Divagações: Seven Psychopaths
30.1.14
Vejam que jeito interessante de ganhar a vida. Você vai a um parque onde as pessoas costumam levar cachorros para passear, aproveita um momento de distração e rouba um bichinho, depois, é só esperar o dono divulgar uma recompensa e ir lá devolver o cachorro. Alguém chamaria isso de sequestro? Não, imagina!
De qualquer forma, ninguém espera encontrar personagens moralmente adequados em um filme chamado Seven Psychopaths. Os materiais de divulgação tinham uma pegada similar a dos filmes de Guy Ritchie, mas a presença constante de um cachorro da raça Shih-tzu dava um tom humorístico que me lembrava terrivelmente algo do nível de 3 Men and a Baby (a propósito, vocês sabiam que esse filme é dirigido por Leonard Nimoy?). Ou seja, não dava para saber exatamente o que esperar.
Na história, Marty (Colin Farrell) é um roteirista alcoólatra e desmotivado que tem apenas um título para seu próximo filme, Seven Psychopaths. Para ajudá-lo, seu amigo Billy (Sam Rockwell) – que leva o estilo de vida descrito no primeiro parágrafo em companhia de seu 'sócio' Hans (Christopher Walken) – coloca em um jornal um anúncio chamando por psicopatas que queiram contar suas histórias.
Isso, é claro, os rodeia de pessoas estranhas de modo que, quando eles sequestram o animal de estimação de um criminoso chamado Charlie (Woody Harrelson), parece até normal que eles sejam rodeados de mortes e precisem fugir da cidade. Obviamente, chamar a polícia está fora de cogitação.
Assim, fica um pouco difícil acompanhar quem são exatamente os sete psicopatas do título, mas isso não chega a configurar um problema. Com diálogos absurdos e personagens mentalmente perturbados, o filme consegue justificar todas as suas esquisitices sem grandes problemas, fazendo o espectador embarcar em uma comédia que simplesmente tem um pouco mais de sangue que o habitual.
Além dos diálogos serem um tanto quanto óbvios, outro aspecto que afasta o filme das produções estilosas de Guy Ritchie e Quentin Tarantino é a trilha sonora. Embora ela não seja ruim, está longe de merecer adjetivos como marcante ou cool. Desse modo, o filme perde algo do apelo inicial – que nunca chegou a convencer totalmente – e ganha uma cara própria, mais pasteurizada.
Talvez o que tenha faltado seja deixar bem claro que se trata de um filme de Martin McDonagh. Assumindo a direção e o roteiro, ele entrega o que definitivamente não é o seu melhor trabalho, mas é algo de acordo com seu estilo próprio e seu humor característico. Mais uma vez ao lado de Colin Farrell, ele é um dos poucos diretores que me fazem assistir o ator sem perceber toda a sua canastrice.
O que quero dizer é que, no final das contas, Seven Psychopaths não é tão pesado quanto poderia e dá para contar nos dedos as cenas mais chocantes (para mais detalhes, acesse o guia para pais). Ao mesmo tempo, também não é dos mais engraçados, colocando humor no absurdo de suas situações.
De alguma forma, contudo, essa mistura funciona bem e o resultado é um filme de entretenimento para gente grande, recomendado para quem quer sair um pouco das produções de ação ou ficção científica, bem mais comuns e quase sempre feitas para esse mesmo tipo de público.
De qualquer forma, ninguém espera encontrar personagens moralmente adequados em um filme chamado Seven Psychopaths. Os materiais de divulgação tinham uma pegada similar a dos filmes de Guy Ritchie, mas a presença constante de um cachorro da raça Shih-tzu dava um tom humorístico que me lembrava terrivelmente algo do nível de 3 Men and a Baby (a propósito, vocês sabiam que esse filme é dirigido por Leonard Nimoy?). Ou seja, não dava para saber exatamente o que esperar.
Na história, Marty (Colin Farrell) é um roteirista alcoólatra e desmotivado que tem apenas um título para seu próximo filme, Seven Psychopaths. Para ajudá-lo, seu amigo Billy (Sam Rockwell) – que leva o estilo de vida descrito no primeiro parágrafo em companhia de seu 'sócio' Hans (Christopher Walken) – coloca em um jornal um anúncio chamando por psicopatas que queiram contar suas histórias.
Isso, é claro, os rodeia de pessoas estranhas de modo que, quando eles sequestram o animal de estimação de um criminoso chamado Charlie (Woody Harrelson), parece até normal que eles sejam rodeados de mortes e precisem fugir da cidade. Obviamente, chamar a polícia está fora de cogitação.
Assim, fica um pouco difícil acompanhar quem são exatamente os sete psicopatas do título, mas isso não chega a configurar um problema. Com diálogos absurdos e personagens mentalmente perturbados, o filme consegue justificar todas as suas esquisitices sem grandes problemas, fazendo o espectador embarcar em uma comédia que simplesmente tem um pouco mais de sangue que o habitual.
Além dos diálogos serem um tanto quanto óbvios, outro aspecto que afasta o filme das produções estilosas de Guy Ritchie e Quentin Tarantino é a trilha sonora. Embora ela não seja ruim, está longe de merecer adjetivos como marcante ou cool. Desse modo, o filme perde algo do apelo inicial – que nunca chegou a convencer totalmente – e ganha uma cara própria, mais pasteurizada.
Talvez o que tenha faltado seja deixar bem claro que se trata de um filme de Martin McDonagh. Assumindo a direção e o roteiro, ele entrega o que definitivamente não é o seu melhor trabalho, mas é algo de acordo com seu estilo próprio e seu humor característico. Mais uma vez ao lado de Colin Farrell, ele é um dos poucos diretores que me fazem assistir o ator sem perceber toda a sua canastrice.
O que quero dizer é que, no final das contas, Seven Psychopaths não é tão pesado quanto poderia e dá para contar nos dedos as cenas mais chocantes (para mais detalhes, acesse o guia para pais). Ao mesmo tempo, também não é dos mais engraçados, colocando humor no absurdo de suas situações.
De alguma forma, contudo, essa mistura funciona bem e o resultado é um filme de entretenimento para gente grande, recomendado para quem quer sair um pouco das produções de ação ou ficção científica, bem mais comuns e quase sempre feitas para esse mesmo tipo de público.
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