Quando esse filme foi lançado diziam que era uma versão feminina de The Full Monty. Obviamente, é inegável que haja muita semelhança entre as duas comédias: um jeitinho inglês de ser, pessoas comuns nervosas com a exposição de suas partes íntimas, motivos nobres para tirar a roupa (sendo que praticamente nada é mostrado), fatos que tomam uma grande repercussão etc..

Mas cada uma dessas histórias tem uma beleza própria. Enquanto os homens desempregados lutavam comicamente para sustentar suas famílias, as belas damas inglesas mostram seus corpos da maneira mais delicada que podem. E essa história também é contada de uma maneira leve, sem transformar corpos em piadas.

Baseado em uma história real, Calendar Girls fala da relação de duas amigas muito próximas: Chris (Helen Mirren) e Annie (Julie Walters). As duas participam do chatíssimo Women’s Institute que reúne as senhoras do vilarejo local para palestrar nada divertidas sobre leite, tapeçaria ou brócolis. Elas passam os dias a rir e reclamar dos encontros até que o marido de Annie fica doente e acaba por falecer.

Para animar a amiga, Chris reúne outras mulheres do grupo e uma causa: comprar um novo sofá para a sala de espera do hospital, onde as pessoas passam – desconfortavelmente – pelos piores momentos de suas vidas. Como o sofá dos sonhos custa caro, Chris sugere que elas chamem a atenção e arrecadem dinheiro através do calendário do Women’s Institute. Ao invés de paisagens locais, geleias ou igrejas, elas mesmas seriam as modelos de um calendário de mulheres nuas.

As situações enfrentadas pelas amigas, as animadas sessões de fotos, as repercussões positivas e negativas do calendário – tudo é tratado com delicadeza e charme. Afinal, estamos falando de respeitáveis damas inglesas pagando peitinho ou mostrando o cofrinho para contar uma história de mulheres que se superaram e venceram. Com bom humor, boas intenções e boas amizades, elas se saem bem na foto.