Divagações: Love, Rosie

Eu tenho um fraco por comédias românticas. Com relação a Love, Rosie , tudo parecia estar no lugar certo. O elenco charmoso e razoavelme...

Eu tenho um fraco por comédias românticas. Com relação a Love, Rosie, tudo parecia estar no lugar certo. O elenco charmoso e razoavelmente em alta, as maravilhosas locações na Irlanda, a história baseada em um livro de sucesso e toda uma fofura inerente. Ainda assim, ele me lembrava demais dos livros que era obrigada a ler na escola (ao invés de Machado de Assis, tínhamos que ler sobre a menina que ficou grávida na adolescência ou que pegou AIDS ou que conseguiu ambos). É preciso dizer que meu palpite não estava muito errado.

Rosie Dunne (Lily Collins) e Alex Stewart (Sam Claflin) são amigos desde a mais tenra infância. Quando chegam à adolescência, eles começam a ter sentimentos mais fortes um pelo o outro, mas os dois têm medo demais para admitir qualquer coisa. Meio sem querer, ela frequentemente o empurra para situações que envolvem Bethany (Suki Waterhouse) ou qualquer outra moça bonita – e ele simplesmente se deixa levar.

Para completar, Rosie vê seus sonhos universitários despedaçados depois que uma única noite com o bobão Greg (Christian Cooke) resulta em uma gravidez inesperada. Com o melhor amigo vivendo nos Estados Unidos, ela segue sua vida cuidando da filha, trabalhando em subempregos, vivendo romances sem graça e aproveitando a divertida companhia de Ruby (Jaime Winstone). Mas é claro que ela e Alex voltam a se cruzar de novo e de novo e de novo.

Passado a longo de doze anos de encontros e desencontros, Love, Rosie faz um bom trabalho em rejuvenescer seu elenco, ainda que role certo estranhamento. Aliás, não há nada de ruim que possa ser dito de Lily Collins e Sam Claflin: os dois funcionam bem juntos e são fofos o suficiente para tornar uma história como essa tão crível quanto possível.

A produção também consegue manter o clima com uma trilha sonora adorável e cenários muito bem resolvidos. Há um contraste evidente entre todos os ambientes domésticos ligados a Rosie e os relacionados a Alex, o que funciona muito bem e ajuda a mostrar os diferentes tipos de pressão vividos por cada um dos personagens. Enquanto ela está imersa em uma família, ele está sempre tão distante de uma quanto possível.

Infelizmente, embora tenha alguns bons momentos nesse sentido, o filme não explora tão bem as paisagens naturais da Irlanda quanto poderia. Suponho que isso não faça diferença para a maior parte do público, mas eu confesso que tinha expectativas. De qualquer modo, Love, Rosie tem uma história mais urbana e funciona mesmo tentando passar Toronto por Boston (não conheço pessoalmente nenhuma das duas cidades, então fui facilmente convencida). Além disso, vi que algumas pessoas reclamaram das adaptações feitas em relação ao livro, mas suponho que filmar uma história passada em 45 anos traria muitos desafios adicionais para a produção.

Para quem está precisando de um pouco de bobagem adolescente misturada a personagens muito inseguros e com a certeza de um final feliz, essa é uma boa pedida. Há opções muito melhores dentro do mesmo gênero, é claro, mas sempre vale dar uma chance. Sem ser apaixonante, mas convencendo como uma comédia romântica simples, Love, Rosie faz o melhor que pode.

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