Entrevistas: Vera Farmiga e Anna Kendrick

Vera Farmiga Eu estou cobrindo para o Brasil, um site chamado Omelete. Você já esteve no Brasil? Não, mas eu tenho um cunhado brasileiro...



Eu estou cobrindo para o Brasil, um site chamado Omelete. Você já esteve no Brasil?
Não, mas eu tenho um cunhado brasileiro. Tenho um pouco de Brasil na minha família agora.

É um lugar que você gostaria de ir?
Provavelmente São Paulo, para visitar a família dele.

Ok, tenho certeza que eles vão ficar felizes de ouvir isso. Acho que a primeira pergunta é: como você chegou nesse projeto?
Jason viu um filme que eu fiz, chamado Down to the Bone, no Festival de Sundance em 2004. Esse foi meu cartão de visitas. E daí nós conversamos sobre Obrigado Por Fumar, eu li para um papel ou dois, que não deram certo. E então eu recebi uma ligação e um roteiro apareceu na minha porta. Daí recebi uma ligação dizendo que o Jason gostaria de marcar um encontro. Então nos encontramos para uma xícara de chá de camomila, no Gramercy Park Hotel, em Nova York. Eu estava grávida de quatro meses, então pensei que não ia rolar de jeito nenhum, por causa das datas, que seriam muito próximas. Mas aí eles tiveram que esperar de qualquer maneira para o cabelo do George crescer. E aí quando percebi estava à bordo.

Você obviamente lê muitos roteiros. Quando você estava lendo este, quanto tempo demorou pra você saber que ele era especial?
Foi antes mesmo de começar. Sabe, esse é o terceiro filme do Jason - ele fez também curtas e comerciais que eu não assisti - mas você já sabe que ele está se estabelecendo como um autor, no sentido que os filmes dele são muito únicos. A maneira como ele lida com o tom. Fazer Juno, uma comédia sobre gravidez na adolescência exige culhões, sabe? E nesse filme, por exemplo, Anna interpreta uma mulher que está buscando uma conexão, e ao mesmo tempo está tentando defender sua filosofia de despedir as pessoas pela Internet. O George é uma pessoa que não quer conexões, mas é uma pessoa que está se esforçando para manter seu emprego e fazê-lo de uma maneira mais pessoal. E esses opostos são o que eu amo nos personagens que ele cria.

Uma coisa que é muito especial no filme é como ele é relevante socialmente, como ele lida com as coisas que estão realmente acontecendo na sociedade hoje. Quando você estava fazendo o filme acho que meio que já estava acontecendo, mas a economia e tudo mais está muito pior agora. Isso é uma coisa que, quando você assinou para fazer o filme, você se identificou? Você poderia falar um pouco sobre a relevância social do filme?
Eu me identifiquei com ele. Eu tenho um pai que foi despedido diversas vezes nos últimos anos, devido às reduções corporativas e também vítima da idade. É muito mais fácil contratar um garoto da faculdade, recém-formado e que requer um décimo do salário que ele ganha. É relevante para mim, estamos lutando com isso na minha família. Eles não têm seguro de saúde, eles têm mais três filhos para sustentar durante a faculdade. É uma questão real.

Uma das cenas que eu realmente gostei foi a sequência do casamento e como ela parecia espontânea. Você poderia falar um pouco sobre filmar essa cena em especial?
Sim. Sabe, a maior parte do roteiro do Jason é tão precisa. Todos os seus diálogos... Mas aí, em algumas partes, ele diz "Quer saber? Eu não tenho bem certeza disso, vamos simplesmente ser livres com isso". E ele fez isso várias vezes. Primeiro com os depoimentos, das pessoas desempregadas que compartilhavam suas histórias. Aparentemente ele tinha escrito essas falas e simplesmente achou que era uma farsa, e não era engraçado, e ele achava que vozes reais deveriam ser ouvidas. Ele tem uma abordagem de cinema-verdade para algumas coisas, de vez em quando, e a sequência do casamento foi uma delas. Ele contratou um planejador de casamentos real, ele disfarçou os principais operadores de câmera de cinegrafistas para o casamento, ele contratou uma banda de verdade, um pastor de verdade, um religioso que realmente casou Melanie Lynskey e o Danny McBride naquele dia. E nós fomos a três casamentos naquele dia. Ele manteve tudo muito livre e solto, meio que um parquinho em que nós podíamos nos comportar da maneira como nossos personagens se comportariam. E não tinha cenas programadas, a câmera simplesmente nos encontrava em um momento surpreendente. E a cena realmente transparece isso.

Ok, eu tenho que encerrar com você. Eu só gostaria de dizer parabéns, eu adorei o filme.
Fico feliz.

