A vida pop (e triste) de Spike Jonze

Vocês já viram o novo filme de Spike Jonze? "I'm Here" é um curta-metragem de 30 minutos, feito sob encomenda para uma marca d...

Vocês já viram o novo filme de Spike Jonze? "I'm Here" é um curta-metragem de 30 minutos, feito sob encomenda para uma marca de vodca. Conta a história de amor de dois robôs que vivem em Los Angeles.

A maneira oficial de assistir é pelo simpático site oficial, que simula uma sala de cinema; se ela estiver lotada, você precisa esperar a próxima sessão.

Muita gente torceu o nariz para seu filme anterior, "Onde Vivem os Monstros". Aliás, assim como ocorre com seus parceiros criativos Michel Gondry e Charlie Kaufman, Jonze costuma se situar entre dois extremos.

Há aqueles que os consideram gênios, com os trabalhos mais radicais e inovadores da atualidade. Outros, vêem apenas um cinema novidadeiro, para impressionar aquele público modernoso, sem muitas referências.

Na minha opinião, eles estão num meio-termo. Jonze, Gondry e Kaufman são de uma geração para quem cinema é apenas mais um elemento na fórmula. Para eles, música pop, moda, esportes de rua e outras coisas que não são necessariamente "alta" cultura, devem ser levadas a sério.

Veja "I'm Here", por exemplo. Há um tom melancólico percorrendo todo o curta, assim como em "Onde Vivem os Monstros", "Adaptação" e "Quero Ser John Malkovich". Às vezes, parece merio videoclipe ou comercial, mas tem algo mais ali. Não consigo deixar de perceber um tom autoral forte, marcante, que vê com certa nostalgia e tristeza o dia-a-dia. Assim como os personagens de seus filmes anteriores, a busca pelo afeto e amor é o que guia a todos.

Texto: Bruno Yutaka Saito

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