Divagações: Enter the Dragon
28.6.16
Muita gente lembra de Enter the Dragon como o último filme de Bruce Lee. Mas antes mesmo da morte trágica do ator, vítima de um edema cerebral aos 32 anos, essa produção já era importante para a história do cinema. Trata-se do primeiro filme de artes marciais produzido por um grande estúdio estadunidense – e o resultado dessa influência cultural é bem clara, talvez tanto quanto o esforço em preservar o estilo chinês.
Lee (Bruce Lee) é um lutador muito bom que vive retirado em um monastério, onde treina seu corpo e sua mente de forma conjunta. No entanto, ele aceita sair do local ao seu recrutado por um serviço secreto de inteligência para um torneio comandada por Han (Kien Shih). O evento acontece em uma ilha particular repleta de prostitutas, onde há a suspeita de tráfico de drogas e outros crimes.
Além de Lee, lutadores esperançosos como Roper (John Saxon) e Williams (Jim Kelly) também estão presentes, mas eles logo descobrem que se trata de um esquema para recrutar aliados para a rede internacional de crimes. Aqueles que forem convidados e não aceitarem são simplesmente mortos. Outro importante nome presente é o guarda-costas de Han, Oharra (Robert Wall), assassino da irmã de Lee.
Com um vilão visualmente exagerado, um protagonista atuando como agente secreto e muitas mulheres bonitas agindo de forma misteriosa, fica óbvio o intuito de trazer certo ar de James Bond para a produção. Em alta no período, o gênero funciona bem com um contexto de ação, abrindo espaço para que as lutas aconteçam em momentos-chave da trama. Ao mesmo tempo, o torneio acaba perdendo relevância nesse contexto. Cria-se uma expectativa com relação a lutas entre os personagens principais, mas os confrontos são mais espeçados e acontecem realmente entre mocinhos e vilões.
Por mais que não sejam cheias de acrobacias e tão visualmente impactantes como no kung fu do cinema hollywoodiano atual, as cenas de luta de Enter the Dragon trazem um realismo que não pode ser ignorado. Bruce Lee é, obviamente, muito bom e fica claro para o expectador que aquele homem realmente poderia derrotar qualquer um dos presentes, sem a necessidade da 'ajuda' do roteiro ou de coreografias (embora essas duas coisas existam, é claro). Boa parte do impacto do filme está naquilo que seus músculos conseguem fazer e no extraordinário controle sobre seu corpo.
Para conseguir lidar como uma figura como essa, o longa-metragem se preocupou em reunir um time muito bom de dublês, incluindo nomes que posteriormente se tornaram famosos, como Jackie Chan, Sammo Hung Kam-Bo e Biao Yuen. Esse comprometimento ajudou a manter o filme relevante cinematograficamente e culturalmente mesmo após mais de 40 anos de seu lançamento. Além disso, mesmo as céticas audiências atuais não podem se esconder do que está acontecendo na tela. Sem efeitos especiais ou piadas datadas, a produção praticamente não envelheceu e continua tão crível como na época de seu lançamento.
Enter the Dragon é um filme imperdível por causa de Bruce Lee, mas não exclusivamente. É o resultado de influências diversas e que até hoje mexe com o modo como se faz cinema. Ainda assim, é preciso ter cuidado com as expectativas. Não se trata de luta e porradaria do começo ao fim, mas de uma história estruturada aos modos de uma Hollywood clássica e que, simultaneamente, explica que não compensa entrar em conflito com adversários não dignos. Aqui, as artes marciais são tratadas com respeito e classe.
Lee (Bruce Lee) é um lutador muito bom que vive retirado em um monastério, onde treina seu corpo e sua mente de forma conjunta. No entanto, ele aceita sair do local ao seu recrutado por um serviço secreto de inteligência para um torneio comandada por Han (Kien Shih). O evento acontece em uma ilha particular repleta de prostitutas, onde há a suspeita de tráfico de drogas e outros crimes.
Além de Lee, lutadores esperançosos como Roper (John Saxon) e Williams (Jim Kelly) também estão presentes, mas eles logo descobrem que se trata de um esquema para recrutar aliados para a rede internacional de crimes. Aqueles que forem convidados e não aceitarem são simplesmente mortos. Outro importante nome presente é o guarda-costas de Han, Oharra (Robert Wall), assassino da irmã de Lee.
Com um vilão visualmente exagerado, um protagonista atuando como agente secreto e muitas mulheres bonitas agindo de forma misteriosa, fica óbvio o intuito de trazer certo ar de James Bond para a produção. Em alta no período, o gênero funciona bem com um contexto de ação, abrindo espaço para que as lutas aconteçam em momentos-chave da trama. Ao mesmo tempo, o torneio acaba perdendo relevância nesse contexto. Cria-se uma expectativa com relação a lutas entre os personagens principais, mas os confrontos são mais espeçados e acontecem realmente entre mocinhos e vilões.
Por mais que não sejam cheias de acrobacias e tão visualmente impactantes como no kung fu do cinema hollywoodiano atual, as cenas de luta de Enter the Dragon trazem um realismo que não pode ser ignorado. Bruce Lee é, obviamente, muito bom e fica claro para o expectador que aquele homem realmente poderia derrotar qualquer um dos presentes, sem a necessidade da 'ajuda' do roteiro ou de coreografias (embora essas duas coisas existam, é claro). Boa parte do impacto do filme está naquilo que seus músculos conseguem fazer e no extraordinário controle sobre seu corpo.
Para conseguir lidar como uma figura como essa, o longa-metragem se preocupou em reunir um time muito bom de dublês, incluindo nomes que posteriormente se tornaram famosos, como Jackie Chan, Sammo Hung Kam-Bo e Biao Yuen. Esse comprometimento ajudou a manter o filme relevante cinematograficamente e culturalmente mesmo após mais de 40 anos de seu lançamento. Além disso, mesmo as céticas audiências atuais não podem se esconder do que está acontecendo na tela. Sem efeitos especiais ou piadas datadas, a produção praticamente não envelheceu e continua tão crível como na época de seu lançamento.
Enter the Dragon é um filme imperdível por causa de Bruce Lee, mas não exclusivamente. É o resultado de influências diversas e que até hoje mexe com o modo como se faz cinema. Ainda assim, é preciso ter cuidado com as expectativas. Não se trata de luta e porradaria do começo ao fim, mas de uma história estruturada aos modos de uma Hollywood clássica e que, simultaneamente, explica que não compensa entrar em conflito com adversários não dignos. Aqui, as artes marciais são tratadas com respeito e classe.
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