Divagações: Jack Reacher: Never Go Back

Em 2012, Tom Cruise encarnou pela primeira vez Jack Reacher , o estoico ex-militar saído das páginas dos romances de Lee Child . O filme ...

Em 2012, Tom Cruise encarnou pela primeira vez Jack Reacher, o estoico ex-militar saído das páginas dos romances de Lee Child. O filme, apesar de não ser muito memorável, era até que divertido e competente, com uma ação interessante, um suspense bastante aceitável e o famoso ator correndo de um lado para o outro enquanto tenta solucionar algum problema.

Agora, ostentando um subtítulo que por vezes parece ressoar a opinião do público sobre a necessidade de uma continuação, Jack Reacher: Never Go Back é – ainda mais do que o primeiro – um “filme de ação com Tom Cruise”, para o bem ou para o mal.

Continuando a vagar pelos Estados Unidos atuando fora da lei, Jack Reacher (Cruise) resolve retornar a Washington para se encontrar com a major Turner (Cobie Smulders), uma veterana no departamento de investigação militar que ajudou Reacher em algumas ocasiões no passado. Porém, ao chegar lá, Jack descobre que a ela foi presa após ser acusada de espionagem em circunstâncias suspeitas. O acontecimento acaba jogando Jack no centro de uma conspiração envolvendo empresas paramilitares, assassinos treinados e uma garota chamada Samantha (Danika Yarosh), que é uma possível filha perdida do protagonista.

Ao contrário do primeiro filme, Jack Reacher: Never Go Back não tenta forçar nenhuma trama de mistério ou algo que precisa ser respondido. Os vilões são visíveis desde o início e esse não é o tipo de obra que tenta surpreender o público em nenhuma maneira. Pelo contrário, o filme adquire um tom um pouco mais leve, com mais humor – geralmente vindo da interação entre os personagens – e uma ação um pouco mais franca.

Isso é bom para quem achou o primeiro filme chato, mas talvez demonstre um “emburrecimento” da franquia. Porém, não acho que o público alvo de Jack Reacher (os filmes, não os livros), liga muito para o que efetivamente está acontecendo na tela.

As intenções aqui são bem claras. Jack Reacher: Never Go Back entrega exatamente o que promete, ou seja, Tom Cruise fazendo pose, soltando frases de efeito, correndo muito e batendo em pessoas. Tudo bem que a presença de Cobie Smulders dá uma agitada em uma fórmula que poderia ser ainda mais batida. Além disso, a relação de insegurança de Jack a respeito da sua paternidade é uma outra camada que funciona, a despeito da atuação bem apagada de Danika Yarosh, que não consegue sair do tipo de “adolescente rebelde“. Porém, a falta de novidades incomoda em diversos momentos.

Infelizmente, por causa dessa falta de diferenciais, fica difícil falar de Jack Reacher: Never Go Back. A produção consegue ser um filme de ação razoável, daqueles bem pipoca e sem compromisso com nada. Ao mesmo tempo, o roteiro altamente previsível e a repetição de temas e motivos – como o vilão que passa a história inteira repetindo como ele e o herói são parecidos –, faz com que a coisa toda soe as vezes como um seriado de televisão superproduzido. Lembrando, é claro, que existem seriados que já fizeram coisas muito mais inventivas sobre os mesmos temas.

Outras divagações:
Jack Reacher

Texto: Vinicius Ricardo Tomal
Edição: Renata Bossle

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