Divagações: Thor - The Dark World

Quando Thor estava sendo produzido, estranhei um pouco a direção de Kenneth Branagh – que até então dava mais preferência para projetos...

Quando Thor estava sendo produzido, estranhei um pouco a direção de Kenneth Branagh – que até então dava mais preferência para projetos shakesperianos ou em que ele pudesse brilhar como ator – e a presença de Natalie Portman no elenco, pois ela estava em uma fase mais ‘alternativa’ da carreira. No entanto, quando Thor: The Dark World foi confirmado, meu medo estava justamente na falta desses dois elementos, capazes de fazer grande diferença no resultado final.

Enquanto Natalie voltou para a continuação, Branagh foi substituído por Alan Taylor, mais conhecido por trabalhos para a televisão. Ainda que ele dê conta do recado, o filme perde um pouco de sua poética e fica a sensação de uma qualidade geral inferior. Na verdade, o próprio roteiro perde muito (dizem até que tiveram que chamar Joss Whedon para ‘salvar’ a produção).

Mas antes de falar mal, vamos apresentar do que se trata Thor: The Dark World. Tudo começa com um prelúdio sobre uma raça que existia desde antes o surgimento do universo e que, portanto, quer explodir tudo para que as coisas voltem a ser como antes. Para isso, o líder deles, Malekith (Christopher Eccleston), precisa agir durante um alinhamento entre os mundos que só ocorre a cada cinco mil anos, algo que está prestes a acontecer.

Por acaso, Jane Foster (Natalie Portman) está pesquisando o assunto e acaba envolvida de uma forma que sua vida passa a correr perigo. Assim, Thor (Chris Hemsworth) resolve desobedecer a seu pai Odin (Anthony Hopkins) para salvá-la, mesmo que isso implique ter que libertar da prisão seu irmão, Loki (Tom Hiddleston).

Obviamente, Loki acaba sendo o grande destaque de Thor: The Dark World. Suas malícias, seus sorrisos e suas piadas cínicas roubam todas as cenas em que ele aparece. Eu gosto muito do personagem e fico feliz que ele tenha esse espaço – suponho que não seja a única, já que esse é um dos poucos antagonistas populares que temos visto nos filmes da Marvel. Contudo, tinha esperança que Eccleston tivesse mais espaço no filme (e um rosto mais flexível), afinal, trata-se de um bom ator britânico que poderia crescer em Hollywood.

De qualquer forma, a trama tem poucos elementos novos e não chega a surpreender. É verdade que ela traz uma aventura de grandes proporções, mas, ainda assim, é totalmente esquecível. Quem é fã dos personagens e/ou do universo que a Marvel está construindo nos cinema não pode deixar de ver, mas os demais podem esperar ou simplesmente ignorar.

Um ponto positivo dessa sequência é o humor apurado e bem feito. Além do cinismo de Loki, temos a personalidade marcante da assistente de Jane, Darcy Lewis (Kat Dennings), as novidades relacionadas a Erik Selvig (Stellan Skarsgård), que esteve envolvido nos acontecimentos de The Avengers, e as breves participações de Chris Evans e Stan Lee.

Para assistir com a pipoca sempre a mão, Thor: The Dark World não machuca ninguém e também não exige muito conhecimento prévio. O filme faz referências aos acontecimentos de The Avengers e deixa claro que Thor havia se apaixonado por Jane em uma aventura anterior, mas nada que atrapalhe uma diversão descomprometida.


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