Divagações: Real Steel

Um filme envolvendo robôs super fortes e boxe pode ser facilmente taxado como uma produção para meninos. Ainda que Real Steel não tente ...

Um filme envolvendo robôs super fortes e boxe pode ser facilmente taxado como uma produção para meninos. Ainda que Real Steel não tente fugir muito disso, trata-se de uma história sensível o suficiente para agradar a um público mais amplo.  Tem até um menino fofo ensinando importantes lições de vida a seu pai!

Passado em um futuro não muito distante, onde o boxe entre robôs controlados por humanos substituiu o esporte tradicional, Real Steel começa mostrando a péssima situação de Charlie Kenton (Hugh Jackman). Ele já havia sido um boxeador e teve certo reconhecimento com lutas entre robôs, mas anda fazendo apostas muitas erradas – o que inclui perder seu instrumento de trabalho para um touro.

Para tentar ganhar um dinheiro, ele negocia a guarda de seu filho biológico (que perdeu a mãe recentemente por um motivo não especificado), mas isso não impede que ele tenha que passar o verão com o menino, Max Kenton (Dakota Goyo). A princípio, Charlie pretende deixar a criança sob os cuidados de sua namorada-admiradora-mecânica-senhoria, Bailey Tallet (Evangeline Lilly), mas o menino acaba forçando sua companhia.

Assim, quando tudo dá errado para o pai, o filho surge com uma esperança ao retirar do lixo um robô ultrapassado, mas resistente. Aos poucos, a máquina une os dois humanos por evidenciar o quanto eles são parecidos e como podem trabalhar bem em equipe. Um aspecto interessante é que essas semelhanças estão relacionadas com as qualidades, mas também estão, principalmente, ligadas aos defeitos.

Ou seja, a princípio, nem pai nem filho são muito dignos de simpatia (o menino ganha um desconto por ser criança) sendo que é a relação entre os dois que faz com que a história ande. Quanto ao robô, bem, ele é simpático, mas não chega a chamar muita atenção. É divertido ver a variedade, mas nenhum deles realmente chega a cativar.

Quem se interessa por boxe talvez se divirta com as referências ao esporte e aos filmes relacionados, com destaque para Rocky. Já as lutas sofrem um pouquinho justamente pela falta de humanidade. A torcida se empolga, o metal se distorce, há rivalidades, grandes nomes, dinheiro... Mas eu resisto em acreditar nisso como uma possibilidade real, ainda mais para daqui a sete anos.

No geral, o filme é bem feito tecnicamente e os robôs convencem, mas a trama é singela demais para que o público adulto se sinta satisfeito. Ao mesmo tempo, é uma produção cara demais para acabar, por exemplo, na Sessão da Tarde – ainda que os ‘vilões’ se enquadrem bem no perfil. Aliás, essa falta de complexidade nos personagens secundários é uma das coisas que mais me incomodou no filme. Não há motivações ou qualquer coisa que o valha, apenas caras feias e atitudes suspeitas.

No final das contas, acredito que se a história fosse mais voltada para a ação, talvez existisse um apelo maior para o público que já curte o gênero, mas esse nunca foi exatamente o perfil do diretor Shawn Levy, que é mais conhecido por suas comédias. No meio de diversas boas intenções, o filme se perde e fica meramente razoável. Ainda bem que Hugh Jackman deu conta do recado e manteve a dignidade de Real Steel.

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1 recados

  1. Taí outro filme que eu fui deixando pra depois e... Enfim, o "depois" nunca chegou, rs Fiquei animado em conferir, vou tentar fazer o mais breve possível!

    Gostei da crítica. Bem concisa e precisa! ;)

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