Fonte: omelete

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Anna Kendrick: Eu adorei sua camiseta!

Ah sim, obrigado! Sabe que é interessante - nós estamos gravando, certo? Nós podemos falar sobre isso, do Woody Allen.
Sim.

Ele processa quando tem a aparência dele nas coisas.
É, eu vi que aquele rolo todo com a American Apparel...

Exato. Então eu realmente procurei muito por essa camiseta.
Sério?

É, eu tipo achei ela online, numa loja aleatória por 20 paus.
Você vai ser processado, porque isso vai pro ar?

Olha, vou te dizer uma coisa: vale a pena. Sério, é o Woody.
É muito legal.

Sim, sou um grande fã dele. Ok, então nós conversamos recentemente, mas eu vou ter que te perguntar algumas coisas parecidas. Eu sei, eu sou um chato por fazer isso. Primeira coisa: Twitter. Você se envolve bastante no Twitter?
Sabe, eu.... É estranho. Eu sinto que existe um elemento de hesitação porque depois que você twittou não há como voltar atrás. Eu fico literalmente concentrada em cima daqueles 140 caracteres, para ter certeza de que não disse nada que alguém possa se ofender. E ainda assim as pessoas conseguem ficar ofendidas, então... Eu acho que eu tento twittar algo uma vez por semana. Se não as pessoas, sei lá, acham que você está morta numa vala em algum lugar. Mas, sabe, eu estou tentando. Eu entrei lá porque alguém estava fingindo ser eu. E um blog de cinema escreveu sobre uma coisa que eu disse no Twitter, mas na verdade não era eu. Então eu meio que tive que entrar para ter um certo controle sobre o que é publicado sobre mim.

Então você mantém o telefone longe, caso esteja bebendo?
Sim! Ah meu, quando você é jovem isso parece impossível. Quando você olha pro seu telefone no dia seguinte e pensa "Ai, Deus, por favor..." Mas não, não tenho tido problemas com isso há muito tempo, ainda bem.

Qual seu grau de responsabilidade pelo sucesso do primeiro final de semana de Crepúsculo?
Completamente responsável! É a mesma resposta que eu te dei ontem, tenho certeza.

Exatamente.
Sim, eu sei que todos foram lá para ver a Jessica Stanley.

Com certeza. Eu estava assistindo Saturday Night Live ontem à noite e lembrei que eles te parodiaram recentemente. O que significa para você ser parodiada no SNL?
Isso foi definitivamente uma das coisas mais legais que já aconteceu comigo. Sabe, trabalhar com o George Clooney e com o Jason Reitman, isso é ótimo. Mas ser zoada no SNL é realmente especial. Acho que provavelmente recebi mais mensagens sobre isso do que recebi por Amor Sem Escalas. Foi muito legal.

E com bom motivo.
Sim.

E também muita gente ainda não assistiu Amor Sem Escalas.
Bom, isso é verdade. Mas sinceramente, quero dizer, a coisa do SNL eles poderiam ter sido muito mais maldosos. Tem muito material para trabalhar e acho que eles até pegaram leve.

Falando de Amor Sem Escalas por um segundo, vocês filmaram em muitos lugares. Qual foi sua cidade preferida de filmar?
Minha cidade preferida na verdade foi Omaha. Nós filmamos em Detroit, St. Louis, Omaha, Miami e Las Vegas. E todo mundo ficava falando: "Bom, pelo menos você pegou Miami e Las Vegas". E Miami na verdade foi um pesadelo. Era tipo grudento e... É, simplesmente não era uma situação legal. E Omaha foi tão encantadora e doce, eu queria ficar muito mais tempo. Eu sei que parte disso é porque eu sou do Maine e me lembrava de casa mas...

Quando você ficou sabendo que ia trabalhar com o George Clooney nesse filme, tinha muitas amigas que queriam te visitar no set?
Sabe, a essa altura a maioria das minhas amigas entende como funciona. Então se elas queriam, elas nem pediram. É, acho que ninguém realmente encheu meu saco com esse tipo de coisa.

Ok. Eu tenho que te perguntar sobre o Scott Pilgrim. O que você pode contar às pessoas sobre o seu papel nesse filme, e o que as pessoas podem esperar?
Eu interpreto a Stacey Pilgrim, a irmã mais nova do Scott. Basicamente, eu existo no filme para encher o saco dele quanto às escolhas de sua vida. E, especificamente, pegar no pé dele sobre as escolhas amorosas. Eu acho que as pessoas não vão nem entender o que as acertou, quando assistirem a esse filme. Eu realmente acho que vai ser, visualmente um filme que nunca foi feito antes.

Eu tenho que encerrar com você, mas quero dizer muito obrigado, parabéns e tudo isso.

Fonte: omelete

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