Divagações: Edge of Tomorrow

Mexer com o tempo está em alta desde que Looper provou que é possível tornar o tema atrativo novamente, trazendo surpresas para o públic...

Mexer com o tempo está em alta desde que Looper provou que é possível tornar o tema atrativo novamente, trazendo surpresas para o público e mantendo todo mundo na pontinha da poltrona do começo ao fim da sessão. Desde então, tivemos alguns romances, mas é a ação que mais se aproveita do recurso. Além de Edge of Tomorrow, também temos X-Men Days of Future Past em cartaz, mostrando como isso pode ser feito.

Nesse caso, o efeito lembra Groundhog Day. Ao invés de uma viagem no tempo propriamente dita, o personagem de Tom Cruise fica preso a um único dia – o último de sua vida. O resultado é um tanto quanto repetitivo, mas são utilizados vários truques narrativos inteligentes que evitam tornar o filme cansativo (por causa disso, pelo menos).

Em uma guerra contra alienígenas, Cage (Cruise) é só fachada. Ele cuida da imagem do exército perante a opinião pública, mas acaba sendo obrigado a ir para a batalha pelo autoritário General Brigham (Brendan Gleeson). Contudo, quando ele começa a reviver continuamente esse pesadelo, acaba encontrando a resposta com uma condecorada soldada, Rita (Emily Blunt), que viveu uma experiência similar em sua batalha mais significativa.

A partir desse ponto, Edge of Tomorrow se desenrola de uma forma previsível, ficando cansativo mais com o andar da ação que com as repetições em si. Em uma produção com 113 minutos, isso não deveria acontecer! O fato é que o protagonista não é forte o suficiente e sua principal coadjuvante, por mais que tente, não consegue dar conta do recado.

Não que seja um filme ruim... Perto do que Tom Cruise tem feito nos últimos tempos, diria que se trata de uma surpresa positiva. Afinal, é bom vê-lo se aventurar em um personagem mais cinza, com uma personalidade duvidosa – por mais que o filme não se aproveite disso tão bem quanto poderia.

Visualmente, não há muitas novidades. O adversário é bem produzido e convence, mas as armaduras parecem tecnologicamente ultrapassadas e os companheiros de esquadrão são caricatos demais. Não é possível criar carinho por nenhum personagem, de modo que não há impacto em ver as pessoas serem repetidamente explodidas.

Baseado nos livros de Hiroshi Sakurazaka, Edge of Tomorrow tem uma equipe especializada em longas-metragens de ação. O roteiro ficou a cargo de Christopher McQuarrie, Jez Butterworth e John-Henry Butterworth, enquanto a direção é assinada por Doug Liman. Embora sejam todos profissionais competentes, nenhum deles é brilhante e ficou faltando justamente essa fagulha de autoria para que a produção passasse de regular para boa.

Quem for ao cinema sem grandes expectativas e com um balde de pipoca bem grande na mão pode sair da sala com a cabeça relaxada e pronta para mais uma noite de sono. Ou seja...

Mexer com o tempo está em alta desde que Looper provou que é possível tornar o tema atrativo novamente, trazendo surpresas para o público e mantendo todo mundo na pontinha da poltrona do começo ao fim da sessão. Desde então, tivemos alguns romances, mas é a ação que mais se aproveita do recurso. Além de Edge of Tomorrow, também temos X-Men Days of Future Past em cartaz, mostrando como isso pode ser feito.

RELACIONADOS

0 recados