para bancar muitos ingressos, acredito que o filme seja mais indicado para quem curte a história original (seja para adorar ou para xingar, afinal é para isso que os fãs servem) e para quem engole qualquer filme de ação que passar pela frente, principalmente quando o lema for “quanto mais exagerado, melhor”. Afinal, fugir do governo dos Estados Unidos nunca foi tão cool.

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