Divagações: The Space Between Us
12.10.17
Uma história meramente bonitinha, um elenco também bonitinho (com alguns nomes interessantes) e um cenário que gera certa grandiosidade para a obra. Em nenhum momento, The Space Between Us me pareceu um ‘filmão’ ou algo que o valha. O filme nunca escondeu suas raízes nas comédias românticas adolescentes, com uma dose de rebeldia e outra de falta de entendimento do mundo (o que, nesse caso, é exagerado e usado para alívio cômico). Essa, basicamente, era minha expectativa quando decidi assistir ao longa-metragem. E saí com a sensação de que foi exatamente isso o que encontrei, sem tirar nem por.
Gardner Elliot (Asa Butterfield) nasceu em Marte. Sua mãe (Janet Montgomery) era a líder em uma missão que formaria a primeira colônia no planeta vermelho, mas ela acabou falecendo no parto. Como a gestação aconteceu em um ambiente sem gravidade, ele acabou sendo criado pelos astronautas, com direito até a uma tutora, Kendra Wyndham (Carla Gugino). Contudo, a ausência de um parente real por perto, a falta de contato com pessoas da sua idade e a angústia adolescente acabam sendo um pouco demais em sua vida – e Garner insiste em ir para a Terra.
Chegando ao planeta azul, as verdadeiras intenções do menino ficam claras. Ele foge da estação e parte ao encontro de sua amiga online Tulsa (Britt Robertson), uma órfã que está contando os dias para atingir emancipação. Juntos, os dois vão em busca do pai de Gardner, cometendo uma série de furtos e outros pequenos crimes no caminho. Ao mesmo tempo, Kendra e o ‘dono’ da companhia aeroespacial, Nathaniel Shepherd (Gary Oldman), seguem os dois em uma tentativa desesperada para salvar a vida do rapaz.
De maneira geral, The Space Between Us é bastante caprichado. O diretor Peter Chelsom não poupou esforços em propagandear a Terra como um planeta naturalmente lindo – em certo momento, o filme se torna uma espécie de road trip –, além de ter dado bastante atenção às tecnologias mostradas na tela. Ainda que Marte pareça ser um bocado sem graça, esse aspecto se encaixa bem na narrativa e ninguém pode culpar o protagonista por querer escapar de lá. Em grande parte, é por isso que o filme funciona, já que a história em si é bastante fraca e repleta de clichês.
Outro aspecto positivo do filme é a presença de Britt Robertson. Enquanto Asa Butterfield simplesmente acompanha o andamento da história e mantém uma cara de bobo (eu adoro ele, mas é verdade), é ela quem garante brilho à produção. Sua personagem tem mais energia que todos os outros juntos, além de ter as melhores falas, o melhor figurino e a presença de espírito para pensar rápido e agir em situações inusitadas. Mas nada disso adiantaria muito se a atriz não segurasse a pose de Tulsa, já que ela tem motivações fracas e existe, basicamente, para apresentar soluções sem quebrar a aura de ingenuidade do protagonista (e como interesse romântico, mas vamos deixar isso de lado).
O detalhe é que, tirando Britt e a beleza visual da produção, existe pouco o que se aproveitar em The Space Between Us. Mesmo com a premissa espacial, o filme não pode ser exatamente classificado como uma ficção científica (afinal, não há nada de ciência) e acaba sendo apenas mais uma comédia romântica adolescente bobinha. Em outros tempos, essa seria uma boa opção para a Sessão da Tarde – consigo até mesmo imaginar adultos do futuro sentindo certa nostalgia em relação à produção, ao mesmo tempo em que admitem que, no fundo, o filme realmente não é lá muito bom.
Gardner Elliot (Asa Butterfield) nasceu em Marte. Sua mãe (Janet Montgomery) era a líder em uma missão que formaria a primeira colônia no planeta vermelho, mas ela acabou falecendo no parto. Como a gestação aconteceu em um ambiente sem gravidade, ele acabou sendo criado pelos astronautas, com direito até a uma tutora, Kendra Wyndham (Carla Gugino). Contudo, a ausência de um parente real por perto, a falta de contato com pessoas da sua idade e a angústia adolescente acabam sendo um pouco demais em sua vida – e Garner insiste em ir para a Terra.
Chegando ao planeta azul, as verdadeiras intenções do menino ficam claras. Ele foge da estação e parte ao encontro de sua amiga online Tulsa (Britt Robertson), uma órfã que está contando os dias para atingir emancipação. Juntos, os dois vão em busca do pai de Gardner, cometendo uma série de furtos e outros pequenos crimes no caminho. Ao mesmo tempo, Kendra e o ‘dono’ da companhia aeroespacial, Nathaniel Shepherd (Gary Oldman), seguem os dois em uma tentativa desesperada para salvar a vida do rapaz.
De maneira geral, The Space Between Us é bastante caprichado. O diretor Peter Chelsom não poupou esforços em propagandear a Terra como um planeta naturalmente lindo – em certo momento, o filme se torna uma espécie de road trip –, além de ter dado bastante atenção às tecnologias mostradas na tela. Ainda que Marte pareça ser um bocado sem graça, esse aspecto se encaixa bem na narrativa e ninguém pode culpar o protagonista por querer escapar de lá. Em grande parte, é por isso que o filme funciona, já que a história em si é bastante fraca e repleta de clichês.
Outro aspecto positivo do filme é a presença de Britt Robertson. Enquanto Asa Butterfield simplesmente acompanha o andamento da história e mantém uma cara de bobo (eu adoro ele, mas é verdade), é ela quem garante brilho à produção. Sua personagem tem mais energia que todos os outros juntos, além de ter as melhores falas, o melhor figurino e a presença de espírito para pensar rápido e agir em situações inusitadas. Mas nada disso adiantaria muito se a atriz não segurasse a pose de Tulsa, já que ela tem motivações fracas e existe, basicamente, para apresentar soluções sem quebrar a aura de ingenuidade do protagonista (e como interesse romântico, mas vamos deixar isso de lado).
O detalhe é que, tirando Britt e a beleza visual da produção, existe pouco o que se aproveitar em The Space Between Us. Mesmo com a premissa espacial, o filme não pode ser exatamente classificado como uma ficção científica (afinal, não há nada de ciência) e acaba sendo apenas mais uma comédia romântica adolescente bobinha. Em outros tempos, essa seria uma boa opção para a Sessão da Tarde – consigo até mesmo imaginar adultos do futuro sentindo certa nostalgia em relação à produção, ao mesmo tempo em que admitem que, no fundo, o filme realmente não é lá muito bom.
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