Divagações: Hundraåringen som klev ut genom fönstret och försvann
13.4.17
Não saber pronunciar o nome de um filme não é uma desculpa válida para não o assistir. Hundraåringen som klev ut genom fönstret och försvann é, provavelmente, uma das coisas mais divertidas e fantásticas que você pode encontrar com facilidade (sim, a produção está disponível na Netflix). E o filme fica ainda mais impressionante quando você percebe que, com a exceção da infância, Robert Gustafsson interpreta o protagonista em diversas fases da vida – aquela indicação ao Oscar de Melhor Maquiagem realmente não foi à toa.
Allan Karlsson (Gustafsson) é um homem de 100 anos que, bem no dia do seu aniversário, resolve pular da janela e ir passear pelo mundo. A princípio, ele é só mais um velhinho atrapalhado e sem muita noção de dinheiro, mas, aos poucos, vamos descobrindo que ele já fez muita coisa na vida e é, sem dúvida, uma pessoa muito especial.
Em sua atual aventura, ele acaba no meio do nada e com a posse não intencional de uma mala cheia de dinheiro pertencente à gangue liderada por Gäddan (Jens Hultén). Entendendo que a grana agora pertence a ele, junta-se a um novo amigo, Julius (Iwar Wiklander), em uma viagem sem destino, sem saber que seu ‘desaparecimento’ está sendo investigado pela polícia, mais especificamente por Aronsson (Ralph Carlsson), um detetive que não está nem um pouco confortável com os possíveis desdobramentos do caso. De qualquer modo, os dois viajantes conseguem um motorista na figura do indeciso Benny (David Wiberg) e, eventualmente, fazem uma parada estratégica na propriedade de Gunilla (Mia Skäringer), uma mulher durona, mas com o coração mole o suficiente para adotar um elefante de circo (sim, isso mesmo!).
Por si só, essa aventura já é engraçada. Os personagens são cativantes e a interação entre eles faz parte da diversão, com cada um tendo ideias diferentes sobre o que fazer em sequência e ninguém tendo exatamente muitos planos para todo aquele dinheiro. Mas Hundraåringen som klev ut genom fönstret och försvann (não vou me cansar desse título!) sabe se aproveitar de ter um protagonista centenário. De tempos em tempos, Allan reconta momentos de sua vida, sempre acompanhados pelo seu prazer em explodir coisas. Há desde sua passagem por uma clínica psiquiátrica na adolescência até sua participação estratégica como um espião durante a Guerra Fria, passando por batalhas contra Franco (Koldo Losada), seu trabalho na construção de prédios em Nova York, um encontro com Stalin (Algirdas Paulavicius) e sua amizade com Herbert Einstein (David Shackleton) – o irmão burro de Albert – em um campo de concentração.
Sem nenhum compromisso com a fidelidade histórica, fazemos um passeio repleto de personalidades importantes que se tornaram simplesmente episódios divertidos na vida de um velhinho. Lembra o que já vimos em Forrest Gump, por exemplo, especialmente pela natureza inocente do protagonista, mas, ao mesmo tempo, Allan tem sua noção de moral – ela só é um tanto quanto torta e maleável – o que torna sua jornada ainda mais maluca. Aliás, todos os personagens de sua nova aventura são questionáveis, uma vez que são tentados pelo dinheiro de uma mala que não pertence a eles. Mas o filme desvia disso com razoável habilidade, já que os verdadeiros donos são violentos e parecem dispostos a tudo para reaver o dinheiro, que também tem origens bem questionáveis (ou seja, ele está melhor nas mãos de quem só quer curtir a vida, certo?).
