Divagações: Run Fatboy Run

Você sabia que, de vez em quando, David Schwimmer resolve assumir a cadeira de diretor? Em 2007, depois de alguns episódios de Friends ...

Você sabia que, de vez em quando, David Schwimmer resolve assumir a cadeira de diretor? Em 2007, depois de alguns episódios de Friends e vários filmes para a televisão, ele se aventurou em seu primeiro longa-metragem para o cinema: Run Fatboy Run.

O filme conta a história de Dennis (Simon Pegg, que também é um dos roteiristas do filme), um homem que, em desespero, deixou sua noiva – grávida – no altar. Cinco anos depois e bem mais gordinho, ele ainda gosta de Libby (Thandie Newton), mas ela tem um novo namorado, o maratonista Whit (Hank Azaria). Assim, para provar que não é um covarde irresponsável, Dennis faz a promessa de terminar uma maratona, mesmo tendo poucos dias para treinar. Ficam ao seu lado nessa aventura, seu melhor amigo Gordon (Dylan Moran) e seu senhorio, o senhor Goshdashtidar (Harish Patel).

Como já é possível perceber, a história é boba e não dá para negar que as situações cômicas são forçadas até onde é possível. Para completar, os estereótipos correm soltos em um elenco onde os ingleses são atrapalhados (e têm uma estranha predileção por roupas vergonhosas), os irlandeses são beberrões, os indianos são estranhos e os americanos são malvados.

Ao mesmo tempo, é difícil não se divertir com Run Fatboy Run. A premissa é bem construída, de maneira que dá para perdoar muita coisa no decorrer do filme por causa disso. Além disso, lá no fundo, os personagens parecem ter alguma profundidade, mesmo que isso não apareça na tela (ou talvez isso seja apenas a minha simpatia pelo filme que está me deixando parcial).

Basicamente, enquanto Simon Pegg é um cara comum e barrigudo, Thandie Newton é a namorada dos sonhos e Hank Azaria é o namorado sem noção da garota legal. Ou seja, você não precisa pensar em assuntos profundos ou complexos, deixando para se divertir com os diálogos exagerados. As melhores falas vão para Dylan Moran, que é justamente o primo esquisitão.

Para falar a verdade, as coisas só ficam realmente bobas quando tudo começa a girar ao redor da maratona. Esse, no entanto, é justamente o momento em que o filme se assume como uma comédia leve, daquelas que dá para assistir com as crianças na sala sem prejuízo para você ou para elas. Também é válido observar que se trata de uma comédia romântica contada pelo ponto de vista masculino, o que ajuda a manter meninos e meninas na sala.

Para quem curte o gênero, talvez a experiência não seja das melhores, pois as situações são criadas para que você dê risada, ao invés de serem fluidas, o que faria com que o riso aparecesse naturalmente. Obviamente, é estranho pensar que se trata de um diretor americano lidando com o humor inglês, mas não acho que houvesse muito que Schwimmer pudesse fazer. Run Fatboy Run é o típico filme que começa muito bem, faz sua reviravolta em meia hora e passa o resto do tempo apenas divertindo o espectador.

Não que isso seja necessariamente ruim! As piadas mantêm todos atentos e até daria vontade de correr uma maratona – o difícil é apenas deixar o conforto do lar. Para aqueles que quiserem se aventurar como atletas, Run Fatboy Run pode ser um motivador divertido e um pouco truncado, mas, ainda assim, funcional.

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