Divagações: The Hunger Games - Catching Fire

Embora The Hunger Games tenha atraído uma quantidade gigantesca de pessoas até os cinemas, o filme ainda era uma incógnita para muitos. ...

Embora The Hunger Games tenha atraído uma quantidade gigantesca de pessoas até os cinemas, o filme ainda era uma incógnita para muitos. A base de fãs já era grande, mas ninguém sabia exatamente o que esperar e vários sentaram na frente da telona com expectativas baixas ou neutras. The Hunger Games: Catching Fire, contudo, perdeu essa característica que pode ser compreendida como uma vantagem.

Muito aguardado e com um número ainda maior de fãs, o filme estava em várias salas nos cinemas multiplex, competindo de cabeça erguida contra qualquer blockbuster que ousasse o desafiar. Ao mesmo tempo, também havia gente com pedras nas mãos – mas poucos se atreveram a jogá-las.

The Hunger Games: Catching Fire começa alguns meses após a conclusão do anterior. Katniss Everdeen (Jennifer Lawrence) ainda está traumatizada pelos acontecimentos vividos durante os jogos, mas parece ter voltado às boas com Gale Hawthorne (Liam Hemsworth) ao mesmo tempo em que ignora Peeta Mellark (Josh Hutcherson). Os dois vencedores, contudo, precisam fingir que são namorados a pedido do presidente Snow (Donald Sutherland), que quer tirar a atenção dos fatos e focar no espetáculo.

Contudo, a situação política tensa prejudica a manobra e Snow acaba recorrendo a uma sugestão do novo diretor dos jogos, Plutarch Heavensbee (Philip Seymour Hoffman), aproveitando a edição comemorativa de 75 anos da atração para reunir antigos vencedores. Ou seja, Katniss e Peeta voltam para a arena, dessa vez ao lado do bonitão Finnick Odair (Sam Claflin), da furiosa Johanna Mason (Jena Malone), do intelectual Beetee (Jeffrey Wright), da idosa Mags (Lynn Cohen), entre outros.

Caso você não tenha entendido quase nada nos dois parágrafos acima, acho melhor assistir a The Hunger Games antes de se aventurar pela continuação. The Hunger Games: Catching Fire exige certo conhecimento prévio e não perde tempo explicando novamente as coisas – mesmo tendo 146 minutos, fica a sensação de que havia muita coisa para ser contada. O ritmo é frenético e muitos personagens passam praticamente batidos, com pouquíssimos minutos (se tanto!) de tela.

Aliás, a falta de atenção para os outros personagens era uma das principais críticas feitas ao filme anterior, mas isso permanece aqui. Obviamente, trata-se de uma questão de tempo e de prioridades, mas também estamos falando em manter uma classificação etária baixa e a dignidade da protagonista, que – por mais esperta que seja – ainda é inocente demais para entender aquilo em que está se envolvendo.

Jennifer Lawrence, em seu primeiro filme como vencedora do Oscar, capricha ao encarnar de forma convincente uma personagem mais nova e consegue transmitir mais camadas à personalidade de Katniss. Ela recebe a ajuda de todo o elenco que a acompanha, especialmente Elizabeth Banks, Woody Harrelson e Stanley Tucci (três nomes interessantes e que são genuinamente empolgados com a história). Em compensação, Philip Seymour Hoffman, que teria muito a acrescentar, parece absolutamente deslocado e atua de forma automática.

Com relação às mudanças, a direção de Francis Lawrence deixou a Capitol menos empolgante. As maquiagens e os cabelos continuam chamativos e exagerados, mas há algo de opaco e decadente. O clima de que algo está prestes a acontecer é constante durante todo o filme, inclusive ao final – mas vou ter que parar por aqui e esperar por The Hunger Games: Mockingjay - Part 1 e The Hunger Games: Mockingjay - Part 2.


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