Divagações: Oz the Great and Powerful
16.1.14
The Wizard of Oz não está na minha lista de filmes favoritos, mas eu respeito muito essa obra por suas inovações, suas músicas, seu elenco e muitos outros detalhes que fazem toda a diferença. Não é à toa que até hoje esse filme consegue encantar crianças e adultos. Infelizmente, Oz the Great and Powerful não chega nem perto disso tudo, mas pelo menos podemos dizer que o filme tenta respeitar o legado de seu antecessor.
Baseado nos livros e personagens de L. Frank Baum, o filme conta a história de um rapaz ambicioso, metido a sedutor e não muito correto chamado Oz (James Franco). Ele trabalhava como mágico em um circo no Kansas até que um tornado o leva para uma terra mágica, também chamada Oz. A coincidência dos nomes e o fato dele ser um mágico fazem com que a população acredite que Oz realmente tenha poderes e seja capaz de libertar o local do domínio de uma bruxa malvada.
A questão sobre quem é essa bruxa acaba sendo resolvida rapidamente e de forma bem óbvia – embora os materiais de divulgação tenham apostado bastante no mistério. Na questão estavam envolvidas Theodora (Mila Kunis), Evanora (Rachel Weisz) e até Glinda (Michelle Williams), conhecida como a bruxa boa de The Wizard of Oz.
Só não espere por sapatinhos vermelhos ou queixos extremamente pontudos. Embora os livros sejam de domínio público, os direitos do filme de 1939 pertencem à Warner Bros., que não permitiu o uso de alguns de seus ‘elementos icônicos’ (o filme foi produzido pela Disney). Nem mesmo o tom de verde da pele da bruxa é o mesmo! Contudo, temos o Kansas em preto e branco sendo substituído por uma terra mágica e colorida, além de alguns detalhes que lembram bastante a outra produção.
De qualquer forma, talvez seja bom que haja uma diferenciação clara entre Oz the Great and Powerful e The Wizard of Oz. Assim, podemos pensar nesse novo filme como uma aventura que homenageia o filme anterior e não como sua prequel (prequela? prequência?) oficial.
Oz the Great and Powerful, afinal, é uma aventura razoavelmente divertida e muito bonita (se possível, assista em 3D), mas não uma obra para ser lembrada por décadas e décadas. O protagonista não inspira muita confiança, não há números musicais (apenas uma tentativa), os coadjuvantes são meio apáticos e os vilões não chegam a dar medo – com a possível exceção do exército de babuínos.
Assim como o que aconteceu com Alice in Wonderland, essa reimaginação teve suas consequências e não foi bem recebida por todo mundo. Aqui, pelo menos, a mão do diretor foi bem menos pesada e não entrou em conflito com a noção do público sobre como um conto de fadas deve ser. O fato de ter partido em direção a uma aventura descompromissada também pesa a favor nesse caso.
De qualquer modo, é possível dizer que o resultado final de Oz the Great and Powerful é bem satisfatório e deve agradar principalmente as crianças, ainda que esse não tenha sido exatamente o público que estava ansioso por conferir o filme. Tanto a música de Danny Elfman quanto a direção de Sam Raimi cumprem bem seu papel de reverenciar sem excessos, de forma a criar algo moderno e passível de continuações, embora eu não tenha muita certeza se elas irão realmente acontecer.
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