Divagações: This is the End

Saber brincar com a sua própria imagem, trabalhar ao lado dos seus melhores amigos e se divertir mais a cada novo dia. Isso é possível? A...

Saber brincar com a sua própria imagem, trabalhar ao lado dos seus melhores amigos e se divertir mais a cada novo dia. Isso é possível? Aparentemente, Seth Rogen e companhia conseguiram essa façanha em This is the End, um filme que retoma o humor completamente drogado e avacalhado de antecessores como Bill & Ted's Excellent Adventure e Harold & Kumar Go to White Castle.

Em This is the End, todos – atores e celebridades – interpretam a si mesmos, mas com ênfase nos defeitos e nos clichês, em um ponto que deixa bem claro que eles simplesmente não podem ser assim. Na trama, Jay Baruchel acabou de chegar em Los Angeles para visitar seu grande amigo Seth Rogen. Juntos, eles vão a uma festa na casa de James Franco, onde encontram com Jonah Hill, Craig Robinson, Danny McBride, Michael Cera, Emma Watson, Rihanna e outras pessoas famosas.

Aparentemente, a diversão acontece exatamente como é o esperado em uma festa repleta de pessoas ricas e dispostas a curtir a vida sem muito apego pelo amanhã. O detalhe é que, bem nessa noite, tem início o apocalipse, com direito a pessoas sendo arrebatadas ou caindo diretamente no inferno por meio de fendas na Terra – isso sem contar a presença do próprio demônio, que cresce sem parar.

Ou seja, não espere por nenhum compromisso com a realidade. O orçamento do filme é bom o suficiente para fazer efeitos especiais que não incomodam, mas também não escondem a tosqueira da história (para quem quer saber valores, aparentemente, a Sony liberou 32 milhões de dólares). Além disso, durante a maior parte do tempo, as coisas acontecem na sala de James Franco, de modo que a atenção fica mesmo voltada para os atores/personagens.

Assim, a situação extrema e inexplicável em que eles se encontram se transforma em um terreno fértil para comportamentos absurdos, brigas, demonstrações de amizade, pequenos grandes pecados e até redenções. Pode-se até dizer que há uma lição de moral em This is the End, mas ela serve mais para estabelecer algumas (poucas) regras nesse universo sem noção que para fazer a narrativa andar.

Para quem curte o gênero, vai ser difícil parar de rir. This is the End é repleto de participações especiais, além de referências a outros filmes dos atores e, também, a clássicos do terror. Para completar, há muita improvisação e os diálogos fluem naturalmente, fazendo com que o elenco pareça estar se divertindo muito, ao mesmo tempo em que eles conseguem manter os personagens consistentes (leia-se caricatos) e deixar todas as situações bem entrelaçadas (obviamente, nada é muito complexo).

Inclusive, dizem que o diretor e roteirista Evan Goldberg testou o limite de todos durante as filmagens. Ele se desafiou a levar o maior número possível de pessoas a se negarem a fazer algo absurdo – tendo ‘perdido’ apenas para James Franco e seu colega Seth Rogen. No final das contas, quem ganha são os espectadores ávidos por maluquices. Afinal, This is the End é uma luz no fim do túnel para a liberdade criativa na comédia e o humor sem amarras. É divertido do início ao fim e garante muitos bons momentos.

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