Hundraåringen som klev ut genom fönstret och försvann é um conjunto de elementos engraçados que forma uma história por vezes confusa, mas bastante divertida de acompanhar. O filme tem uma violência escrachada que pode não agradar a todos (e talvez não seja mesmo recomendada para crianças), mas também não foi feita para chocar (muito). Assim como seu protagonista, a produção é esperta e boba simultaneamente: ou seja, é bem legal tanto para quem conseguir acompanhar as referências – verifique se você prestou atenção em suas aulas de História – quanto para quem está sempre disposto a ver um elefante sentando na cabeça de um cara malvado.
Allan Karlsson (Gustafsson) é um homem de 100 anos que, bem no dia do seu aniversário, resolve pular da janela e ir passear pelo mundo. A princípio, ele é só mais um velhinho atrapalhado e sem muita noção de dinheiro, mas, aos poucos, vamos descobrindo que ele já fez muita coisa na vida e é, sem dúvida, uma pessoa muito especial.
Em sua atual aventura, ele acaba no meio do nada e com a posse não intencional de uma mala cheia de dinheiro pertencente à gangue liderada por Gäddan (Jens Hultén). Entendendo que a grana agora pertence a ele, junta-se a um novo amigo, Julius (Iwar Wiklander), em uma viagem sem destino, sem saber que seu ‘desaparecimento’ está sendo investigado pela polícia, mais especificamente por Aronsson (Ralph Carlsson), um detetive que não está nem um pouco confortável com os possíveis desdobramentos do caso. De qualquer modo, os dois viajantes conseguem um motorista na figura do indeciso Benny (David Wiberg) e, eventualmente, fazem uma parada estratégica na propriedade de Gunilla (Mia Skäringer), uma mulher durona, mas com o coração mole o suficiente para adotar um elefante de circo (sim, isso mesmo!).
Por si só, essa aventura já é engraçada. Os personagens são cativantes e a interação entre eles faz parte da diversão, com cada um tendo ideias diferentes sobre o que fazer em sequência e ninguém tendo exatamente muitos planos para todo aquele dinheiro. Mas Hundraåringen som klev ut genom fönstret och försvann (não vou me cansar desse título!) sabe se aproveitar de ter um protagonista centenário. De tempos em tempos, Allan reconta momentos de sua vida, sempre acompanhados pelo seu prazer em explodir coisas. Há desde sua passagem por uma clínica psiquiátrica na adolescência até sua participação estratégica como um espião durante a Guerra Fria, passando por batalhas contra Franco (Koldo Losada), seu trabalho na construção de prédios em Nova York, um encontro com Stalin (Algirdas Paulavicius) e sua amizade com Herbert Einstein (David Shackleton) – o irmão burro de Albert – em um campo de concentração.
Sem nenhum compromisso com a fidelidade histórica, fazemos um passeio repleto de personalidades importantes que se tornaram simplesmente episódios divertidos na vida de um velhinho. Lembra o que já vimos em Forrest Gump, por exemplo, especialmente pela natureza inocente do protagonista, mas, ao mesmo tempo, Allan tem sua noção de moral – ela só é um tanto quanto torta e maleável – o que torna sua jornada ainda mais maluca. Aliás, todos os personagens de sua nova aventura são questionáveis, uma vez que são tentados pelo dinheiro de uma mala que não pertence a eles. Mas o filme desvia disso com razoável habilidade, já que os verdadeiros donos são violentos e parecem dispostos a tudo para reaver o dinheiro, que também tem origens bem questionáveis (ou seja, ele está melhor nas mãos de quem só quer curtir a vida, certo?).
Hundraåringen som klev ut genom fönstret och försvann é um conjunto de elementos engraçados que forma uma história por vezes confusa, mas bastante divertida de acompanhar. O filme tem uma violência escrachada que pode não agradar a todos (e talvez não seja mesmo recomendada para crianças), mas também não foi feita para chocar (muito). Assim como seu protagonista, a produção é esperta e boba simultaneamente: ou seja, é bem legal tanto para quem conseguir acompanhar as referências – verifique se você prestou atenção em suas aulas de História – quanto para quem está sempre disposto a ver um elefante sentando na cabeça de um cara malvado.
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