Divagações: The Girl with All the Gifts
2.1.18
Logo nas primeiras cenas de The Girl with All the Gifts me ocorreu que era uma pena esse filme não ser baseado em um videogame. Afinal, ele prometia uma história interessante e tinha elementos que funcionariam bem em um jogo (pelo menos é o que eu acho, já que não lido muito com essa mídia). Essa poderia ser a adaptação para tirar o estigma de que ‘todo filme baseado em um videogame’ é ruim. Outro pensamento que passou pela minha cabeça era o fato de que, apesar de estarem sendo feitos tantos filmes de zumbis ultimamente, ainda há espaço para se pensar em coisas (levemente) diferentes com esse tipo de ameaça.
Obviamente, a magia se quebrou pouco depois que assisti à produção, já que encontrei um artigo reclamando das semelhanças entre essa história e o famoso jogo The Last of Us (lançado quase três anos antes). Sim, elas são muitas e caracterizam uma junção de diversos clichês do gênero e da mídia. Ou seja, no fundo, não há nada de novo no mundo apocalíptico dos mortos-vivos.
Mesmo assim, The Girl with All the Gifts continua sendo uma produção interessante. A história começa em um estranho colégio, onde as crianças são tratadas como presos extremamente perigosos e se alimentam de minhocas. Melanie (Sennia Nanua) é uma menina educada, que trata a todos com respeito e se destaca nas aulas. Mas ela, assim como seus colegas, foi infectada ainda no ventre por um fungo que transformou boa parte da população do planeta em zumbis. O diferencial desse grupo é que eles são capazes de se comportarem como humanos normais quando não estão com fome, o que os transformou no objeto de estudo de Caroline Caldwell (Glenn Close), que está tentando desenvolver uma vacina.
Contudo, quando a vacina está prestes a se tornar uma realidade, um grande grupo de zumbi ataca a base militar que abriga a escola. Melanie ajuda sua professora, Helen Justineau (Gemma Arterton), a escapar e elas vão em busca de outro local protegido na companhia do violento sargento Eddie Parks (Paddy Considine), do desconfiado soldado Kieran Gallagher (Fisayo Akinade) e da própria Caroline Caldwell, que enxerga a menina como a última esperança da humanidade.
A trajetória do grupo abre espaço para o desenvolvimento de todos os personagens. Em vez de se focar na perseguição, nos zumbis e nos sustos, The Girl with All the Gifts acaba se tornando algo mais pessoal, acompanhando as escolhas de pessoas bem diferentes que estão sendo forçadas a conviver em uma situação-limite. Ou seja, esse não é exatamente um filme de terror clássico. Os zumbis são asquerosos, há muito sangue e diversas cenas que vão fazer você pular, mas essa não parece ser a prioridade do diretor Colm McCarthy.
Ao fazer com que cada um dos personagens seja importante para o público, o filme consegue fazer com que pequenas coisas que acontecem com eles se tornem mais impactantes além disso, a morte de qualquer um deles não é automaticamente classificada como ‘só mais uma’. Claro que isso é prejudicado porque o roteiro – escrito pelo próprio autor do livro original, Mike Carey – não é exatamente um primor e carece de profundidade real. Mas ele tenta colocar personagens pensantes na tela, o que já é um grande avanço em comparação com a maior parte dos filmes do gênero.
Como um filme de terror, The Girl with All the Gifts pode ser considerado fraco. Ao mesmo tempo, temos um bom elenco entregando algo interessante e elegante sob o comando de um diretor que sabe o que está fazendo e para onde está indo. Esse é um daqueles longas-metragens que trazem grandes promessas para o futuro de cada um dos profissionais envolvidos. Por mais que seja bom por si só e mereça uma posição de destaque, a produção acabará sendo esquecida em um mar de ideias reaproveitadas e produções similares.
Obviamente, a magia se quebrou pouco depois que assisti à produção, já que encontrei um artigo reclamando das semelhanças entre essa história e o famoso jogo The Last of Us (lançado quase três anos antes). Sim, elas são muitas e caracterizam uma junção de diversos clichês do gênero e da mídia. Ou seja, no fundo, não há nada de novo no mundo apocalíptico dos mortos-vivos.
Mesmo assim, The Girl with All the Gifts continua sendo uma produção interessante. A história começa em um estranho colégio, onde as crianças são tratadas como presos extremamente perigosos e se alimentam de minhocas. Melanie (Sennia Nanua) é uma menina educada, que trata a todos com respeito e se destaca nas aulas. Mas ela, assim como seus colegas, foi infectada ainda no ventre por um fungo que transformou boa parte da população do planeta em zumbis. O diferencial desse grupo é que eles são capazes de se comportarem como humanos normais quando não estão com fome, o que os transformou no objeto de estudo de Caroline Caldwell (Glenn Close), que está tentando desenvolver uma vacina.
Contudo, quando a vacina está prestes a se tornar uma realidade, um grande grupo de zumbi ataca a base militar que abriga a escola. Melanie ajuda sua professora, Helen Justineau (Gemma Arterton), a escapar e elas vão em busca de outro local protegido na companhia do violento sargento Eddie Parks (Paddy Considine), do desconfiado soldado Kieran Gallagher (Fisayo Akinade) e da própria Caroline Caldwell, que enxerga a menina como a última esperança da humanidade.
A trajetória do grupo abre espaço para o desenvolvimento de todos os personagens. Em vez de se focar na perseguição, nos zumbis e nos sustos, The Girl with All the Gifts acaba se tornando algo mais pessoal, acompanhando as escolhas de pessoas bem diferentes que estão sendo forçadas a conviver em uma situação-limite. Ou seja, esse não é exatamente um filme de terror clássico. Os zumbis são asquerosos, há muito sangue e diversas cenas que vão fazer você pular, mas essa não parece ser a prioridade do diretor Colm McCarthy.
Ao fazer com que cada um dos personagens seja importante para o público, o filme consegue fazer com que pequenas coisas que acontecem com eles se tornem mais impactantes além disso, a morte de qualquer um deles não é automaticamente classificada como ‘só mais uma’. Claro que isso é prejudicado porque o roteiro – escrito pelo próprio autor do livro original, Mike Carey – não é exatamente um primor e carece de profundidade real. Mas ele tenta colocar personagens pensantes na tela, o que já é um grande avanço em comparação com a maior parte dos filmes do gênero.
Como um filme de terror, The Girl with All the Gifts pode ser considerado fraco. Ao mesmo tempo, temos um bom elenco entregando algo interessante e elegante sob o comando de um diretor que sabe o que está fazendo e para onde está indo. Esse é um daqueles longas-metragens que trazem grandes promessas para o futuro de cada um dos profissionais envolvidos. Por mais que seja bom por si só e mereça uma posição de destaque, a produção acabará sendo esquecida em um mar de ideias reaproveitadas e produções similares.
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