Divagações: The Cabin in the Woods
2.6.15
Um elenco vagamente interessante, um roteiro de Joss Whedon (assinado em parceria com o diretor Drew Goddard) e alguma empolgação pela internet me trouxeram curiosidade em relação a The Cabin in the Woods, embora eu não gostasse muito da premissa em si. Algumas recomendações depois, decidi assumir que queria realmente ver o filme – e não me arrependi.
A ideia é bem simples: cinco amigos universitários decidem passar alguns dias das férias em uma cabana afastada da cidade e à beira de um lago. Parece ser uma ideia legal, até eles chegarem lá e descobrirem que existe algum mistério no local. Dana (Kristen Connolly) é a jovem estudiosa que não está muito empolgada com o passeio; Jules (Anna Hutchison) é a melhor amiga que namora Curt (Chris Hemsworth), o esportista que descolou a cabana; Marty (Fran Kranz) é o amigo das meninas que é viciado em maconha; e Holden (Jesse Williams) é um amigo de Curt convidado especialmente para alegrar Dana.
O grupo é animado e cheio de futuro, o que não deixa de ser uma nota dissonante para uma produção de terror. Você sabe que, provavelmente, todos irão morrer, mas acaba se importando com eles. Ao mesmo tempo, eles vão perdendo profundidade e se tornando mais caricatos, o que condiz perfeitamente com a trama paralela. Ops... Será que eu contei um segredo? Espero não ser severamente punida por isso.
A verdade é que The Cabin in the Woods não é exatamente de um filme de terror, por mais que tente dar uns sustos ocasionais. Trata-se de uma produção que explora o gênero, suas regras e seus clichês, mais homenageando que fazendo graça ou tentando ser mais um. Talvez a ideia não seja muito diferente do primeiro Scream, mas a execução é bem distinta, de um jeito que só mesmo uma dupla como Joss Whedon e Drew Goddard poderia fazer.
Para começar, acho que posso contar que os acontecimentos da cabana estão sendo controlados por um imenso laboratório (não se preocupe, isso é explorado já na primeira cena). O detalhe é que, em um filme comum, esse segredo só seria revelado ao final. Ou seja, há mais do que se percebe na superfície – e quanto mais conhecimento do gênero você tem, mais divertido é o filme.
De forma geral, pode-se dizer que as atuações dão conta do recado, os efeitos especiais são cuidadosos, feitos para durar e tão sutis quanto possível (até que não dá mais!), os cenários são legais, a trilha sonora é caprichada e a direção é competente. O diferencial é que o texto é fantástico. The Cabin in the Woods poderia ser uma produção mediana, mas acaba sendo salvo por uma grande ideia e dois roteiristas que sabem executá-la muito bem.
Justamente por isso, acredito que esse não é um filme feito para fazer um sucesso gigantesco e levar milhares ao cinema, mas para ser descoberto por fãs e adorado por um longo período de tempo. Ainda assim, The Cabin in the Woods teve uma boa recepção em seu lançamento, custando 30 milhões de dólares (o que não é pouco, convenhamos) e rendendo quase a metade disso apenas no fim de semana de estreia. Parece até que o mundo foi conquistado pelos nerds!
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