Divagações: Muppets Most Wanted

Apesar de toda a ansiedade que rodeou Muppets Most Wanted (ao menos para mim), o filme teve uma estreia morna no Brasil, ficando em cart...

Apesar de toda a ansiedade que rodeou Muppets Most Wanted (ao menos para mim), o filme teve uma estreia morna no Brasil, ficando em cartaz por pouco tempo e em um número reduzido de salas – ao menos em comparação com os grandes blockbusters. Obviamente, o público da produção é um pouco difícil de definir. Além dos nostálgicos (grupo no qual eu me incluo), existem os adultos que curtem esse tipo de humor, os fãs interessados nas participações especiais e as crianças que querem ver os bonecos. De tudo um pouco, mas sem grande alvoroço.

Começando logo após a aventura anterior, esse longa-metragem acompanha os muppets em sua turnê mundial, que se restringe à Europa. Com o ‘apoio’ do produtor Dominic Badguy (Ricky Gervais), eles vão para Alemanha, Espanha, Irlanda, Inglaterra... Só tem um problema: em algum momento, Kermit (Steve Whitmire) foi substituído por seu sósia, o ladrão de joias mais procurado do mundo, Constantine (Matt Vogel).

Assim, enquanto Miss Piggy, Fozzie Bear (Eric Jacobson), Gonzo (Dave Goelz), Rowlf (Bill Barretta), Scooter (David Rudman), Walter (Peter Linz) e os demais muppets viajam pelo continente, o líder do grupo está em uma prisão siberiana na companhia da guarda Nadya (Tina Fey) e de vários caras durões. Felizmente (ou não!), Sam Eagle (Eric Jacobson) e Jean Pierre Napoleon (Ty Burrell) estão investigando misteriosos roubos que acompanham a turnê.

Sempre beirando o incorreto, o filme aproveita todas as ocasiões possíveis para fazer piadas sobre os estereótipos europeus. Das mudanças no repertório das apresentações às participações especiais, nada escapa do humor rápido e (apenas aparentemente) inocente dos personagens. Isso representa um retorno ao estilo característico dos personagens, que foram relativamente suavizados (e, justamente por isso, duramente criticados) em The Muppets.

Vale observar que essa sequência foi mais bem recebida pela crítica, mas teve uma bilheteria considerada insatisfatória pelo estúdio, rendendo menos de U$ 80 milhões ao redor do mundo (Divergent, que estreou no mesmo período, alcançou U$ 275 milhões). Só posso dizer que o diretor e roteirista James Bobin fez o que pôde, mas é impossível agradar a todos.

De qualquer modo, quem gosta dos personagens deve adorar Muppets Most Wanted. O filme é colorido, maluquinho, tem um bom ritmo e os diálogos são de qualidade. Infelizmente, as músicas não são tão marcantes quanto às de seu antecessor (com possível exceção da primeira, que abre o longa-metragem), mas o conjunto funciona muito bem. Os cenários também são divertidos e a animação dos bonecos é primorosa, ainda que seja perceptível certa ajuda de efeitos especiais.

Por mais que eu não tenha muitas simpatias por Ricky Gervais, ele é um vilão mais interessante que o observado no filme anterior, trazendo alguma personalidade para seu personagem. Ele consegue segurar bem o fato de estar atuando constantemente com um bando de bonecos, enquanto tanto Tina Fey quanto Ty Burrell têm missões consideravelmente mais fáceis.

Aproveitando, entre todas as participações especiais humanas, eu gostaria de destacar: Céline Dion, Lady Gaga, Zach Galifianakis, Salma Hayek, Tom Hiddleston, Toby Jones, James McAvoy, Chloë Grace Moretz, Usher Raymond, Miranda Richardson, Saoirse Ronan, Danny Trejo, Stanley Tucci e Christoph Waltz. Todas são ótimas e contribuem para a atmosfera louca da produção.

Resumindo, Muppets Most Wanted é divertido, animado e fiel aos personagens. Talvez isso não tenha apelo com um público muito amplo, mas é o suficiente para quem adora sátira, referências rápidas e piadas bobinhas – tudo ao mesmo tempo.


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