Livros: Reservoir Dogs

Os livros tiraram férias do blog em janeiro e se atrasaram um pouco em fevereiro, mas tentarei manter a periodicidade mensal. Lembrando...

Os livros tiraram férias do blog em janeiro e se atrasaram um pouco em fevereiro, mas tentarei manter a periodicidade mensal. Lembrando que quem tiver interesse em me presentear com livros sobre cinema vai ganhar será bem-vindo. Quem abre a temporada de 2012, então, é Reservoir Dogs.

Esse pequeno volume de 113 páginas foi publicado no ano 2000 pela editora Faber (edições anteriores datam de 1994) e inclui, além do roteiro completo do filme, um trecho de uma entrevista concedida pelo diretor e roteirista Quentin Tarantino. O material em si é bastante interessante, pois dificilmente temos entrevistas mais profundas sobre cinema. Geralmente, as conversas com a imprensa funcionam mais como material de divulgação de filmes específicos e são realizadas antes do lançamento e não depois, como é o caso.

Embora tenha sido escrito depois de True Romance e Natural Born Killers, Reservoir Dogs foi o primeiro filme dos três a ser lançado, marcando também sua primeira direção. A entrevista que acompanha o livro trata um pouco sobre esse processo, servindo para ressaltar a importância desse trabalho na carreira de Tarantino.

O roteiro em si é muito similar ao que vimos na tela do cinema e é muito detalhado, incluindo indicações de posicionamento de câmera e de trilha sonora, por exemplo. O texto também inclui cenas que foram cortadas e outras que foram acrescentadas após o início da produção. Ainda assim, não são perceptíveis grandes mudanças e é possível relembrar cada momento enquanto se lê esse roteiro.

Mesmo sendo uma obra de ‘estreante’, Reservoir Dogs traz toda a confiança que Tarantino tinha em sua escrita. Os diálogos fluem naturalmente e cada personagem se desenvolve sem forçar barras, apenas através da forma como reage às situações apresentadas. Passado em praticamente um único cenário, o roteiro é praticamente uma peça de teatro com flashbacks e muita violência. Isso demonstra que a força principal desse projeto está justamente no conteúdo que esse livro traz, não em efeitos especiais ou atores famosos (embora alguns nomes do elenco tenham carreiras incríveis).

Outro aspecto que não pode deixar de ser mencionado são as referências pop, marca registrada de Tarantino. Afinal, o que podemos esperar de um roteirista que apresenta seus personagens enquanto eles discutem significados ocultos em Like a Virgin, de Madonna? Sem dúvida, algo diferente do convencional.

Além de Reservoir Dogs, praticamente todos os outros roteiros de Quentin Tarantino já foram publicados, embora tenham editoras diferentes. Ainda assim, todos merecem uma olhada. 


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